Alceni Guerra já foi prefeito, deputado, ministro. Não precisa de espaço para aparecer. Por isso, ao aceitar o convite para ser um dos integrantes do G5 do Coritiba, aceitou para tentar fazer diferente. E dos projetos que pensa, o que pretende tirar o Alviverde da retaguarda administrativa é a que se sobressai. E o exemplo para ele está do lado, aqui mesmo em Curitiba.
Os objetivos da nova gestão são claros, especialmente após o restabelecimento do bom clima político interno. “Temos que evitar a queda, para depois imitar o que o Atlético fez, que foi construir o melhor estádio do Brasil. Eles têm um grande CT, um grande time e temos que correr atrás, senão ficaremos eternamente em segundo, sujeitos a perder a nossa importância”, cravou.
A sinceridade pode assustar, mas usar o rival Atlético como espelho, mesmo que a tese cause a antipatia do torcedor coxa-branca, parece coerente na exposição das realidades das duas equipes, especialmente quando se colocam lado a lado a Arena da Baixada e o estádio Couto Pereira. “Temos hoje uma realidade crua e dolorosa. De repente nosso maior rival tem o melhor estádio do Brasil. Temos que ir atrás, pois senão perdemos o bonde”, disse Guerra.
Isto posto, o Coritiba volta a ter a construção de um novo estádio como um de seus principais objetivos, independentemente das chacotas de adversários e desconfiança interna.
Guerra chega ao clube com a fama de agregador. O primeiro objetivo é usar de sua vasta experiência política para apaziguar os ânimos da política interna do clube. Foi por essa habilidade que ele ascendeu politicamente na década de 90, chegando a ser apontado como forte candidato a suceder o ex-presidente Fernando Collor.
Foi ministro da Saúde e da Criança após dois mandados como deputado federal no Paraná. Acusado de fazer parte de um escândalo que superfaturou bicicletas no governo federal, pediu exoneração de suas atribuições para não atrapalhar o processo e acabou totalmente inocentado.
Confira alguns trechos
O convite
O convite veio reiteradas vezes nos últimos meses, mas sempre aleguei que não podia aceitar porque pretendo fazer um doutorado em 2016 e vou precisar de alguns meses na Europa. Na semana que vi essa crise tremenda, com dois vices renunciando e dois se licenciando, percebi que o presidente Bacellar estava absolutamente precisando de ajuda e me ofereci para ver se acalma o ambiente.
Objetivos
Primeiro evitar a queda, depois reconstruir o time no ponto de vista patrimonial. Sem dúvida imitar o que o Atlético fez, que foi construir o melhor estádio do Brasil. Eles têm um grande CT, um grande time e temos que correr atrás, senão ficamos eternamente em segundo, sujeitos a perder a importância.
Estádio
Primeiro temos que fazer um planejamento. Olhar o nosso estádio, que tem sérios problemas de infraestrutura, pensar numa localização, que é um grande desafio. O Couto é cheio de problemas de mobilidade urbana, de acesso.
Sócios
Logo depois de salvar o time da queda, temos que imitar quem tem sucesso. Palmeiras chegou aos 100 mil sócios, Internacional aos 122 mil, Grêmio mais de 100 mil. Temos que traçar metas. Vou propor no curto prazo 50 mil sócios. Temos hoje 25 mil, depois podemos ir a 60, 70 e ir subindo sempre para que possamos montar grandes times.
Justo! Veja o que o colunista Massa tem a falar sobre o Coxa!