O gol, contra uma das melhores
equipes, foi festejado em tom
de desabafo por Luís e Brum.

Qual seria a receita para um time quebrar o jejum de vitórias jogando em casa? Pela lógica, seria partir para o ataque, ainda mais iniciando a partida com três atacantes. Mas a receita do Coritiba para vencer o São Caetano por 1 a 0, ontem, no Couto Pereira, foi diferente, talvez pelo fato de Aristizábal ter deixado o campo contundido aos 20 minutos da etapa inicial. A saída do colombiano quebrou a postura ofensiva do time, que venceu apostando no poder de marcação.

E sem o talento de Ari, que teve espaço para brilhar com a nova postura da equipe foi o volante Roberto Brum. O guerreiro do Alto da Glória tinha que ser mesmo o dono da festa. Afastado da equipe há quase três meses devido a um desentendimento com o técnico Antônio Lopes, que acabou com o pedido de desculpas do atleta, o jogo de ontem marcou a “reestréia” de Brum. A brecha foi dada com a contusão do titular, Márcio Egídio. Por coincidência, o time voltou a vencer depois de um mês e 22 dias.

O retorno não poderia ter sido melhor. Comandando o sistema de marcação na meia-cancha, ele foi fundamental para segurar o Azulão. Com uma equipe habilidosa, com os lépidos Euller e Fabrício Carvalho na frente, o adversário tomou conta do jogo.

Bem amarrado, o São Caetano tomou um susto logo aos 6 minutos, quando num rebote mal feito da zaga, o oportunista Luís Mário marcou gol da vitória. Mas não se abalou e partiu para cima. Em alguns momentos, parecia que o adversário jogava em seus domínios. Tanto é verdade que a bola quase não chegou no centroavante Tuta, que mais uma vez esteve apagado em campo. Sem ser servido, o artilheiro jogava praticamente no meio e a toda hora pedia a bola aos companheiros.

No entanto, pelo panorama do jogo, isso era meio difícil. Ciente da deficiência ofensiva – Alexandre Fávaro não entrou bem no jogo e acabou substituído por Batatinha – o diferencial coxa foi mesmo a defesa, com eventuais contra-ataques. Apesar de esporádicos, eles poderiam até ter dado ao coxa um placar maior. Numa péssima atuação do árbitro carioca Wagner Tardelli, ele deixou de dar duas penalidades favoráveis ao coxa. Mas, no final das contas, o que valeu foram os três pontos conquistados, que certamente aliviaram a pressão a qual o time vinha sendo submetido. Com o resultado positivo, o Coxa saiu da zona de rebaixamento.

Cori perde Marquinhos e Figer vira “gigolô”

O vice-presidente do Coritiba, Domingo Moro, acionou a sua metralhadora giratória e declarou guerra ao empresário Juan Figer, que tinha uma “parceria” com o Alviverde. Tudo em função da quebra de acordo em relação ao meia Marquinhos, que está no São Paulo.

O jogador, que tem direitos federativos ligados a Figer, sepultou qualquer possibilidade de vestir a camisa alviverde ao entrar em campo pelo Tricolor paulista no sábado – ele foi autor do gol da vitória do time. A partida contra o Grêmio marcou a sétima dele neste Brasileirão, o que o impede agora de se transferir para outro clube brasileiro nesta temporada. O grande problema é que, segundo Moro, tudo estava certo entre atleta e clube e Figer quebrou o pacto. “Estava tudo certo. Valor de contrato, salário, luvas e aluguel de residência. Foi uma traição e este atleta nunca mais terá a chance de vestir a camisa do Coritiba”, disparou o dirigente.

Quanto a Figer, a barra pesou ainda mais. Moro disse que não havia rompimento, pois o acordo com o empresário uruguaio de nada serviu ao clube. “Só existe rompimento quando há algo de bom. Não é o caso. Esses empresários são gigolôs de jogadores, que ganham dinheiro com o corpo dos atletas. Aqui não pensamos em dinheiro, mas no sucesso do time”.

Não bastassem o caso de Marquinhos, o Coritiba também acabou levando rasteira no caso do meia atleticano Adriano, que esteve com o pé no Alto da Glória. Na semana passada, apesar das rusgas com a diretoria rubro-negra, Adriano renovou contrato.

CAMPEONATO BRASILEIRO
9ª Rodada
Local: Couto Pereira.
Árbitro: Wagner Tardelli Azevedo (Fifa-RJ)
Assistentes: Aristeu L. Tavares (Fifa-RJ) e Carlos Henrique Alves de Lima (RJ)
Gol: Luís Mário, aos seis minutos do 1º tempo.
Cartões Amarelos: Euller, Gilberto, Adriano, Luís Mário, Márcio Alexandre, Tuta, Roberto Brum.
Público pagante: 7.336 (Público Total: 8.464)
Renda: R$ 70.642,50

Coritiba 1 x 0 São Caetano

Coritiba: Fernando; Rafinha, Miranda, Reginaldo Nascimento e Adriano; Ataliba, Roberto Brum e Capixaba; Luís Mário, Aristizábal (Alexandre Fávaro (Rodrigo Batata)) e Tuta (Vágner). Técnico: Antônio Lopes

São Caetano
Sílvio Luiz; Tiago, Dininho e Serginho; Márcio Alexandre (Warley), Mineiro, Marcelo Matos (Borges), Lúcio Flávio e Gilberto; Euller (Fábio Baiano) e Fabrício Carvalho. Técnico: Muricy Ramalho

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