Marcada pela irregularidade dentro e fora de campo, a temporada do Coritiba não deverá deixar saudades pelos lados do Alto da Glória. Recheado de altos e baixos e marcado pelo fracasso, do ponto de vista do planejamento, e onde foram vivenciadas as mais distintas sensações como a felicidade pela conquista do tetracampeonato paranaense, que contrastou com a agonia pelo quase rebaixamento à Série B no Brasileiro o desempenho em 2013 gerou uma série de desabafos por parte dos principais personagens do clube. A Tribuna relembra as cinco frases mais emblemáticas que marcaram o ano alviverde.
1 – Sinceridade de Alex
Nenhum dos jogadores presentes em campo na tarde do dia 12/5, pela finalíssima do Campeonato Paranaense, cobiçava mais o título quanto o meia Alex. Nem tanto por se tratar do tetracampeonato do clube, marca que não se repetia havia 39 anos, tampouco o fato que o adversário em questão era o arquirrival Atlético, que amargou o “tetra vice” consecutivo, mas sim pela chance de erguer sua primeira taça com a camisa do clube do coração. Decisivo na campanha alviverde, após marcar dois gols na vitória por 3×1, em pleno Couto Pereira, e se isolar na artilharia do Estadual, com 15 gols, Alex deixou o protocolo de lado e tratou logo de dedicar a conquista a si mesmo. “Dedico o título a mim, porque dedicando a mim fica também para toda a torcida coxa-branca. Não é um título qualquer, eu cresci aqui e era um jogo decisivo contra o Atlético. Estamos de parabéns”, declarou.
2 – Mentalidade de campeão
Apesar de levar o Paranaense, e o irretocável início de Brasileiro, o meia Alex não se iludia com o pontual sucesso. Projetando a queda de rendimento que assolou o segundo semestre alviverde, com as vexatórias desclassificações na Copa do Brasil e Sul-Americana, para os modestos Nacional-AM e Itagüí da Colômbia, respectivamente, o jogador classificou o time como mentalmente fraco. “É uma situação que eu venho batendo desde quando cheguei. Mentalmente nós não temos uma equipe forte. Já demos demonstrações. Fazemos jogos espetaculares (depois tropeçamos) e dois, três dias depois tem que ter uma reação e esse time ainda não reagiu”, disse.
3 – Torcida devendo
Ainda sob êxtase pelo desempenho do Alviverde nas primeiras rodadas do Brasileiro, onde além de se manter invicta a equipe alcançou a liderança da competição, o presidente Vilson Ribeiro de Andrade colocou em cheque o comprometimento da torcida com o clube. A gota d’água para o desabafo do dirigente foi a tímida presença de 13.775 torcedores na vitória de 5×3 sobre a Ponte Preta, válida pela 10.ª rodada do campeonato. “A torcida do Coritiba está devendo, e devendo muito. O time vem fazendo uma campanha excepcional, a melhor da história do clube. Estamos liderando o campeonato, e de maneira invicta. É a única equipe ainda invicta, com 10 rodadas. A gente fica muito triste com um público de 13 mil pagantes. O torcedor não tá correspondendo ao esforço da diretoria em manter o plantel que montamos, tampouco com a luta em honrarmos os compromissos”, disparou.
4 – Culpa do Atlético
No fim de setembro a queda do Coritiba na tábua de classificação do Brasileiro era cada vez mais notória e o presidente Vilson Ribeiro de Andrade buscava uma explicação para o fato. Encontrou o bode expiatório no bom momento vivido pelo rival Atlético, que naquela altura se encontrava consolidado no G4 e cada vez mais próximo de alcançar vaga à Copa Libertadores do ano que vem. “Nós temos que ser realistas. O Coritiba teve um começo muito bom com 10 partidas invictas e depois teve uma queda. Nas últimas rodadas tivemos algumas partidas ruins, contra Botafogo e principalmente Atlético-MG, onde o time não se encontrou. Fora isso, acho que o Coritiba vem fazend,o uma campanha até muito boa. O problema é que na tabela nós estamos em oitavo e o Atlético tá em quarto. Esse é o grande problema hoje, não tenho dúvida nenhuma disso. Se fosse ao contrário todos estariam sorrindo com a oitava colocação. O problema é que o vizinho sempre incomoda”, reconheceu, em entrevista à rádio Transamérica.
5 – Reforma no Couto Pereira
Apesar da série de insucessos acumulados dentro das quatro linhas, o antigo sonho do clube em ver o Couto Pereira modernizado começou a se tornar realidade em 2013. O setor Pro Tork, nova ala vip do estádio e que será entregue em junho do ano que vem, marcou o início de um engenhoso projeto que deverá se estender nos próximos anos. “O Coritiba trabalha em etapas. O primeiro passo é a revitalização da reta da Mauá, com o novo Espaço Pro Tork, e sendo um projeto vencedor, como nós acreditamos que será, vamos estender aos outros setores do estádio. Já temos um plano diretor para isso. Esse é o nosso objetivo, com o apoio de investidores privados e recursos próprios do clube modernizar todo o Couto Pereira”, garantiu Vilson Ribeiro de Andrade em junho, ainda no início das obras.