Você achava que a novela Keirrison tinha terminado e que o jogador permaneceria no Alto da Glória até o final do contrato em abril? Pois o folhetim foi reaberto ontem e, quando todos pensavam que o desfecho seria a ida imediata para o Palmeiras, uma pendenga judicial brecou tudo.
As diretorias do Coritiba e do Porco acertaram a transferência do artilheiro por R$ 2 milhões, mas os procuradores querem que o Coxa retire a ação que discute a propriedade de 80% dos direitos econômicos. Sem isso, o negócio corre sério risco de melar, mas a Traffic pode exigir que o atacante se apresente no Palestra Itália.
“O Palmeiras voltou à carga e chegou aos valores que a gente considerava justo para liberar o Keirrison nesse momento, houve o acerto entre as diretorias para liberar os direitos federativos do jogador e os nossos 20%”, disse Homero Halila, diretor de futebol. No entanto, a Mais Sports Brazil, que administra a carreira de Keirrison, exigiu a retirada das ações que contestam os outros 80%.
“A gente abriria mão dos 80%, de tudo, mas o Coritiba não quer retirar a ação e o Palmeiras e a Traffic, em hipótese alguma, vão pagar esse valor ao Coritiba e deixar essas ações para trás”, disse Naor Malaquias, um dos procuradores do K9.
E agora, o que pode acontecer? “Criou o impasse e, se for partir para esse caminho, a negociação não sai. Se o jogador não concordar, ele pode não aceitar ir para o Palmeiras nesse momento. Se por acaso não der certo, desfaz-se o negócio e cada um fica no seu lado”, avisa Halila. De acordo com Naor, isso é o que deve acontecer mesmo.
“Essa situação não está de acordo com a vontade do Keirrison, ele queria estar treinando, e nós vamos aguardar a diretoria do Coritiba retirar as ações. Se não retirar, o Keirrison volta a treinar normalmente no Coritiba”, aponta o empresário.
O que mais deixou indignado o procurador de Keirrison foi a retirada dos treinamentos de ontem no Couto Pereira. “Não achei justo retirar o Keirrison do treino porque depois a torcida vai pensar que ele quer ir embora e não é assim, não é o pensamento dele e ele vai cumprir o contrato normalmente”, dispara Naor. A diretoria pensa diferente.
“Como o jogador estava em processo de negociação, achamos por bem que ele não participasse desse coletivo, mas se a negociação não der certo ele volta a treinar e se reintegra ao elenco”, diz Halila.
É possível que hoje ele volte a trabalhar com os companheiros. Ou não? Tudo pode acontecer porque a Traffic, parceira do Palmeiras, poderá exigir que jogador e procuradores aceitem o negócio. Reuniões estão programadas para a Mais Sports Brazil e Alto da Glória para discutirem o assunto.