Jackson faz sua estréia com a camisa alviverde. |
Não tem escapatória. O Coritiba entra em campo amanhã, contra o Juventude, no Estádio Alfredo Jaconi, com o único propósito de vencer. Com apenas um ponto somado em duas partidas, o Alviverde quer desencantar no Brasileirão e adquirir, desta forma, uma maior tranqüilidade para a sequência da competição. “Já perdemos os pontos que podíamos perder. Agora não dá mais”, resumiu o técnico Paulo Afonso Bonamigo.
Para chegar ao objetivo, o treinador aposta em uma mudança na equipe: o meia Jackson entra na vaga de Pepo. Esta alteração promete mudar a postura ofensiva do time, uma vez que Jackson é um armador nato, que se movimenta bem e tem poder de conclusão.
No entanto, há um consenso de que a pegada firme do time do Juventude pode dificultar o trabalho da equipe pelo meio-de-campo. Por isso mesmo, os alas da equipe terão um papel importante na saída da marcação do adversário. “Contra time que marca bem, sair pelas laterias é uma boa opção para a bola chegar ao ataque. A saída é usar a velocidade”, acredita o lateral-esquerdo Adriano. O prata-da-casa reconhece que o fato de ter tornardo-se um jogador mais conhecido após o estadual e a convocação para a seleção brasileira chamaram a atenção dos adversários. Mas tenta usar esse reconhecimento em algo positivo. “É natural que haja uma marcação mais forte em cima de mim. Mas ao mesmo tempo, estou aprendendo a me livrar dessa marcação, aprimorando meu futebol”. Sobre a entrada de Jackson na formação titular, ele é enfático. “Ele arma bem e distribui melhor ainda. Vai facilitar o trabalho de todoas na frente.”
A aposta na abertura das jogadas pelas laterais fez até o treinador cogitar a possibilidade de sacar Tesser do time e dar passagem ao atacante Edu Sales, fazendo as vezes de ala. No entanto, a precaução falou mais alto. “Fica como uma opção ofensiva para o decorrer do jogo. A equipe está entrosada e quanto menos mexer, pelo menos no início, menor”, justificou Bonamigo. Outro jogador que foi testado na ala direita foi Jackson, que se mostrou mais à vontade no meio-de-campo.
Lima é carta na manga
O fator surpresa é uma das apostas de Bonamigo para tentar surpreender o Juventude em seus próprios domínios. Durante a semana, ele aproveitou os treinamentos para testar várias opções que poderão ser lançadas no decorrer da partida. “Vamos sentir o jogo para depois começarmos a mexer as peças”.
Tal como um enxadrista, o treinador estudou detalhadamente todas as opções possíveis para buscar o xeque-mate: uma vitória contundente em Caxias do Sul.
Uma das armas do treinador, que vem sendo o diferencial no decorrer das partidas, é o atacante Lima. Bonamigo chegou a cogitar a possibilidade de lançá-lo no ataque alviverde desde o primeiro minuto de jogo. Mas acabou optando por dar mais uma chance à dupla Edu Sales e Marcel. “O Lima vem sendo uma carta na manga. É um jogador excepcional e fundamental para o grupo”, disse o treinador.
Ciente de que iniciará mais uma partida no banco de reservas, Lima não se mostrou incomodado. “A minha entrada no decorrer da partida é certa. Por isso, mesmo não estando em campo, presto muita atenção desde o primeiro minuto, para quando entrar saber exatamente o que fazer para ajudar o time”, diz. No entanto, as últimas apresentações jogando como atacante deixaram claro a ele que a briga por uma vaga na equipe titular deve ficar mesmo no ataque. “Tenho me sentido mais confortável jogando mais na frente. Mas em última necessidade, posso jogar no meio. O negócio é ajudar a equipe”, diz o autor do único gol do time até agora.
Uma das opções de Bonamigo para dar passagem a Lima será sacar o lateral Tesser e deslocar Edu Sales para o setor. Solícito, o lépido atacante garante que não terá problemas em cumprir a função. “Eu já joguei assim no São Caetano. Como o time joga com três zagueiros, a função é mais ofensiva, dentro das minhas características. Se eu tiver que fazer, faço sem problemas”.