A festa começa no sábado, mas só será completa com uma vitória no domingo. Os jogadores do Coritiba sabem que, esperançosos com a boa campanha e festejando o 93º aniversário, a torcida espera vitória contra o Guarani, domingo, às 17h, no Couto Pereira. Somando-se esses fatos à necessidade de recuperação no campeonato brasileiro, aumenta a pressão por um bom resultado.
E, para que essa pressão não influencie o rendimento da equipe, a comissão técnica busca o discurso da tranqüilidade. “Sabemos da importância da vitória, mas não podemos esquecer que há um adversário do outro lado, e de muita qualidade”, afirma o técnico Paulo Bonamigo. “Mas temos que, em casa, vencer sempre”, completa.
O Guarani tem uma das melhores campanhas fora de casa. “Eles são os visitantes mal-educados”, brinca o meio-campista Sérgio Manoel. Com uma equipe desacreditada, o Bugre chegou à sétima posição no Brasileiro (apenas um ponto atrás do Cori, que é o sexto) vencendo inclusive Paraná e Atlético. “O Jair Picerni está comprovando lá a qualidade que demonstrou no São Caetano. E vamos enfrentar nosso maior desafio no campeonato brasileiro”, acredita o volante Roberto Brum.
Respeitando o adversário, o Cori não se esquece da necessidade de vitória. E os jogadores tentam dar ao jogo essa caracerística. “Não podemos falar em pressão, mas justamente em necessidade. Temos a responsabilidade de vencer o Guarani”, admite o zagueiro Picolli. “A nossa parte temos que fazer”, concorda o goleiro Fernando.
Com esse pensamento, se o aniversário cai no dia anterior ao jogo, melhor. “Só nos dá maior motivação para vencer”, diz Sérgio Manoel. “É um momento importante para o clube, e o nosso dever é vencer o Guarani para dar essa alegria ao torcedor do Coritiba”, promete Roberto Brum.
E para que a alegria seja completa, Bonamigo e os jogadores esperam um bom público no Alto da Glória. “Se eles nos ajudarem, será ainda melhor”, afirma Sérgio Manoel, que deve fazer sua primeira partida após a contusão que o tirou dos campos por quase quatro meses. Os ingressos estão à venda nos seguintes preços: arquibancada, R$ 15,00; cadeira inferior, R$ 30,00; cadeira superior, R$ 50,00; menores, mulheres e estudantes, R$ 10,00. Sócios de todas as categorias terão acesso livre ao Couto Pereira.
Time diferente no treinamento
Quem fosse ao Couto Pereira ontem e acompanhasse o treino coletivo comandado por Paulo Bonamigo iria se surpreender. Os desfalques aumentaram, e o time titular estava desfigurado. Mas o treinador não demonstrava preocupação, até porque todos os titulares (à exceção de Tcheco) devem estar à disposição para a partida de domingo contra o Guarani.
Eram quatro titulares incontestáveis entregues ao departamento médico. Os que mais preocupam foram a campo e ainda não sabem se vão jogar. O volante Reginaldo Nascimento e o atacante da Silva passaram por um teste físico e foram aprovados, mas com ressalvas. “Eles estão se recuperando muito bem, só que é cedo para afirmar alguma coisa”, explica o médico William Yousef.
Já Edinho Baiano e Picolli foram poupados – o capitão coxa tomou um pisão no pé esquerdo e o ex-capitão está com cansaço muscular.
Sem cinco titulares, Bonamigo montou um time bastante diferente: Fernando; Reginaldo Araújo, Danilo, Juninho e Adriano; Ataliba, Roberto Brum, Sérgio Manoel e Lúcio Flávio; Lima e Jabá. O treinador coxa aproveitou para confirmar a entrada de Sérgio Manoel como titular, na vaga do lesionado Tcheco (além dele, Willians desfalca o Cori domingo). “Ele vai começar jogando”, garante Bonamigo.
Fávaro volta e espera vez
Ele voltou. Depois de uma temporada onde foi campeão pela seleção brasileira sub-20, o meia Alexandre Fávaro retornou ao Coritiba com a esperança de ser titular e de continuar mostrando o seu futebol – e, quem sabe, ser novamente chamado. Ele prefere evitar falar em `projeto olímpico’, mas os planos do jogador são altos.
E ele sabe que, para aparecer, precisa jogar. Mas nem pensa em `pedir passagem’. “Quem sabe da escalação é o Bonamigo, e ele vai saber o momento melhor para que eu jogue”, afirma o “Príncipe” do Alto da Glória. E essa identificação o fez correr atrás de informações da equipe em lugares inóspitos, como o Principado de Omã. “Eu acessava a Internet sempre que possível, e consegui acompanhar essa boa fase do Coritiba”, conta.
A seleção sub-20 participou do Torneio Internacional de Omã, contra China, Emirados Árabes, Tailândia e os donos da casa. “Não joguei todas as partidas porque houve rodízio entre os atletas. Mas foi bom encarar esse desafio tão longe de casa”, comenta Fávaro, que quer usar o aprendizado na seleção para ganhar espaço no Cori. “Quero mostrar que evoluí, e que posso ajudar ainda mais o Coritiba”, finaliza.