A lesão sofrida pelo atacante Geraldo foi a gota d’água para o meia-campo Alex criticasse a montagem do elenco do Coritiba na atual temporada. Com o angolano fora de combate, o Alviverde ficou carente de um atleta velocista. Sobrou para o ex-superintendente de futebol Felipe Ximenes, responsável direto pelas contratações, e ainda para o presidente Vilson Ribeiro de Andrade, que avalizou o planejamento. ‘Infelizmente, ao longo do ano nosso elenco foi montado de uma maneira desequilibrada. Não digo em termos de qualidade, mas em termos de equivalências sim. A gente tem uma dificuldade por não ter um velocista na frente, e em todo time do mundo tem. Nós somos talvez o único (time) do mundo que não tenhamos. Isso ao longo do ano realmente nos causou dificuldades’, disparou.
A reclamação do experiente jogador é pertinente. A carência de um homem de velocidade, aliás, já era conhecida desde a venda do meia-atacante Rafinha, negociado com o futebol árabe logo no início do Brasileiro. Mesmo assim, nenhuma das 16 contratações que desembarcaram no Alto da Glória ao longo do ano possuía as características do jogador. Quem mais se assemelha nesse sentido e, por isso, é o mais cotado para assumir a vaga de Geraldo no time, é o irregular Vítor Júnior. Em contrapartida, o ex-homem forte do clube trouxe quatro laterais-esquerdos em 2013: Patric, Raul Ibérbia, Diogo e Carlinhos.
O próprio Alex é refém da falta de peças de reposição dentro do elenco alviverde. Há mais de um mês o capitão alviverde convive com uma lesão no dedo mínimo do pé direito. Machucado, e mesmo aquém da condições físicas ideais, persiste em atuar para evitar a queda técnica da equipe. ‘Não uso a palavra sacrifício. A partir do momento em que me coloco à disposição, é porque posso ajudar. Claro que não é a ideal. Tenho um problema no dedo mínimo e no balanço fica difícil. Muitas vezes, para fazer uma mudança de direção, para ter uma saída na frente do marcador, me traz dificuldades. O time todo sabe disso, o treinador sabe disso, o departamento médico sabe disso’, afirma.
Avariado, Alex dribla as dores e revela não ter pressa para tratar adequadamente a lesão. Seu grande desejo, no desfecho da temporada que marcou seu retorno ao futebol brasileiro, é ajudar o clube a escapar do rebaixamento no Brasileiro. ‘(Atrapalha) muito, pois o balanço total do meu corpo é em cima do meu pé direito. Dependendo do movimento que faço tenho uma dor muito grande. Mas não adianta, o Coritiba necessitava (da minha presença) e continua precisando. hora que a gente escapar dessa situação, aí eu sento com o departamento e vou tratar do meu pé’, resigna-se.