O Coritiba não se acanha em ser o chamado “time chato” neste Campeonato Brasileiro. O técnico Antônio Lopes quer transformar a posse de bola em uma espécie de arte, e para isso exige muito dos jogadores nos treinos. Com tanta repetição, o time chega a níveis altos de eficiência, e se transforma em um tormento para os adversários. O próximo a provar da estratégia coxa é a Ponte Preta, amanhã, às 20h30, no Couto Pereira.
“As outras equipes têm dificuldade quando nos enfrentam porque acabamos dominando muito a bola e controlando o jogo. Assim, nós sempre temos vantagem”, comenta o volante Ataliba, um dos jogadores fundamentais do sistema alviverde. “E a gente fica chato mesmo, pois os adversários não conseguem impor o jogo. Além disso, nós marcamos muito bem, e temos o contra-ataque a nosso favor”, completa.
Ataliba ganha os louros da boa fase com Roberto Brum, que é o jogador de passe mais eficiente do Coritiba. “No jogo contra o São Paulo, o Brum teve um percentual de erro de menos de 2%. Este é um número dificílimo de ser alcançado. E não é aquele passe estático, são jogadas trabalhadas e com objetivo”, elogia Antônio Lopes. “Este é o fruto de uma seqüência de treinamentos que temos”, comenta o Senador.
E Lopes quer cada vez mais dos jogadores. Para o Delegado, o futebol precisa da ‘repetição’. “A melhora do fundamento técnico, e até mesmo do tático, vem dos exercícios repetidos. É natural, porque o atleta se acostuma a fazer a coisa certa. É o reflexo condicionado”, comenta o treinador coxa, feliz por ver o time melhorando no passe. “No início do Brasileiro, nós errávamos quase 30% dos passes. Agora, estamos em menos de 10%, o que os profissionais do futebol acreditam ser um número muito bom”, conta.
Somada a essa melhora, vem a extrema movimentação, que é exigida também com veemência por Lopes. No coletivo de ontem (ver matéria), o técnico alviverde berrou com Alemão, Ricardo, Cléber e Massai, pedindo que não ficassem ‘estáticos’ – usando uma expressão comum no vocabulário do Delegado. “Eu fico no cangote deles, forçando para que eles não falhem. E dá resultado, e a prova está nos números”, diz.
E também no campo, já que o Coxa está em ascensão -no brasileiro, o time só perdeu um dos últimos nove jogos. “Não se consegue nada sem trabalho, e é isso que estamos fazendo”, diz Roberto Brum. “Nós adotamos uma forma de jogar e está funcionando”, concorda Lopes. “O importante é que estamos conseguindo os resultados, e espero que seja assim contra a Ponte Preta, já que é um jogo de seis pontos. Se vencermos, estaremos mais próximos dos líderes”, finaliza Ataliba.
Enfim, uma base pronta
Ficou claro que o Coritiba conseguiu, depois de 28 rodadas, montar uma base. E aquele que pode ser considerado o time titular alviverde só não estará todo em campo amanhã porque Adriano está suspenso. Com Jucemar recuperado dos problemas no tornozelo, o técnico Antônio Lopes tem o time escalado. Só falta Reginaldo Vital se recuperar das dores musculares.
A exigência física dos últimos dias deixou o armador com problemas na coxa. “É natural. O Vital estava há muito tempo sem jogar e aí voltou jogando quatro partidas seguidas. Eu deixei ele de fora dos treinos, mas na conversa que tivemos ficou claro que ele estará em campo”, afirma o treinador alviverde.
Por sinal, Lopes continua preocupado com o desgaste físico de seus principais jogadores. No coletivo de ontem, além de Reginaldo Vital, Aristizábal foi poupado (o colombiano saiu ainda no aquecimento) e Ataliba e Capixaba foram substituídos por Juninho e Alexandre Fávaro. Alemão e Cléber fecharam o time principal, mas contra a Macaca o Coxa terá Fernando; Jucemar, Miranda, Flávio e Ricardo; Ataliba, Roberto Brum, Capixaba e Vital; Tuta e Aristizábal.