O craque Alex poderá estender sua carreira por mais uma temporada. Porém, se isso acontecer, será bem longe do Alto da Glória. Uma oferta do exterior está fazendo o camisa 10 repensar o seu futuro profissional. O jogador prefere não revelar de onde teria vindo a sondagem, mas admite que “balançou” e estaria disposto a rever seu planejamento pessoal. Quando retornou ao Coritiba, no final de 2012, projetava “pendurar as chuteiras” jogando pelo clube que o formou e, depois disso, fixar residência em Curitiba. Agora, vive um novo dilema, que envolve planejamento familiar, futuro profissional e satisfação pessoal.
“Se não surgisse essa proposta, tinha já um horizonte bem definido. Mas, agora, há a possibilidade de novos rumos”, confirmou Alex. Nas entrelinhas, deixa transparecer que essa oferta envolveria também uma nova questão profissional: caminhar para um trabalho fora das quatro linhas, como técnico de futebol. “Sou jogador até o dia 7 de dezembro – data da última rodada, quando o Coxa enfrenta o Bahia -, depois é outra coisa”, afirmou o armador coxa-branca. Indagado sobre o prazo para definir essa questão, Alex foi taxativo: “Decido quando eu quiser”, demonstrando que o outro lado interessado deixou a oferta em aberto, sem pressão.
A possibilidade de alteração dos planos não está ligada ao ano frustrante do Coritiba. Desde que retornou ao clube, Alex, no Campeonato Brasileiro, convive com o risco de rebaixamento. E de forma muito mais intensa na atual temporada. Para piorar, sofreu uma sequência de lesões, algo atípico ao longo de sua carreira. Na última contusão, pela Copa do Brasil, frente ao Flamengo, ficou três dias sem caminhar, tendo perdido a sensibilidade da perna direita. “Foi um momento delicado, pois você começa a pensar não apenas no seu futuro como jogador. Eu não sentia a perna. Foi horrível”, lembrou. O retorno aos gramados foi frente ao São Paulo, três dias após completar 37 anos.
Alex preferiu não citar de qual país veio a proposta. Apenas se limitou a confirmar que uma sequência no futebol brasileiro – e no Coritiba – está fora de questão. Uma das figuras exponenciais no movimento Bom Senso, o camisa 10 é um crítico implacável da estrutura atual do futebol nacional. Em especial no que diz respeito ao calendário impróprio e à falta de restrições aos clubes que não cumprem suas questões salariais. “Renovação, aqui, está fora de questão. Temos mais quinze rodadas. Estou fazendo o que está ao meu alcance para ajudar. Depois disso, vou pra arquibancada”, confirmou a principal – e talvez última – reserva técnica do Coritiba.