É à torcida alviverde que pode ser creditada a vitória do Coritiba sobre o Goiás, por 3 a 1, ontem à tarde no Couto Pereira. Mesmo não jogando bem, o clube do Alto da Glória conquistou três pontos importantes. Com eles, subiu à 3.ª posição na tabela, ultrapassando o eterno rival Atlético, que até a próxima rodada é o 5.º. A torcida incendiou os jogadores após o empate, e fez com que o time conquistasse a segunda vitória de virada (na quarta-feira havia virado contra o Santos).

O jogo de ontem começou de forma lenta para o Coritiba. Com uma nítida falta de disposição de suas principais peças de criação do meio-de-campo, o Goiás aproveitou os espaços para dominar e tomar conta do setor, criando as principais oportunidades de gol da etapa inicial.

Explorando a rapidez da dupla de ataque formada por Araújo e Zé Carlos, os goianos infernizaram a defesa alviverde, que entrou em campo com Danilo no lugar de Pícoli (com dor no músculo adutor da coxa esquerda).

Desde o início, no entanto, quem realmente brilhou em campo foi o goleiro Fernando, que via sua equipe perder divididas no meio, estourando na retaguarda alviverde. Foi assim com Danilo, que driblou Edinho Baiano e chutou forte, obrigando Fernando a fazer a primeira de muitas defesas, mandando para escanteio, cobrado por Neném, com Danilo de cabeça fazer Fernando operar milagre.

O jogo seguiu com o Coritiba tomando um banho do Goiás, que novamente chegou perto do gol de abertura. Zé Carlos, lançado em profundidade, testou de fora da área e Fernando desviou e a bola explodiu na trave.

Somente depois disso é que o Coritiba deu o ar da graça. Edinho Baiano, num cruzamento de Araújo cabeceou para Harlei mandar a escanteio, cobrado para cruzar toda a área. A sobra caiu no pé de André Cruz que armou contra-ataque. Araújo recebeu no meio e tocou para Neném que invadiu a área, tirou Fernando e bateu no fundo da rede.

O segundo tempo começou com Badé no lugar de Adriano (poupado por estar sentindo lombalgia) e num ritmo lento dos dois lados. Goianos fazendo o tempo passar e os coxas errando passes em todas as direções.

O primeiro lance de perigo, foi novamente do Goiás. O autor do gol, Neném, cobrou escanteio com perfeição. A bola ia entrando quando Fernando, mais uma vez, salvou a cidadela coxa.

Àquela altura, já impaciente, a torcida do Coritiba esboçava os primeiros gritos de “Jabá”. Bonamigo fez charme, mas decidiu mudar, para buscar a vitória. Jabá substituiu Genílson que, isolado na frente com Lima, pouco pôde fazer. A alteração, no entanto, não resolveu, pois os goianos o marcaram em cima. Bonamigo mais uma vez mexeu. Tcheco, que pouco fez, deu lugar a Fernando.

Com mais um atacante, o Coxa começou a reagir. Mas a reação de verdade só aconteceu após o gol de empate, quando o volante Reginaldo Nascimento fez seu 1.º tento vestido de coxa branca. Ele escorou com o cocuruto, um lançamento de Lúcio Flávio.

A torcida se empolgou de tal forma, que passou uma energia para dentro das quatro linhas. Aos trancos e barrancos, o alviverde pressionou e tomou conta. Um susto quase faz a casa cair. Zé Carlos aproveitou o vacilo da zaga, passou por quatro e acertou a trave. Foi só um susto, pois logo depois, a virada coxa se consumou. Lançamento na área, de Badé, foi aproveitado por Danilo, que fuzilou a rede de Harlei. O Goiás, que até então tentava se segurar, abriu espaços atrás e o Coxa aproveitou. Lúcio Flávio, que não estava bem, deu o tiro de misericórdia no lanterna, ao cobrar com perfeição uma falta sofrida por Jabá. Dali para frente, festa nas arquibancadas que seguiu após o apito final de Wagner Tardelli.

Um gol para nunca esquecer

Reginaldo Nascimento precisou disputar 194 partidas para marcar seu primeiro gol com a camisa do Coritiba. O volante, que é um dos mais antigos do elenco, marcou um gol que, se não teve a plasticidade de matadores, foi de uma importância ímpar, pois acendeu a torcida, que já ensaiava as primeiras vaias ao time, que realmente não vinha bem diante de um adversário bem postado e com sede de vitória.

O gol de Nascimento foi muito festejado por todos os seus companheiros, que costumam fazer o mesmo até em treinos, diante da escassez de oportunidades para isso. O autor no entanto, ergueu os braços para o ar, como que agradecendo a Deus o feito. Depois da partida, dedicou o seu maior feito à filha Giovana, que vai nascer em breve. “Aproveito também, para agradecer o carinho dos meus companheiros”, finalizou o volante.

Análise

Já o técnico Paulo Bonamigo, fez uma análise realista sobre o desempenho de sua equipe. “Valeu pelos vinte minutos finais. Até então, tivemos problemas na transição entre meio-campo e ataque, fruto da ótima marcação do Goiás, um time bem armado pelo Nelsinho”, elogiou o técnico alviverde.

Nelsinho aliás, não poderá contar com Milton do Ó, Marabá e Zé Carlos, que ontem tomaram o terceiro cartão amarelo, no jogo de quarta-feira, contra o São Caetano, na casa do adversário.

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