Ainda não foi desta vez. O Coritiba pecou nos detalhes e não foi além de um empate por 1×1 com o Olimpia. O tropeço de ontem à noite, no Couto Pereira, complicou de vez a situação do time paranaense, que agora vai à Argentina enfrentar o Rosário Central. Lançando mão da oitava formação na temporada, Antônio Lopes não conseguiu acertar o ponto de equíbrio e o time segue “refém” de Luís Mário e Capixaba.
Não fosse um descuido da marcação e a falta de precisão nas finalizações e o Coritiba poderia ter definido a vitória ainda no primeiro tempo. O Olimpia recorreu a um esquema essencialmente defensivo e só arriscou em poucos contragolpes. Para completar, abusou das faltas e errou muitos passes. Com um meio-de-campo coeso – e as boas estréias de Márcio Egídio e Igor – o Coritiba encurralou os paraguaios.
Logo no início, Luís Mário aproveitou a “bobeira” da zaga adversária e fez o goleiro Aceval trabalhar. Insistindo nas jogadas pela direita, o Alviverde quase abriu o placar aos 11 minutos. Jucemar avançou em velocidade e cruzou rasteiro. Com um toque de calcanhar, Laércio fez a assistência para Pepo, que “carimbou” o travessão. Luís Mário, mais uma vez, foi a referência ofensiva do time e não economizou nos chutes de fora da área. Ele quase surpreendeu Aceval aos 16 minutos.
Aproveitando o bom momento, o Coritiba abriu o placar aos 20 minutos. Após cobrança de falta na ponta direita, Jucemar ficou com a sobra e cruzou para o cabeceio certeiro de Luís Carlos Capixaba, no canto direito. Sem diminuir o ritmo, o Cori tentou ampliar a vantagem, mas Luís Mário e Capixaba não passaram por Aceval. O castigo veio aos 43 minutos. Adriano fez falta em Villalba e a zaga coxa “parou”. Na cobrança rápida, Villalba recebeu na área e chutou forte na saída de Fernando para empatar o jogo.
O Coritiba não alterou sua dinâmica de jogo. Desperdiçou duas oportunidades em seqüência. Reginaldo Nascimento tocou de cabeça após cobrança de falta e a bola passou rente à trave esquerda. Aos 8 minutos, Capixaba arriscou de longe e o goleiro escorregou, mas conseguiu espalmar. Lopes arriscou tudo com as entradas de Bruno e Éder. As mudanças, porém, não tiveram efeito prático. Adriano nada produziu pelo lado esquerdo e o Olimpia teve paciência para bloquear as jogadas de Luís Mário.
Éder quase surpreendeu Aceval cobrando falta de longe. O goleiro entrou no gol, mas impediu que a bola ultrapassasse a linha fatal. Apesar da pressão final e das bolas alçadas na área, a zaga paraguaia foi mais eficaz e segurou o empate que deixou o Coritiba na última colocação do Grupo 9.
Vaias para resultado e Adriano
Para não fugir à rotina, Antônio Lopes foi o principal alvo dos protestos da torcida coxa. Só que desta vez, nem mesmo o lateral Adriano – um dos “xodós” da galera – foi poupado. Sua fraca atuação foi punida com vaias. O jogador pouco apoiou e ainda vacilou no lance do gol do Olimpia, “largando” Villalba sozinho na área. O resultado não foi bom, mas a postura do time -que pressionou o adversário e criou várias situações de gol – fez a torcida apoiar durante os 90 minutos. Os apupos só surgiram nos minutos finais e ganharam amplitude após o apito final do árbitro Martín Vasquez.
O treinador do Coritiba, com tranqüilidade, disse que foi a melhor partida do time e a evolução ficou evidenciada no volume de jogo. “Criamos muitas situações e o Olimpia só se defendeu”, frisou. Para Antônio Lopes, o empate foi injusto ante as inúmeras chances criadas pelo seu time. “Tivemos maior dificuldade no segundo tempo, mas mesmo assim poderíamos ter feito mais gols.”
Na sua análise, caso o centroavante Tuta – contratado pelo Coritiba, mas que só terá condições de jogo para a segunda fase (caso o time se classifique) – estivesse em campo, a vitória não escaparia. “Com o número de cruzamentos, principalmente pelo lado direito, e com sua presença na área, iria fazer gols, não tenho dúvida”, afirmou. Lopes tentou com Laércio e Bruno, mas reconhece que nenhum deles tem o perfil de Tuta, uma referência na área adversária.
“Saio satisfeito com a atuação, pois o time está em evolução. É claro que o resultado não foi o esperado”, reconheceu. Mesmo acreditando que não houve falta no lance que originou o empate dos paraguaios, o treinador creditou o gol à falta de malícia do grupo. Os jogadores têm o mesmo pensamento. “Em Libertadores é assim. Um descuido é fatal”, lembrou o atacante Luís Mário. “Acho que houve irregularidade, mas poderíamos ter evitado o gol”.
O próximo jogo do Coritiba na Libertadores será somente no dia 4 de março e até lá a comissão técnica espera contar com Aristizábal para reforçar seu ataque. O jogo será contra o Rosário Central, na Argentina. Para o técnico Luís Cubillas, do Olimpia, pelo que rendeu ontem, o Coritiba pode “arrancar” bom resultado diante dos argentinos, mesmo fora de casa. No domingo, o Coxa encara o Beltrão, no Sudoeste do Estado, pela última rodada da fase classificatória do campeonato paranaense.
