Não tem nada ganho. O Coritiba voltou para casa com a sensação do dever cumprido, mas consciente de que falta passar pelo Cianorte. A partida de volta das semifinais do campeonato paranaense acontece na sexta, às 20h30, no Couto Pereira – e o Coxa, que venceu (fora de casa) domingo por 1×0, pode perder por um gol de diferença que mesmo assim chega à final da competição. E, apesar disso, o técnico Antônio Lopes prega seriedade total.
Foi por isso que ele respondeu – até com certa rispidez – a pergunta de um repórter local, que inquiriu sobre a possibilidade do Cori entrar em campo sexta com um time misto. “Não tem nada decidido, precisamos passar por mais um jogo. E futebol não se decide na véspera, nós temos que vencer e confirmar a classificação para a final do Paranaense”, comentou Lopes, surpreendendo o jornalista.
Na cabeça do treinador coxa, este é o primeiro ponto a ser conquistado: o respaldo externo. Ao contrário do que muitos pensariam, o jogo contra o Cianorte não é apenas uma escala para a partida da próxima terça, contra o Olimpia, pela Copa Libertadores (o jogo que define a vida da equipe no torneio sul-americano). “Nós não conquistamos a vaga ainda. Demos um grande passo, mas precisamos ainda de um resultado no Couto”, definiu o lateral Adriano.
O segundo passo é a conscientização do elenco, que talvez pelo envolvimento com a série decisiva e pela empolgação do momento (o time perdeu apenas um dos últimos onze jogos) não aparenta desinteresse. “A gente sabe das dificuldades que vamos ter no segundo jogo. O Cianorte mostrou qualidades e nós temos que jogar bem para conseguir o resultado”, afirmou o lateral-direito Jucemar, um dos melhores em campo no Albino Turbay.
E o interesse de Antônio Lopes é tão grande que ele espera contar com os retornos de Luís Carlos Capixaba e Luís Mário, que desfalcaram a equipe no domingo. “Eles fazem muita falta. O Capixaba é um jogador sensacional, e o Luís é um velocista, e que está em um ótimo momento. O Ígor e o Batatinha foram bem, mas quero ter todo mundo no jogo de sexta”, afirma o técnico alviverde.
Só não se sabe se eles jogarão. Se Capixaba, ainda se ressentindo de dores no tornozelo, tem tempo para a recuperação e tem boas chances de jogar, o “Papa-léguas” segue sendo dúvida. Os médicos do Cori são claros ao achar que qualquer posicionamento é prematuro. “Nós vamos ter que deixar o tempo correr, e acompanhar a recuperação dele”, afirma Walmir Sampaio. Entretanto, sabe-se que a corrente que prega que Luís Mário deva ser mantido em tratamento para que enfrente o Olimpia é grande.
Para a diretoria, é a hora da torcida comparecer em peso. “É uma partida importante, porque pode representar o nosso avanço para a final do campeonato paranaense”, comentou o vice-presidente Domingos Moro. Espera-se um grande público na partida de sexta, pela importância da partida e por ser o último jogo coxa antes da viagem para o Paraguai.
Tuta acertou. São dois cartões
E quem tinha razão? De uma hora para outra, ninguém sabia se Tuta poderia ou não enfrentar o Cianorte na partida de sexta-feira. O centroavante tornou-se o assunto principal das conversas em Cianorte e em Maringá, e a pergunta era simples: afinal, ele tinha tomado o terceiro cartão amarelo no Albino Turbay?
De um lado, estavam o presidente Giovani Gionédis, o vice Domingos Moro e a maior parte dos jornalistas presentes a Cianorte. De outro, o técnico Antônio Lopes e o gerente de futebol Oscar Yamato. “O Tuta está fora”, dizia Gionédis aos quatro ventos. “Olha, parece que ele tomou o segundo cartão”, rebatia Lopes.
O treinador coxa-branca chegou com uma informação ?arrasa-quarteirão?. “Ele só tomou amarelo contra o Londrina”. O efeito foi o contrário do que Lopes pensava – como era certa a advertência contra o Paranavaí, Tuta realmente estava suspenso. Aí ninguém mais sabia de nada.
Só faltava a opinião do pivô da história. “Não, eu não tomei o terceiro cartão. Eu só recebi contra o Paranavaí”, disse Tuta. “Eu vou jogar na sexta, pode ter certeza”, completou. Mas apenas ontem, com uma conferência oficial das súmulas dos jogos da segunda fase, ficou confirmado que o centroavante estava apto para enfrentar o Cianorte.
Bom para o Cori, que terá seu artilheiro – que vive grande fase, marcando um gol por jogo (já são quatro no Paranaense). Bem ao seu estilo despachado, Tuta nem reclama da forte marcação. “Eu estou no meu segundo campeonato paranaense, mas sei que é difícil enfrentar times do interior, porque eles chegam junto mesmo. Mas o importante é que vencemos e que demos um grande passo para chegar à final”, finalizou.