Alexandre Fávaro pode ser a surpresa. |
Imagine que o Cruzeiro saiu do campeonato brasileiro. Isso mesmo, como se uma canetada do STJD tirasse o líder da competição. Com isso, o jogo de hoje reuniria os dois melhores times do segundo turno. E é por essa situação que o Coritiba respeita e se preocupa com o Goiás, que saiu da lanterna do brasileiro para entrar no grupo intermediário, graças a uma espetacular reação. O confronto acontece às 20h30, no Couto Pereira.
Nos onze jogos do segundo turno, Goiás e Cruzeiro marcaram 23 pontos, tendo as melhores campanhas do período. Apesar da irregularidade dos últimos jogos (sem Tcheco, foram três vitórias e duas derrotas), o Coritiba marcou 20, sendo portanto a terceira melhor equipe da segunda fase do brasileiro. “Isso prova a qualidade dos dois times”, resume o técnico alviverde Paulo Bonamigo.
E o treinador coxa tem seus motivos para ficar satisfeito com a recuperação do Goiás. Afinal, no comando do adversário desta noite está Cuca, que é muito próximo a ele. “Ele mostrou toda a competência dele nessa melhora do Goiás. E eu estou feliz, porque ele é meu amigo e um profissional de muita qualidade”, elogia Bonamigo.
Sobre o adversário, o técnico alviverde acredita em dificuldades. “Eles estão jogando muito bem, têm três atacantes e ao mesmo tempo conseguem se recompor com eficiência”, explica. “Vai ser uma das partidas mais complicadas do campeonato brasileiro”, concorda o volante Roberto Brum. “Eu acredito em uma ótima partida, provavelmente com muitos gols”, completa Bonamigo.
Para passar por tão difícil adversário, o Coritiba tenta voltar a apresentar a eficiência e a atitude que foram fundamentais nos bons resultados. “Se não recuperarmos isso, não vamos conseguir nada nos próximos jogos”, afirma o volante Reginaldo Nascimento, que será zagueiro de ofício no jogo desta noite.
E como o jogo é dentro de casa, retoma-se o “pacto” de conseguir o maior número possível de pontos no Couto Pereira (no segundo turno, foram apenas dois pontos perdidos). “Vamos jogar em nossa casa, e temos a obrigação de conseguir o resultado”, confirma Nascimento. “Nós vamos precisar de todo o apoio da nossa torcida. Com a ajuda deles e com a vontade dentro de campo, temos todas as condições de vencer a partida”, finaliza Bonamigo.
Serviço
Os ingressos para o jogo de hoje têm os seguintes valores: arquibancada, R$ 15,00; cadeira inferior, R$ 30,00, cadeira superior, R$ 50,00. Menores de 12 anos, maiores de 60, estudantes e mulheres pagam meio-ingresso em todos os setores do Couto Pereira. Para estes, os preços ficam os seguintes: cadeira superior, R$ 25,00; cadeira inferior, R$ 15,00; arquibancada, R$ 7,50.
Os locais de venda são o Alto da Glória, as lojas do clube nos shoppings Total e Cidade, as lojas Alfaluz nas ruas Carlos de Carvalho e Tibagi, as lojas do Candeias no shopping Curitiba e na rua Marechal Deodoro, as lojas Trio de Ferro no Shopping Estação e em Santa Felicidade e a panificadora Réus, em Pinhais.
Dúvida é só no ataque
É a hora de mudar – mas nem tanto. O Coritiba vai ter alterações na partida contra o Goiás, só que o técnico Paulo Bonamigo não pretende fazer “terra arrasada” do time. Por isso, ele parte para a formação ?alternativa?, com o retorno de Willians, e dificilmente vai sacar Lima, que vem sendo muito criticado. Com isso, há apenas uma vaga em aberto para a formação da equipe.
Willians ganha a vaga de Edinho Baiano, que terá um “descanso programado”. “Ele precisa ser preservado. Posso dizer que ele fica fora para jogar o Atletiba”?, confirma Bonamigo. Odvan (que tem condições de jogo, pois segundo o departamento de futebol ele levou o segundo amarelo) passa a ser o zagueiro de sobra, enquanto Ceará e Reginaldo Nascimento partem para o combate. Willians será o primeiro volante, dando liberdade para as subidas de Roberto Brum e Jackson.
