Coritiba tenta anular jogo que perdeu para o Vasco

Pode ser uma luta quixotesca, mas o Coritiba não vai abandoná-la. Ontem, a diretoria alviverde entrou com um pedido de anulação do jogo contra o Vasco (vitória cruzmaltina por 1×0), que aconteceu em 27 de outubro.

A reclamação envolve o lance que originou o gol: Petkovic cobrou escanteio, a bola bateu na trave e voltou para o sérvio, que dominou e partiu para a jogada que desaguou no pênalti convertido pelo próprio Pet.

A regra 17 do futebol é clara: “O executor do tiro não deverá tocar a bola pela segunda vez até que esta não tenha tocado a outro jogador”. O árbitro paulista Rodrigo Martins Cintra não só deixou o lance seguir como marcou o pênalti – corretamente, por sinal. Mas o erro estava consumado, já que na regra também se explica a punição para o time que teve lance igual ao de Petkovic: “A infração a esta regra será punida com tiro livre indireto favorável à equipe contrária, cobrado do local onde se cometeu a irregularidade”.

A jogada acabou decidindo a partida, e é por causa disso que o Coritiba busca a anulação do jogo. “Não se trata de um lance interpretativo, como uma falta ou um toque de mão na bola. É regra do jogo e o árbitro mostrou desconhecimento dela. Neste caso, em termos jurídicos, não foi um erro de fato, mas sim erro de direito”, explica o advogado coxa Fernando Barrionuevo.

E o Código Brasileiro de Justiça Desportiva versa sobre o assunto. O artigo 84, de título “Da impugnação de partida, prova ou equivalente em cada modalidade ou de seu resultado”, fala no parágrafo primeiro que “são partes legítimas para promover a impugnação as pessoas físicas ou jurídicas que tenham disputado a partida, prova ou equivalente em cada modalidade ou as que tenham imediato e comprovado interesse no seu resultado, desde que participante da mesma competição”.

É o caso do Coritiba, pois ele acabou prejudicado pela decisão de Rodrigo Cintra. O pedido segue direto para o presidente do STJD, Luiz Zveiter, que tem o poder de indeferir a petição caso ache-a inconsistente, ilegítima ou fora das condições exigidas pelo CBJD. Em contrapartida, caso ele aceite-a, “dará imediato conhecimento da instauração do processo ao presidente da entidade (no caso, a CBF), para que não aprove a partida, prova ou equivalente até a decisão final da impugnação”, como consta do código.

Seria uma posição inédita no futebol brasileiro – e rara no futebol mundial. Apenas na Alemanha são conhecidos casos recentes de anulação de partidas por causa de erros de direito do árbitro. Lá, a imagem da TV é usada como prova decisiva, em situações como gols validados sem que a bola passe pela risca final ou marcados com a mão.

Além disso, o Coritiba também quer a punição do árbitro paulista, já preliminarmente suspenso pela Comissão Nacional de Arbitragem (outro ponto favorável à iniciativa coxa). Ele seria indiciado no artigo 259 do CBJD, com punição entre 30 e 120 dias.

Tuta já não está mais nos planos do clube

Pelo jeito, a passagem de Tuta no Coritiba tem data marcada para terminar: 31 de dezembro, quando seu contrato com o clube termina. Ontem, ele não foi sequer citado como possibilidade para a partida de domingo, às 16h, contra o Figueirense, no Couto Pereira. André Nunes foi o titular do ataque, e o até duas rodadas camisa 9 do Coxa ficou no time reserva, e logo que o coletivo terminou ele saiu rapidamente.

É mais um capítulo da história que começou quarta passada, após o centroavante perder um pênalti contra o Vasco. O presidente Giovani Gionédis criticou-o publicamente, e na partida frente o Paysandu ele acabou sacado por Antônio Lopes. Nesta semana, Tuta respondeu o dirigente em entrevistas às rádios Paraná e Banda B, dizendo que Gionédis agia como um torcedor, e geralmente o torcedor não entende de futebol.

Na terça, o presidente preferiu contemporizar, dizendo que havia sido mal-interpretado pelos repórteres, mas o clima tenso permaneceu, e a saída de Tuta do time titular pode indicar que nem mesmo o Delegado acredita que o centroavante pode render o que já rendeu com a camisa alviverde – sendo, inclusive, o herói da conquista do título paranaense. Além disso, ele ainda é o artilheiro alviverde no campeonato brasileiro, com doze gols. Após o treino, o jogador saiu sem fazer o alongamento habitual e não falou com os repórteres.

Melhor para André Nunes, que foi o titular no coletivo de ontem e deve ser o camisa 9 alviverde contra o Figueirense. “O André precisa de orientação, mas é um jogador de muito potencial. O que ele precisa agora, mais que qualquer coisa, é de trabalho, pois chegou ao Coritiba direto para o time júnior e não teve muita preparação de fundamentos. Eu tenho certeza que ele será um grande centroavante”, resume Antônio Lopes.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo