Foto: Orlando Kissner/O Estado
Maia sentiu a coxa treinando pênaltis e pode desfalcar a equipe.

O risco está aí, o perigo é iminente, mas a tristeza precisa ir embora. O técnico Márcio Araújo decretou o final do ?baixo astral? que a derrota para o Corinthians trouxe, e quer o elenco motivado para o jogo decisivo de amanhã, às 20h30, contra a Ponte Preta, no Couto Pereira. Ele espera uma equipe agressiva para buscar a vitória e deve montar uma escalação diferente das que foram usadas nas últimas rodadas. A novidade deve ser James, que iniciaria jogando pela primeira vez desde que tomou o maior susto da vida.

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O treinador quer contar com todos – e espera que o grupo entre de novo na rota. ?A partir de agora, cada um terá que mostrar que está querendo ajudar o Coritiba a sair deste mau momento?, avisa Márcio Araújo, que deu novo voto de confiança a jogadores que foram criticados, como Flávio e Renaldo. ?Todos são importantes. Se em uma partida algum jogador não vai bem, na seguinte as coisas vão dar certo?, afirma ele, que confirmou a manutenção do centroavante.

O problema é a lesão de Maia. O atacante se machucou no treino de ontem (ele sentiu a coxa cobrando pênaltis) e é a dúvida do Coxa para amanhã. Ele passou por um exame de ressonância magnética e a definição acontece hoje.

Caso Maia fique fora, Marcelo Peabiru será o titular.

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A intenção é manter, sempre que possível, o maior número de jogadores em relação ao jogo anterior. ?Criamos uma base e dela a gente pode tirar outras opções?, explica o técnico alviverde, que, para o jogo de amanhã, não contará com Flávio e Reginaldo Nascimento, ambos suspensos. ?Aí nós temos duas situações: a primeira com o Douglas (Ferreira) e o Vágner, e a gente continuaria com o 3-5-2; a segunda teria o James, com a gente jogando no 4-4-2?, resume Márcio.

Nas primeiras avaliações da semana, a formação com apenas dois zagueiros (Vágner e Anderson) ganhou força. ?Vai depender muito de como a Ponte vem jogar com a gente, mas pelo estilo que eles sempre apresentam, talvez seja importante a gente ter mais jogadores de criatividade no meio-campo?, comenta Márcio Araújo, que no 4-4-2 teria Peruíbe, Luís Carlos Capixaba, Jackson e Caio no setor de armação.

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Melhor para James, que está recuperado da crise convulsiva que teve há vinte dias e que deve começar jogando. ?Eu estou pronto, esperando a decisão da comissão técnica. Se

for para iniciar a partida, vou com tudo. Se precisar esperar, tudo bem?, comenta o lateral, que voltou a jogar contra o Corinthians. ?Foi ótimo retornar aos campos depois de tudo aquilo que aconteceu comigo.?

O jogador passou por uma bateria de exames, que não indicaram nenhum problema cardiológico ou neurológico. ?Ainda bem que não aconteceu nada de mais grave?, reconhece James.

Mobilização total para escapar da degola

Apesar do final do ano estar chegando, o Coritiba ainda não voltou seu pensamento para a temporada 2006. A necessidade de escapar da zona de rebaixamento deixou em suspenso os planos da diretoria, que imaginava estar, neste momento, já conversando com alguns jogadores. Mas a prudência fará com que possíveis negociações esperem o final do Campeonato Brasileiro – e até mesmo a eleição no clube, prevista para o dia 5 de dezembro.

Por enquanto, há apenas um candidato à presidência -Giovani Gionédis, que deverá concorrer para mais um biênio no comando do clube. Na verdade, as eleições no Coxa correm de maneira um pouco diferente: escolhe-se a diretoria executiva, formada por nove pessoas. A cada pleito, é obrigatória a renovação de pelo menos três nomes. Apenas após a chapa ser eleita é que há a obrigação de se indicar um diretor para o comando do clube. Possivelmente as tratativas para a próxima temporada só começarão depois do Brasileiro, e se reforçarão após as eleições.

E toda e qualquer decorrência para 2006 só será conhecida depois que terminar o campeonato. Fugindo do risco do rebaixamento, é certo que os dirigentes retomarão os planos para o ano que vem. Até porque, quando o Coxa estava na zona intermediária da classificação, já se comentava sobre o projeto – o então treinador Alexis Stival, o Cuca afirmou a interlocutores que a tendência era iniciar conversas com jogadores no início de novembro. Com a queda na tabela, tal iniciativa foi postergada.

Prioridade

Mas uma prioridade é clara – Caio, que foi a principal contratação do Coxa na temporada, e que está vinculado ao Ituano (SP). Equipes de São Paulo e do Rio Grande do Sul manifestaram interesse na contratação do armador, que se recusa a falar sobre o assunto, pelo menos por enquanto. ?Não é hora de falar disso. Temos, primeiro, que pensar em tirar o Coritiba desta situação?, afirma.

O contrato de Caio com o Coxa vai até o dia 31 de dezembro deste ano.

Para outro jogador, a situação também é concentração total neste instante, mesmo estando de fora da equipe. ?O momento não é esse. O mais importante é acabarmos bem a temporada?, reconhece o meia Marquinhos, que segue em recuperação de uma grave lesão no joelho.

O vínculo do meia com o Coritiba também encerra no final deste ano. Os direitos federativos de Marquinhos pertencem ao Bayer Leverkusen, da Alemanha.

Vágner dá a receita pra tentar sair do buraco

Cada jogador do Coritiba carrega, a partir deste jogo de amanhã com a Ponte Preta, os anseios e as esperanças dos torcedores, que acreditam na permanência de sua equipe na primeira divisão do Campeonato Brasileiro. A carga de pressão é maior para quem veste a camisa da equipe há mais tempo. E mais forte ainda para quem defende o clube antes mesmo de ser um profissional do futebol. Capitão do Coxa nas categorias de base, o zagueiro Vágner sabe bem como é assumir algumas responsabilidades. Nesta entrevista ao Paraná-Online, ele fala sobre a necessidade de recuperação e a tristeza que os ?pratas da casa? sentem ao ver o time na zona de rebaixamento.

Paraná-Online – Como se faz para tirar o Coritiba do sufoco?
Vágner – É um momento preocupante, pela nossa posição. Mas eu acredito muito no grupo, em cada peça que vai jogar na quinta. E nós temos que pensar exclusivamente na Ponte Preta, depois a gente se preocupa com Atlético-MG e São Caetano. Se a gente não fizer a nossa parte nesta rodada, nada mais adiantará.

Paraná-Online – O que é pior nesta fase?
Vágner – O pior é não conseguir almejar os nossos objetivos. Isto nos deixa frustrados. O Coritiba é um time grande, que pensa grande e que não vai cair.

Paraná-Online – Qual é a atitude que os jogadores precisam ter neste momento?
Vágner – Superação. Se não der na técnica, como aconteceu nos últimos jogos, tem que ser na raça, na vontade. O próprio torcedor pede isto para a gente, foi assim contra o Corinthians. Não faltou luta, faltou um pouco de atenção.

Paraná-Online – Como é passar por esta má fase sendo um jogador da casa?
Vágner – É triste. Passei várias noites em claro. E a gente sofre em ver que corre o risco de manchar a história do clube e a própria carreira. Nós temos que nos apegar a isto, a salvar o nome do Coritiba.

Paraná-Online – O que os jogadores podem dizer à torcida?
Vágner – De minha parte, garanto que não vai faltar empenho, força e dedicação.