Essa formação é semelhante à que foi usada nas partidas contra Flamengo, Figueirense e Atlético-MG. “E nós jogamos assim no segundo tempo dos jogos do Vasco e do Guarani”, relembra Bonamigo. Só que há uma variável: como o Goiás pode jogar com três atacantes, o Cori teria uma linha de quatro zagueiros, com Adriano também recuando. “Pode ser dessa forma, temos que estudar ainda”, desconversa o treinador.
Na frente, fica a dúvida entre Helinho e Alexandre Fávaro. O primeiro é o favorito para a função, já que tem características semelhantes às de Edu Sales, que cumpre suspensão automática. Mas o “Príncipe” tem boas chances, já que compacta mais o meio-campo (voltando para ajudar no combate) e é um dos cobradores oficiais de faltas e escanteios.
Lima, que poderia ser sacado, vai jogar. Bonamigo até pensou na entrada de Souza, mas como o meia está com uma torção no tornozelo, o titular será mantido – a opção de Helinho e Fávaro jogarem juntos é remota. Para o treinador, acima da possibilidade de um ou outro jogarem, o fundamental é acertar o posicionamento. “Se nós não estamos jogando bem nas últimas partidas, temos que mudar alguma coisa. Vamos acertar as posições e arrumar o time”, avisa.
CAMPEONATO BRASILEIRO
Súmula
Local: Couto Pereira
Horário: 20h30
Árbitro: Alexandre Lourenço Barreto (RS)
Assistentes: José Otávio Dias Bittencourt (RS) e José Antônio Chaves Franco Filho (RS)
CORITIBA
X
GOIÁS
CORITIBA
Fernando; Ceará, Odvan, Reginaldo Nascimento e Adriano; Willians, Roberto Brum, Jackson e Lima (Souza); Helinho (Alexandre Fávaro) e Marcel. Técnico: Paulo Bonamigo
GOIÁS
Rodrigo Calaça; Gustavo, Fabão, Renato e Leandro Smith (Jefisley), Cléber, Simão e Josué; Grafite, Dimba e Araújo. Técnico: Cuca
Cuca quer vencer 1.º duelo
O técnico Cuca, do Goiás, tenta hoje quebrar uma marca pessoal: virar o placar adverso de duas derrotas neste Brasileirão para o técnico Bonamigo, do Coritiba. Os dois treinadores são amigos desde a época em que atuavam no Grêmio, nos anos 90 e fora de campo têm uma relação estreita, beneficiada pela opção de dar sequência a uma carreira dentro do futebol – quando eram atletas, já discutiam tática de jogo.
Cuca e Bonamigo já se enfrentaram em um clássico paranaense, quando Cuca comandava o Paraná, e posteriormente quando ele já estava no comando do Goiás. Bona levou a melhor nas duas, mas isso não preocupa Cuca. “Não vou fazer nada para surpreendê-lo. Não tem segredos. O que temos a fazer é jogar o nosso futebol e respeitar o adversário que, se está em terceiro não é à toa”, diz, com a panca de quem tirou o time goiano da UTI. Quando foi contratado, na 11.ª rodada, o Goiás estava na lanterna da competição e nos primeiros jogos, a sua contratação chegou a ser questionada. “Não me arrependi de ter aceitado o desafio. Confiava no elenco e especialmente no meu trabalho”. A prova veio dentro de campo. Sob o comando de Cuca, o Goiás ficou 16 jogos sem perder e hoje ocupa a 14.ª colocação, com 44 pontos. “Ainda estamos lutando para deixar o rebaixamento de lado. Depois pensaremos em outros objetivos”, confessa.
O título é uma tarefa impossível para o Goiás, mas o treinador acredita que o Cruzeiro ainda não conquistou nada, apesar de estar oito ponto na frente do vice-líder Santos. “Ainda tem muita água para rolar e Santos, Coritiba e São Paulo estão de olho. A briga deve ficar ainda mais acirrada nas próximas rodadas”.
Paraná
Quando optou por deixar o Paraná Clube, time no qual iniciou o campeonato brasileiro, o treinador sofreu críticas duras e chegou a ser chamado de mercenário pelos tricolores mais revoltados. Entretanto, com uma tranqüilidade ímpar, ele garante que sente uma pontinha de orgulho pela regularidade apresentada pelo Tricolor no nacional. “Eu plantei a semente, tive apoio dos dirigentes nas contratações e elas deram certo. O clube não investiu muito e conseguiu montar um time competitivo. E o Saulo agora está usando sua competência para dar seqüência. O paraná tem tudo para acabar a competição numa boa colocação.”