Foi finalizada ontem a maior negociação da história do Coritiba. Após mais de um mês de tratativas, o lateral-direito Rafinha foi vendido para o Schalke 04 por cinco milhões de euros – exatos R$ 14.950.000,00 pela cotação de ontem. O jogador já se despediu dos companheiros e agora pensa no futuro no futebol alemão e sonha com a seleção brasileira. O Coxa vai aproveitar o lucro do negócio para sanar dívidas bancárias e investir em patrimônio.
Na versão oficial, o desfecho aconteceu apenas na tarde de ontem. O presidente Giovani Gionédis estava resistindo às investidas do Schalke, exigindo pagamento à vista do valor pedido. ?Não vou ceder?, afirmou na terça, em entrevista à Rádio Transamérica. Os procuradores de Rafinha, que estavam em Gelsenkirchen, buscavam a anuência dos alemães, já que consideravam a pedida alviverde justa.
De terça para ontem, acabou entrando na história um novo ingrediente – a solidez econômica da Alemanha. Apesar de não aceitar o pagamento à vista, o Schalke ofereceu duas garantias bancárias, que somadas chegam a dois terços do valor do negócio, a serem recuperadas em dezembro deste ano e abril de 2006. No momento em que Rafinha for aprovado nos exames médicos, será feito o primeiro depósito, no valor de 1,6 milhão de euros. Coritiba e Massa Sports, que trataram do negócio, não comentam os valores. ?Nós temos o costume de não falar deste assunto?, afirma o presidente Giovani Gionédis. ?Foi um negócio muito bom para o Coritiba?, resume o procurador Marcos Malaquias.
O anúncio aconteceu à tarde, mas Rafinha ficou sabendo logo após o treino da manhã, ainda no CT da Graciosa. ?Foi um susto. Passou um filme na minha cabeça?, reconhece o jogador, que estava emocionado – e chegou a chorar durante seu último dia de Coxa. ?Eu fico feliz, porque estou atingindo um ponto importante da minha carreira logo aos 19 anos, e estou preparando o futuro da minha família. Mas meu coração está partido, pois deixo tudo que criei neste período que estive no Coritiba. Só tenho a agradecer, principalmente ao Antônio Lopes, que me deu a primeira chance?, desabafa o lateral, que chegou ao Alto da Glória para o time juvenil.
Gionédis também demonstrava tristeza em ter que negociar o jogador. ?Não podemos atrapalhar a carreira do Rafinha. Ele é o nosso brilhante, que lapidamos nos dois últimos anos. Eu, particularmente, fico triste, até pela postura que ele teve em todo este período. Mas foi uma proposta que satisfez o clube, que foi muito boa para o jogador e que fará ele seguir seu caminho, que é defender a seleção brasileira depois da Copa de 2006, quem sabe antes?, relata o presidente coxa.
O dinheiro do negócio será usado para pagar dívidas. ?Temos ainda a questão do CT, que segue penhorado e queremos resolver isto logo?, admite Gionédis, que garante que o elenco alviverde está fechado. Rafinha, definitivamente liberado e já jogador do Schalke 04, pensa no que vem pela frente.
?Vou para o clube de maior torcida na Alemanha e que estará na Champions League. E cada vez mais tenho a expectativa de ir para a seleção principal?, finaliza o jogador.
Cuca testa pratas da casa
Com tantas novidades em um mesmo dia, o início da preparação pro jogo contra o Inter ficou em segundo plano. Mas o técnico Cuca, sem Flávio, Nascimento e Capixaba, estuda colocar o garoto Peruíbe no meio e ontem testou outro jovem, Douglas Ferreira, como líbero.
?Metade do time é de garotos, todos da casa?, lembra Cuca. Com as alterações, o Cori treinou ontem com Vágner e Douglas Ferreira na zaga e Rodrigo Mancha, Peruíbe e Ricardinho no meio-campo. ?Foi uma boa movimentação, eles foram bem?, comenta o treinador.
O coletivo teve Vizzotto; Vágner, Douglas Ferreira e Alexandre; Jackson, Rodrigo Mancha, Peruíbe, Caio e Ricardinho; Alcimar e Marcelo Peabiru.
Nesta equipe, pelo menos três jogadores devem aparecer. Allan e Renaldo, que foram poupados pelo departamento médico, vão atuar, nos lugares de Douglas e Peabiru. E Marquinhos, que começou entre os reservas mas foi o melhor do treino, deve entrar no lugar de Alcimar.