Já virou rotina para o futebol
do Coritiba. Um a um, os adversários
vão caindo diante do soberanofutebol
no Alto da Glória.

Depois dos incidentes ocorridos em São Januário, na última quinta-feira, o Coritiba passou por um novo aperto ontem à noite, no Couto Pereira. Mas isso aconteceu dentro de campo. Jogando contra o Paysandu, o time teve que suar a camisa para conquistar a vitória por 1 a 0. Apesar do placar magro, os três pontos colocaram o Coritiba em igualdade de pontos com o Santos e os dois são vice-líderes da competição.

Com um time bem entrosado, que já joga junto há alguns anos, o Paysandu entrou em campo com uma proposta defensiva. Em função disso, o Coritiba se projetou para o ataque desde o primeiro minuto. Mas apesar da força de ataque, a equipe apresentava um vazio no meio-de-campo, o que dificultava a armação eficiente das jogadas. Quando as jogadas ofensivas tinham objetividade, se originavam nas laterais do campo, com Ceará e Adriano. Em um lance de Adriano, aos 37 minutos, o placar quase foi aberto. O lateral deixou Edu na cara do gol e Carlos Germano, um dos destaques do Papão, fez defesa de puro reflexo. Mas o arquiro não teve a mesma sorte. Aos 39 minutos, Jackson cruzou uma bola na área e Lima subiu de cabeça, marcando o gol coxa.

Com a vantagem alviverde o time paraense abandonou a postura estitamente defensiva e deu um susto no Coritiba aos 45 minutos. Zé Augusto recebeu de Jóbson e mandou para o fundo da rede de Fernando. Mas o árbitro Márcio Rezende de Freitas confirmou o impedimento.

Atento ao crescimento do adversário e as falhas apresentadas na primeira etapa, o técnico Bonamigo fez um pedido claro à equipe. “Vamos melhorar a marcação no meio e aproximar os alas do meio-campo”.

Com a nova postura, o Coritiba tornou o jogo mais aberto. Mas assim como passou a criar mais oportunidades, passou a dar mais espaços ao Paysandu. Nesses momentos, o goleiro Fernando começou a aparecer. Em outro – aos 29 minutos -quem salvou a pátria foi o volante Roberto Brum, que interceptou o chute de Jóbson rente à risca. Já nos descontos, o Coxa tomou novo susto ao ver Velber carimbarr a trave. Quando as luzes do estádio estavam para ser apagadas, Marcel perdeu uma ótima chance de ampliar, mas o placar ficou mesmo em 1 a 0. O próximo compromisso do Coritiba é contra o Guarani, domingo, no Brinco de Ouro da Princesa.

Bonamigo elogia mas vê falhas

Um vitória que deu para o gasto. Assim pode-se definir a conquista coxa-branca na tarde de ontem. Como resumiu o técnico Bonamigo, nem sempre é possível ganhar jogando bonito. “É melhor vencer dando espetáculo. Mas ganhar três pontos é bom de qualquer jeito”, comentou o treinador após a partida.

Na opinião de Bonamigo, o que foi determinante na construção da vitória foi o fato de a equipe ter aproveitado o melhor momento no jogo para definir. “Nós estávamos melhor no final do primeiro tempo e aproveitamos o momento de domínio para marcar.”

Extremamente consciente, o treinador reconhece que a equipe mostrou defeitos e que por pouco não sofreu o revés. Mas não deixou de elogiar a equipe paranaense, que também criou boas oportunidades. “Eles têm muita força ofensiva e um time que joga junto há muito tempo. A base já jogava junto quando eu era treinador do Remo, há três anos. E eles costumam dar sufoco jogando fora de casa também.”

O volante Roberto Brum corroborou as palavras do comandante. “Foi uma vitória puramente prática, conquistada com base na superação”, disse. A superação, ele deixou claro, não estava restrita ao adversário. A recuperação imediata após os incidentes de violência contra os jogadores protagonizados pela torcida do Vasco, no Rio de Janeiro, na quinta-feira, foi ressaltada pelo jogador. “Nós tivemos que passar por cima do abalo e conseguimos. Mostramos que temos força e não nos deixamos abalar por nada.”

Além dos três pontos, a vitória valeu ao Coritiba o troféu de comemoração dos 150 anos da Polícia Civil. O capitão alviverde, Edinho Baiano, fez as honras da casa e recebeu a homenagem.

Reflexos

As agressões sofridas em São Januário continuam em pauta. Hoje à tarde o presidente Giovani Gionédis deve ir à Brasília, junto com o presidente da Paraná Esporte, Ricardo Gomide, para uma conversa com o ministro do Esporte e Turismo, Agnelo Queiroz. Além do apoio do político, o escritório de advocacia do clube já trabalha nas ações criminal e civil que aplicaram ao Vasco da Gama.

Em contrapartida, o secretário do conselho administrativo do Coritiba, Domingos Moro, pediu à torcida coxa-branca que não entre no clima de violência dos vascaínos. “Temos que dar o bom exemplo.” O pedido veio após o dirigente tomar conhecimento das ameaças enviadas por coxas ao site da torcida Força Jovem, que assumiu a autoria da barbárie ocorrida em São Januário.

Campeonato Brasileiro
33ª Rodada
Local: Couto Pereira.
Árbitro: Márcio Rezende de Freitas (Fifa-SC).
Assitentes: Alcides Zawaski Pazetto (SC) e Marco Antônio Martins (SC).
Gol: Lima, aos 39 minutos do 1º tempo.
Cartões amarelos: Edinho Baiano, Marcel e Albertinho.
Público total: 9.366.
Renda: R$ 70.882,50.

CORITIBA
1 X 0
PAYSANDU

CORITIBA
Fernando, Ceará, Odvan, Edinho Baiano, Adriano (Lira), Reginaldo Nascimento, Roberto Brum, Jackson, Lima (Souza), Edu Sales (Helinho), Marcel, Técnico: Paulo Afonso Bonamigo

PAYSANDU
Carlos Germano, Lecehva, Jorginho, André Dias, Luís Fernando (Souza), Vanderson, Sandro, Magnum, Vélber, Jóbson, Zé Augusto (Albertinho). Técnico: Ivo Wortmann

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