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Análise: Transferência de Juninho é inevitável

O torcedor do Coritiba está bem chateado. Deverá perder, senão um ídolo, o mais regular de seus jogadores nos últimos meses. Juninho está na mira do Grêmio, do Lyon, do Dínamo de Kiev e do Flamengo – este o provável destino do jogador. Nas redes sociais, o que se reclama é que praticamente na primeira investida de clubes brasileiros e do exterior o Coxa já topa negociar e perder seu zagueiro mais valioso. A pedida de 7 milhões de reais por 50% dos direitos federativos dá o tom da rápida valorização do jogador.

Sim, porque há nove meses Juninho era a sexta opção defensiva do Cori – atrás de Walisson Maia, Rafael Marques, Luccas Claro, Leandro Silva e Bonfim. A ascensão foi meteórica e justa. Ele é um zagueiro forte, rápido e sério, que não fica fazendo brincadeira com a bola no pé. Retoma a jogada e entrega para quem sabe, geralmente para João Paulo ou Alan Santos. Assim virou o dono da defesa, passando todo mundo e sendo cotado até pra seleção olímpica, como nosso Augusto Mafuz disse dias atrás.

Por isso o torcedor reclama da saída de Juninho. Dia desses, um daqueles apaixonados pelo Coxa me parou em plena praça Carlos Gomes pedindo para tirar “esses caras que não tem história no clube” do departamento de futebol – casos do mineiro Valdir Barbosa, o diretor, e do gaúcho Maurício Andrade, o executivo. Mas nesse caso é inevitável a negociação. O Coritiba precisa de dinheiro.

Para deixar bem evidente a necessidade, o presidente Rogério Bacellar abriu o jogo – não em Curitiba, mas para o jornalista Flávio Prado, em São Paulo. Falou da “herança maldita”, admitiu dívidas até com Alex. Quer dizer, o Coxa está em situação delicada. E além do dinheiro da TV, que sempre salva a lavoura, é preciso negociar atletas. E qual é o mais valorizado? Juninho.

Certa vez, o ex-presidente do Internacional, Fernando Carvalho, disse que para um clube ter uma base sólida e condição de investimentos anuais no futebol, era preciso ter um grande número de sócios e pelo menos duas vendas de jogadores por temporada. No caso alviverde, não tem jeito. Juninho vai embora. A obrigação é repor com qualidade, mesmo sabendo que vai ser quase impossível encontrar no mercado um zagueiro com o potencial deste que está perto de se mandar.

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