Bola no fundo do gol do Coritiba, Wilson desconsolado. Essa cena já se repetiu 17 vezes no Campeonato Brasileiro. Contra o América-MG, no sábado (18), foram duas vezes, uma vergonha para o Coxa – que fala em “sonhos altos” mas que precisa infelizmente se contentar com a luta para fugir do rebaixamento. E por que tantos gols sofridos, por que tantos erros defensivos?
Pachequinho, após a derrota em Belo Horizonte, só pôde lamentar: “Tenho cobrado, conversado, foi passado na palestra sobre essa atenção. Não podemos dar estes espaços para o adversário. Isto que incomoda. Tem que estar ligado no jogo, mas mais uma vez a equipe pecou neste aspecto”, disse ele ainda no vestiário da Arena Independência.
É possível comparar com o que ele falou após o empate com o Palmeiras: “O primeiro gol foi uma infelicidade. Não foi posicionamento errado. Infelizmente, ali, a tomada de decisão não foi a melhor”.
Contra o Coelho, quem errou foi Wilson. Contra o Porco, foi Juninho. E também já foram Rafael Marques, João Paulo, Luccas Claro, Carlinhos… E por aí vai. E o Coxa tem a pior defesa do Campeonato Brasileiro.
Quando um jogador de qualidade comprovada falha, a gente sabe que acontece, mas que a média será altamente positiva. Quando essas falhas vão se sucedendo (um jogo fulano erra, no outro beltrano, depois outro…), numa espécie de rodízio nada agradável, duas conclusões podem ser tiradas: ou há forte desorganização tática ou falta bola mesmo.
A parte tática está sendo arrumada. Pachequinho faz um bom trabalho, e apesar de ser uma fogueira e tanto, tem mérito para ser mantido como treinador até o final do Brasileirão. Então a resposta para a péssima fase defensiva do Coxa está sim na qualidade individual dos atletas.
Somos capazes de reconhecer boas fases de Luccas Claro, de Rafael Marques, de Carlinhos – aqui eles servem como exemplos. Mas não podemos dizer que eles, ou outros, são jogadores regulares. E um jogador irregular não passa segurança para os companheiros. E se um irregular tem outro irregular do lado, vai sobrar pro goleiro. Wilson, com um crédito do tamanho do Couto Pereira, já falhou em dois jogos do campeonato.
E vamos chegar sempre no problema do Coxa – a capacidade técnica do elenco. Avaliando esses cinco anos de sofrimento crescente no Brasileiro, vamos ver que o time de 2012 era melhor que o de 2013, que era melhor que o de 2014, que era melhor que o de 2015, que é melhor que este de 2016. Falta qualidade. Que hoje só se arranja em fenômenos da base (como esse baita lateral Dodô) ou no mercado. É hora de trabalhar. Quer dizer, já passou da hora, diretoria. Ah, e essa qualidade não se arruma com essas maluquices de “parcerias” bem mal explicadas.