O Coritiba faz uma campanha ruim no campeonato brasileiro. Mas, dentro de casa, o panorama é ainda pior. O retrospecto alviverde dentro do Alto da Glória é o mais fraco dos últimos cinco anos, sendo pior inclusive, do que na trágica campanha na Copa João Havelange (quando o Coxa ficou na antepenúltima posição). Em seis jogos no Couto Pereira, o time de Antônio Lopes já perdeu dez pontos.
Em 2000, o Cori teve vários técnicos (Paquito, Fito Neves e Ivo Wortmann) e amargou uma série de derrotas consecutivas. Mesmo assim, conseguiu cinco vitórias e quatro empates jogando no Alto da Glória. Foram vinte pontos perdidos em 39 disputados, o que dá um aproveitamento de apenas 48,72%. Nesta temporada, foram dois empates e duas derrotas dentro do Couto Pereira. O rendimento é de 44,44%, muito inferior ao dos outros anos.
No brasileiro de 2001, a campanha dentro de casa melhorou. Em quinze jogos, foram sete vitórias, cinco empates e apenas três derrotas (aproveitamento de 57,78%). No ano seguinte, o rendimento evoluiu ainda mais – com oito vitórias, o Coxa conquistou 69,44% dos pontos que disputou no Couto Pereira.
E em 2003 o time de Paulo Bonamigo conseguiu melhorar mais. Foram 23 jogos no Alto da Glória, com quinze vitórias, cinco empates e apenas quatro derrotas, com aproveitamento de 72,46%. Mas essa boa campanha não aconteceu sempre. Nas primeiras rodadas, o Coxa perdeu para Internacional e Cruzeiro, e na metade do primeiro turno foi derrotado pelo São Paulo. Após esse resultado, Bonamigo (hoje no Atlético-MG) criou um ?pacto? para que não acontecessem mais derrotas em casa.
Por outros caminhos, Antônio Lopes pensa o mesmo para este momento. “Eu acho que nós temos que resolver nossos problemas e conseguir os resultados”, resume o treinador, que alega problemas técnicos para o mau rendimento do Coxa em casa. “Acho que nós estamos falhando em algumas coisas, mas também tivemos muito azar. Por exemplo, criamos contra o Paraná várias chances e não concretizamos”, conta.
Ações
Já a diretoria preferiu cobrar. “Houve uma cobrança normal, como acontece sempre que temos uma atuação ruim”, comenta o vice-presidente Domingos Moro. Alegando problemas administrativos, foram demitidos os coordenadores de preparação física, José Afonso de Araújo Moura, e das categorias de base, Cléber Hidalgo. “Há muitos caciques para poucos índios”, resumiu Moro em entrevista à Rádio Educativa.
No caso de José Afonso, é a tentativa de criar um pensamento único na preparação física. “Nós percebemos que havia uma duplicidade no comando. E nós precisávamos ter uniformidade. Por isso, passamos ao professor Manoel dos Santos (fisicultor do time profissional) o comando da preparação”, explica o vice-presidente coxa, que não quis comentar a demissão de Cléber Hidalgo.
Alemão, a “bola da vez”
O técnico Antônio Lopes começou a trabalhar o time do Coritiba para a partida de domingo, às 18h, contra o Cruzeiro, no Mineirão. Sem sete jogadores considerados titulares, ele ?quebra a cabeça? para montar o onze titular, e inevitavelmente terá que apresentar novidades – e mostrar caras novas.
A principal delas deve ser Alemão, 20 anos, recém-chegado ao Alto da Glória. Em duas semanas, ele passou de jogador do Prudentópolis em jogo-treino contra os reservas do Coxa para titular alviverde. “É um jogador rápido, de porte, e que tem um grande futuro”, elogia Antônio Lopes.
O atacante foi o companheiro de Tuta no treino-tático de ontem, no CT da Graciosa, e agradou muito ao técnico alviverde. “Ele fez um trabalho excepcional”, festeja o Delegado. Apesar do bom rendimento, a escalação de Alemão (já registrado na CBF) só deverá ser oficializada no final da semana, pois o treinador quer ver o atacante treinar mais vezes no time de cima.
Na lateral-esquerda, treinou Lira, mas Lopes preferiu mudar e trazer Ricardo de volta à função. “O Ricardinho está em um bom momento, jogando bem, e deve voltar para a posição dele”, explica o técnico alviverde. Com isso, abriu-se uma vaga na armação para Cléber, que fez dupla com Rodrigo Batata, este entrando na posição do suspenso Luís Carlos Capixaba.