Coritiba vai abrir os seus cofres em busca de reforços

Os tempos de dureza no Coritiba parece que estão com os dias contados. Ontem, um dia após a derrocada para o J. Malucelli por 3 a 1 em pleno Couto Pereira, o presidente alviverde, Jair Cirino dos Santos, anunciou que os R$ 6 milhões conseguidos com a venda do zagueiro Henrique para a Traffic/Palmeiras serão investidos somente na formação de uma equipe competitiva. E mais. Os direitos de imagem, salários e até a premiação pela conquista da Segundona estão sendo colocados em dia. Além disso, para afastar qualquer princípio de crise, o dirigente ressaltou a confiança quem tem no técnico Dorival Júnior.

?Por óbvio que os valores auferidos com essa negociação não têm nada a ver com a composição que fizemos com o Sérgio Prosdócimo e por óbvio que o nosso projeto é aplicar esse dinheiro no departamento de futebol?, garante Cirino. Anteriormente, chegou-se a cogitar que o valor pago pela Traffic por Henrique seria usado para quitar dívidas com outros dirigentes e/ou investir em outras áreas do clube. No entanto, as dificuldades da equipe no início do Estadual e as complicações para se contratar atletas de qualidade parece que mudaram o pensamento dos dirigentes.

Porém, o torcedor não deve esperar que o clube saia por aí gastando esse dinheiro em contratações. Uma das medidas tomadas pela nova diretoria é quitar os débitos deixados no ano passado pela cartolagem que saiu. ?Os bichos estão sendo pagos, os direitos de imagem estão sendo pagos, inclusive dos jogadores que saíram, os salários estão em dia e a premiação está sendo paga conforme o combinado?, revela Cirino. Ele avisa que o projeto de montagem de uma equipe forte está de pé, apesar dos pagamentos mensais que serão feitos ao ex-presidente que acionou o clube na Justiça.

Por isso, nem o início de Estadual titubeante tira a tranquilidade do dirigente. ?Não estou contente com o resultado no campo, mas acho que este é um momento em que temos que ter toda a confiança no futuro do Coritiba?, projeta. Na visão dele, o time ainda tem jogadores para estrear e tem um treinador e um departamento de futebol competente. ?Resultados obtidos por Corinthians, Palmeiras e Santos também não estão sendo satisfatórios. Ainda é início de competição e melhor do que começar bem é terminar bem?, raciocina Cirino, que completou ontem o primeiro mês à frente do Coritiba.

Aposentadoria garantida

Antes de anunciar que o Coritiba vai investir o dinheiro arrecadado com a venda de Henrique no futebol, o presidente Jair Cirino dos Santos explicou como foi feita a composição com Sérgio Prosdócimo para a quitação de uma dívida que beirava os R$ 18 milhões (resultado de juros e correção sobre R$ 6,6 milhões originais). ?Contamos com a boa vontade do credor porque escritórios de auditagem verificaram que estamos pagando apenas 51% do que o Sérgio teria direito?, comemora o dirigente. Ele não quis revelar os valores exatos, mas o ex-presidente vai receber parcelas mensais em cinco anos. Algo em torno de R$ 150 mil por mês.

?As prestações serão fixas e tampouco afetarão o projeto de se manter um time forte. Além disso, o Coritiba cria uma situação favorável porque os débitos fiscais foram sanados com o ingresso na Timemania?, aponta. De acordo com Cirino, esta era a maior dívida a ser solucionada pela diretoria, mas ainda há outros ex-dirigentes que colocaram dinheiro no Alto da Glória. ?Vamos tomar a iniciativa de resolver essas dívidas e, a exemplo do Sérgio, solicitamos que esses coritibanos renunciem a parte dessa dívida?, pede.

No entanto, não adianta só bater na porta da administração do clube para cobrar. ?Estamos analisando com muito cuidado todos os documentos de dívidas?, avisa o advogado Gustavo Nadalin. Segundo ele, o Coritiba contratou uma empresa de auditoria para analisar cada caso. Inclusive, quem está defendendo o clube nesses casos não é mais o escritório do ex-presidente Giovani Gionédis e sim outras bancas especializadas e sem vínculos com os atuais membros da direção ou do conselho do clube.

Carta

Para justificar a liberação do zagueiro Henrique, Cirino revelou uma carta do jogador pedindo a liberação além da proposta da Traffic/Palmeiras, de R$ 6 milhões, a maior por um zagueiro no futebol brasileiro, segundo o dirigente.

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