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Ricardinho e Rafinha mostram entrosamento a caminho de Maringá.

Dez dias de ‘exílio’. Por mais que possa parecer estranho, a ida do Coritiba para Maringá tem efeitos positivos para o grupo, que se une ainda mais neste momento do campeonato paranaense. Para a comissão técnica, é mais uma chance de colocar o grupo no rumo da liderança, que será defendida amanhã, às 16h, contra o Engenheiro Beltrão, no Estádio João Cavalcanti Menezes. Longe de casa, das famílias e da torcida, os jogadores do Coxa buscam o apoio nos próprios companheiros.

Não é fácil deixar tudo para ficar – em tese – sozinho no Norte do Estado. "É complicado, mas a gente tem que entender a posição da diretoria. O nosso estádio está sendo reformado, e temos que jogar em Maringá", resume o centroavante Luís Carlos. Neste período de dez dias, o Cori jogará no Willie Davids (próxima quinta, contra o Cianorte) e em Campo Mourão (no outro domingo, contra a Adap), além da partida deste final de semana.

E o fato de os jogos serem sucessivos ajuda a passar o tempo. "Não dá nem tempo para pensar. Vamos jogar no sábado, depois tem partidas na quinta e no domingo. Assim, ficamos focados somente no campeonato", comenta o zagueiro Miranda. "Neste aspecto, a gente consegue ficar ainda mais ligados na competição porque estamos distantes de Curitiba. Em casa, você está com seus familiares, relaxa mais. Claro que é bom, mas em um momento esse isolamento é positivo", diz o goleiro Fernando.

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Ainda mais porque os líderes do grupo estão trabalhando diariamente a união do elenco. "O nosso grupo é muito bom, e em uma situação como a que passamos em Maringá, os jogadores passam mais tempo juntos. Isto é ótimo", afirma o capitão Reginaldo Nascimento. "Para esta passagem, recebemos jogadores com espírito de grupo, como Rubens Júnior, Rafinha e Rodrigo Batatinha. E o ambiente fica cada vez melhor", completa o preparador físico Róbson Gomes.

É o tal "espírito de grupo" que faz o time viver um momento positivo, com quatro vitórias consecutivas. "Na teoria, não poderíamos estar com o elenco em estado atlético tão bom. Mas a responsabilidade desses atletas faz com que a melhora seja cada vez mais. E temos exemplos positivos, como o Jackson, o Nascimento, o Capixaba e o Fernando. No momento em que os mais experientes gostam de treinar, todo mundo acompanha", diz o fisicultor.

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E não se esquecem dos momentos de folga. "Eles precisam de períodos livres, senão ninguém agüenta", resume Róbson Gomes. "A gente conversa muito, e se aproxima ainda mais. Estamos muito bem", garante Luís Carlos. Por isso, até mesmo instrumentos musicais seguiram para Maringá. "Tem sempre um batuque na volta", diz Miranda. "O pessoal faz uma música para alegrar ainda mais a turma", finaliza o zagueiro Alexandre.

Jackson volta, mas em outra posição

Ele está pronto. Com duas semanas de treinamento, o meia Jackson foi escalado para fazer sua reestréia no Coritiba já na partida de amanhã, contra o Engenheiro Beltrão. Apesar de não jogar há quase dois meses, o armador garante estar preparado para atuar noventa minutos, depois da forte preparação física que fez. E se muda o estilo de jogo e até o posicionamento, Jackson viu um Cori parecido com o que deixou.

Isso porque o elenco tem muitas caras conhecidas. "Muito do pessoal que estava aqui continuou, e isto é muito bom", comenta o meio-campista, lembrando que os líderes do grupo, Fernando e Reginaldo Nascimento, são remanescentes do time que conquistou a vaga na Libertadores em 2003. "Estes garotos que estão agora têm muita qualidade, e eu fico feliz de ter voltado", festeja.

Em campo, Jackson troca de função. "Eu vou jogar do outro lado", resume o meia, que chegou a ser ala-direita com Paulo Bonamigo e amanhã será o armador pela esquerda. "Além disso, eu ficarei mais adiantado, mais perto do ataque", diz – se bem que isso não represente que ele vai marcar menos. "Isso não muda. O professor Lopes quer que eu seja o terceiro atacante e o terceiro do meio-campo, dependendo da situação do jogo", completa.

Por este motivo Jackson até chega a ficar preocupado. "Eu treinei muito bem nas duas últimas semanas, mas antes fiquei 45 dias sem jogar noventa minutos. Estou me sentindo bem, mas não imagino o que possa acontecer", afirma. Em contrapartida, o preparador físico Róbson Gomes acredita que o armador não terá problemas. "Ele está pronto, pode ter certeza", garante o fisicultor. "Este é o incentivo que eu precisava", brinca Jackson.