Coritiba se abala e Gionédis atira pra todo lado

“Jogo horrível, resultado horrível, ataque horrível.” Partiu daí o contundente e claro discurso do presidente Giovani Gionédis após a derrota do Coritiba para o Paraná. Apesar de ser um clássico, fora de casa e contra um adversário que precisava da vitória, ninguém no Coxa engoliu a derrota, e o resultado foi o desânimo dos jogadores, o desalento do técnico Antônio Lopes e a irritação de Gionédis, que admitiu já pensar em 2005.

Para o presidente, o Cori não tem mais muito o que fazer no Brasileiro. “Enquanto a gente tiver chances matemáticas, precisamos acreditar, mas eu acho que não vamos sair dessa zona do agrião aí”, confessou. “Nós nunca conseguimos dar o salto. Sempre que tivemos a chance de crescer na competição, de passar adversários, nós ficamos no caminho. Foi assim com o Atlético-PR, com o Atlético-MG e agora com o Paraná”, atirou.

Gionédis cobrou dos jogadores melhor atitude após o clássico. “Claro que é necessário cobrar. Precisamos ganhar os jogos, e desse jogo não dá nem para falar”, comentou.

O treinador está preocupado com o excesso de falhas ofensivas, fato citado abertamente pelo presidente. “É claro que sempre que erramos, fico pensando em como melhorar. E todos os jogadores treinaram finalizações durante a semana, mas na hora do jogo não funcionou.”

O jogo contra o Cruzeiro, diante da tristeza coxa, ficou em segundo plano. “É necessário trabalhar para que a garotada esteja tranqüila para a partida”, afirmou Lopes. Gionédis, questionado sobre a presença de torcida, também acabou soltando farpas. “Acho que a torcida, neste ano, não foi ao estádio como deveria. Uma média de cinco, seis mil pessoas por jogo para quem tem a maior torcida do Estado é inaceitável”, disparou.

Com tanta irritação, o presidente confirmou que o planejamento para 2005 começa a ser pensado com mais carinho. E Antônio Lopes está incluído nesses planos. “A diretoria não pensa em trocar de treinador. Já conversamos com ele, demonstramos nosso interesse na sua permanência, e ele concordou. Está tudo bem encaminhado”, disse Giovani Gionédis, confirmando a tendência de trabalhos prolongados de treinadores em sua gestão. Em dois anos e meio de gestão, o Coxa teve Joel Santana, Paulo Bonamigo e o Delegado no comando técnico.

Tabu de 11 anos

O Paraná conseguiu mais um importante passo em seu verdadeiro calvário no Brasileiro de 2004. Sábado, venceu o Coritiba por 1 a 0, no Pinheirão, subindo para 36 pontos. Os paranistas podem comemorar uma posição a mais na tabela: saíram da 22.ª para a 21.ª posição. Já o Coritiba, se manteve na 11.ª posição. O jogo marcou a quebra de um tabu de 11 anos sem vitória sobre o Coxa, desde os 3×0 de 1993.

O Paraná começou mais ligado e o resultado foi que aproveitou logo a primeira oportunidade criada, para abrir o placar. O gol foi feito em jogada individual do lateral-direito Edinho, que deu um drible de corpo na marcação de Rafinha e Roberto Brum e mandou no canto de Fernando, que pouco pôde fazer.

Foi o suficiente para o Tricolor, que usou a estratégia de impedir o setor de criação do Coritiba agir com liberdade, durante todo o primeiro tempo. O time de Paulo Campos se colocou na defesa e segurou o pouco inspirado ataque do Coritiba. Depois, no entanto, foi amplamente dominado pelo Coritiba, que sequer teve uma chance mais aguda. A melhor oportunidade em todo o jogo foi numa cobrança de falta de Reginaldo Vital, que foi espalmada por Flávio.

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