Coritiba tem mudanças para encarar o Criciúma

Não há descanso para os médicos do Coritiba – e nem para o técnico Antônio Lopes. Para a partida contra o Criciúma, quinta, às 20h30, no Couto Pereira, são certos os desfalques de Ataliba e Rafinha (o primeiro suspenso, e o segundo com a seleção sub-20), e Márcio Egídio dificilmente terá condições de entrar em campo. Para completar, Roberto Brum ainda não foi oficialmente liberado pelo departamento médico.

Egídio, um dos destaques do Coritiba nas últimas rodadas, reclama de dores na coxa desde a partida contra o Goiás. “Eu o tirei do jogo justamente por isso. Ele estava sentindo”, informa Lopes. O volante (que deixou o CT da Graciosa, ontem, mancando) passa esta manhã por um exame de ressonância magnética, mas os próprios médicos acham difícil a presença dele na quinta.

Roberto Brum ainda não voltou aos treinamentos oficialmente – seu teste definitivo é hoje, no coletivo que acontece no Couto Pereira. “Ele não sente mais dores, e está se recuperando bem. Mas precisamos do treinamento de campo”, afirma o médico William Yousef. Com o “Senador” jogando, Pepo completaria o setor de marcação do meio-campo. Já Aristizábal e Cléber, que cumpriram suspensão no final de semana, têm retorno garantido.

Lopes Jr. não registra queixa por ataque de cachorro

O fato vai acabar ficando no folclore do futebol brasileiro. Pela dificuldade e pela burocracia que um inquérito traria, o auxiliar técnico Antônio Lopes Júnior preferiu não prestar queixa contra o policial que deixou um cachorro solto, que acabou mordendo o profissional, filho do técnico Antônio Lopes. Ele levou nove pontos no corpo, além de um grande susto.

A história, provavelmente inédita no País, começa com a negligência do policial. “Ele foi fazer alguma coisa, descansar, e ficou pisando na coleira”, conta Lopes. No momento em que o auxiliar passou pelo rottweiler, acabou atacado. “Ele foi mordido e ainda levou uma patada, que o derrubou”, relembra o médico William Yousef. “O policial estava tomando água, e o cachorro estava solto”, reconheceu o chefe do policiamento do Serra Dourada, major Oriel Santos, em entrevista ao SBT de Goiânia.

O momento mais tenso foi quando o cachorro tentou morder o pescoço de Antônio Lopes Júnior. “Por isso é que ele está com um corte no braço. Ele protegeu-se, porque os cães policiais são treinados para atacar o pescoço”, diz o treinador coxa. Assustado, o auxiliar foi levado para um hospital, onde recebeu atendimento e as vacinas anti-rábica e anti-tetânica. Ele levou cinco pontos na região glútea e quatro no braço.

Segundo Antônio Lopes, que é delegado aposentado, o trâmite do caso seria simples. “O caso é para o artigo 129 do Código Penal”, resume. Este artigo trata das lesões corporais, literalmente de “ofender a integridade corporal e da saúde de outrem”, acarretando em pena de três meses a um ano para o autor. “Como o policial não tinha a intenção de atacar, seria enquadrado como ato culposo”, explica.

Só que, acatando um pedido do pai (e chefe), Lopes Júnior resolveu não registrar ocorrência. “Eu acho que não é o caso. Mas eu espero que fique o alerta dessa situação, porque esses cachorros são perigosos, e podem atacar qualquer pessoa que estiver no campo”, comenta o auxiliar técnico do Cori. “Eu falei com meu filho e disse a ele que o melhor seria esquecer o caso. Ele teria que ir a Goiânia, ou mesmo prestando depoimento em Curitiba, e acabaria prejudicando seu trabalho. Além disso, o caso não daria em nada”, resume o Delegado, com conhecimento de causa.

Atitudes

O comando da Polícia Militar de Goiás entrou em contato com Antônio Lopes, pedindo desculpas pelo ocorrido. “Eles me disseram que vão punir o responsável”, conta o técnico. Além disso, o árbitro Alício Pena Júnior relatou a história na súmula do jogo de sábado – resta saber qual será a atitude do Superior Tribunal de Justiça Desportiva.

PM tem dúvidas sobre a utilização em Curitiba

Gisele Rech

O incidente com o auxiliar técnico do Coritiba, Antônio Lopes Júnior, trouxe a público uma questão: para que serve a presença de cachorros nos gramados em dias de jogos?

A idéia inicial da PM, com o uso de cães, é intimidar torcedores que, porventura, tentem invadir o gramado. Entretanto, a medida preventiva acaba prejudicando o trabalho dos profissionais que ficam dentro do campo. Jogadores, comissão técnica, repórteres, fotógrafos e gandulas ficam suscetíveis a eventuais ataques dos cães – o que infelizmente o auxiliar técnico coxa-branca pôde, literalmente, sentir na pele. “É uma grande pressão, ainda mais para nós, que nos movimentamos muito durante o jogo. Os cachorros ficam latindo e prontos para atacar”, diz Walter Alves, fotógrafo da Tribuna.

O curioso é que, independente da presença ou não dos cães, em Curitiba, são raros os casos de invasão de gramados. Por isso mesmo, numa atitude de bom senso, a orientação dada pelo Comando Geral da Polícia, no início deste ano, foi para que se evitasse o uso de cães no gramado. A informação foi passada pela assessoria de imprensa da Polícia Militar.

Apesar da orientação, o cumprimento da norma varia de batalhão para batalhão. Os fotógrafos asseguram que no último domingo no jogo Atlético e Vasco, havia alguns cães ao lado do “pombal”. O comandante da operação, do 13.º Batalhão foi procurado através da assessoria de imprensa da Polícia Militar, mas não foi localizado.

No Couto Pereira, a conduta já vem sendo diferente. Segundo o Major Borba, que costuma comandar as operações em dia de jogo, está vetado o uso dos cães no campo. “Entendemos que não há necessidade, já que o risco com as pessoas que estão no gramado é grande. Já aconteceu de um cão, mesmo adestrado, morder o soldado que o conduzia. Então, para que arriscar?”, indaga o policial. A partir de agora, os cachorros só serão utilizados para intimidar os torcedores nas divisões das torcidas.

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