Pois na segunda-feira (20) voltou a ferver o ambiente do Coritiba. Surgiu como um rastilho de pólvora a informação de que Jorginho, o lateral campeão do mundo em 1994 e que estava no Vasco, seria o técnico alviverde. A informação era forte, o rumor era de anúncio ainda na segunda, ele viria assumir o lugar de Pachequinho. Com o correr da noite, o agito diminuiu, a diretoria disse que não há nada certo, as especulações prosseguem. E aí eu me pergunto: será que Pacheco não merece uma chance de verdade?
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Há quem diga que ele já a teve, no Brasileirão do ano passado. Mas, se lembrarmos, era um período de interinidade com data marcada – o final do primeiro turno – e que terminou antes do previsto, pois Paulo César Carpegiani acabou contratado antes da 19ª rodada. Além disso, Pachequinho sofreu um forte processo de fritura, com aquela treta com Juan, com a busca explícita por um treinador durante seu trabalho (Vágner Mancini foi sondado na véspera de uma partida alviverde) e sem o suporte da diretoria.
Ele voltou agora ao comando coxa porque a diretoria, por sinal, conseguiu a proeza de convencer Carpegiani a não desistir de treinar a equipe e de demiti-lo com dois meses de temporada. O treinador não queria ficar, não queria trabalhar no Campeonato Paranaense. O clube se esforçou, prometeu melhora no elenco, conseguiu fazer com que o técnico permanecesse. E aí… No primeiro tropeço, Carpa caiu. E com requintes de crueldade – eliminado pelo ASA em uma quinta, o Coxa esperou até a segunda (de Carnaval) para mandá-lo embora.
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A falta de convicção alviverde no futebol é conhecida. Parte de uma diretoria que não consegue unidade nem em público. Que não se entende e faz com que os profissionais da bola não saibam às vezes para onde. Ao mesmo tempo em que fazem nota oficial para dizer que Pachequinho fará seu trabalho, correram atrás de Marcelo Oliveira, procuraram Levir Culpi (como se não soubessem que ele não vai treinar no Trio de Ferro), ouviram sugestões por Vanderlei Luxemburgo e Alberto Valentim.
E tentaram Jorginho. Segundo a colega Nadja Mauad, o treinador pediu R$ 400 mil mensais para ele e dois auxiliares. Sejamos sinceros, e aqui nada contra o Jorginho – mas não vale. Definitivamente não vale investir mais de R$ 3,5 milhões em um técnico até o final da temporada (isso caso ele ficasse). Pense então em contratar Marcelo Oliveira ou Luxemburgo, que estão acima deste patamar! É um dinheiro que o Coritiba talvez nem tenha, e se tiver deveria ser usado para reforçar o time.
Enquanto isso, Pachequinho trabalha, os jogadores o apoiam, a comissão técnica trabalha em harmonia, os resultados começam a aparecer. Mas nada disso parece estar valendo. A diretoria segue tentando um técnico “consagrado”, alguém que tire dos cartolas a pressão sobre os resultados. É esse o caminho?
E eu pergunto de novo: será que Pacheco não merece uma chance de verdade?