O grande passo foi dado. Após quatro pontos conquistados fora de casa, o Coritiba voltou para casa definitivamente na luta pelo título brasileiro.
A cinco pontos do líder Santos, três do vice-líder Cruzeiro e apenas um do terceiro colocado São Paulo, o Cori conseguiu dez pontos em 15 possíveis no segundo turno, e vive seu melhor momento na competição. Credenciado pela crítica e respeitado pelos adversários, o Alviverde parte agora para a sua maior luta: fazer a torcida ir ao Couto Pereira.
Pode parecer estranho, mas o Coritiba sofre para levar seu torcedor ao estádio neste brasileiro. Entre os 24 participantes da competição, o Cori tem (até a 26.ª rodada) a modesta décima-sexta colocação em média de torcedores por partida. Nos quatorze jogos que fez no Alto da Glória, o público médio vem sendo de 8.584 pagantes. Clubes em crise, como o Grêmio, tem presença melhor – no caso do time gaúcho, lanterna do Brasileiro, as últimas duas partidas no Olímpico tiveram média de 20 mil pessoas.
Mas, agora, não há o que reclamar. “Não tem motivo para não ir ao estádio”, resume o técnico Paulo Bonamigo. Sem perder no Couto Pereira desde 9 de julho (São Paulo 2×0) e em ótima fase, o Cori pode atrair um grande público para acompanhar o jogo contra o Atlético-MG, domingo, às 18h. “Eu sei que nossa torcida é exigente, reclama aos trinta minutos do primeiro tempo, mas esses jogadores têm crédito por tudo que estão fazendo. É hora de dar um voto de confiança ao elenco e lotar o estádio”, apela o treinador coxa.
É, no final das contas, um convite para a galera participar do ?pacto? alviverde em busca do aproveitamento máximo jogando em casa, que até agora vem dando certo. Nesse returno, foram dois jogos e duas vitórias contra Juventude e Flamengo, o que melhorou o aproveitamento alviverde no Alto da Glória para 64,29%, mas ainda distante do bom rendimento de Cruzeiro, Santos e Inter. “Nós temos esse compromisso de fazer o maior número de pontos possível, e para isso o apoio do torcedor é muito importante”, diz Bonamigo.
Para motivar ainda mais o público a comparecer no Couto Pereira, a diretoria já colocou os ingressos à venda, com novidades. A partir de agora, atendendo diversas solicitações, haverá meio-ingresso para mulheres em todos os locais do estádio. Os preços ficam os seguintes: cadeira superior, R$ 25,00; cadeira inferior, R$ 15,00; arquibancada, R$ 7,50.
Para os outros torcedores, o preço dos ingressos não muda: cadeira superior, R$ 50,00; cadeira inferior, R$ 30,00; arquibancada, R$ 15,00; menores de 12 anos, maiores de 60 e estudantes, R$ 7,50. Os locais de venda são o Alto da Glória, as lojas do clube nos shoppings Total e Cidade, as lojas Alfaluz nas ruas Carlos de Carvalho e Tibagi, as lojas do Candeias no shopping Curitiba e naAvenida Marechal Deodoro, as lojas Trio de Ferro no Shopping Estação e em Santa Felicidade e na panificadora Réus, em Pinhais.
Bonamigo garante a mesma tática das duas vitórias
O esquema está aprovado. As mudanças táticas implantadas por Paulo Bonamigo nos jogos contra Flamengo e Figueirense deram tão certo que o treinador vai manter o Coritiba jogando no 3-5-2 ?disfarçado? no domingo, contra o Atlético-MG. A estratégia ofensiva mostrou-se confiável também na defesa, além de criar uma série de opções táticas a serem usadas durante os jogos.
A resposta do elenco à nova formação chegou a ser surpreendente. Jogadores que tiveram seu posicionamento alterado foram os principais destaques da vitória sobre o Figueirense: Ceará, que foi o zagueiro pela direita, Roberto Brum, que tornou-se o primeiro volante, e Danilo, que transformou-se em líbero. “As coisas deram certo também porque o momento físico e técnico do elenco é muito bom”, comenta Bonamigo.
E como a principal resistência à adaptação tática era o costume do elenco em jogar no 3-5-2, com as boas atuações isso deixou de ser preocupação. “Se o Ceará não se machucasse, tenho certeza que estaríamos jogando assim há mais tempo”, afirma o meia Tcheco. “Não tenho porque mexer. A equipe está consistente, e nós estamos evoluindo dentro da competição”, completa o treinador alviverde.
Com isso, as dúvidas em relação à equipe não envolvem mudanças táticas. “No lugar do Lima, eu tenho que colocar um jogador de ofensividade”, confirma Bonamigo, que no treino de hoje à tarde deve definir o retorno de Souza ao time titular. Na defesa, com Odvan de volta e Edinho Baiano liberado, o técnico reconhece que terá que tomar uma decisão complicada. “Eu tenho certeza que vou cometer alguma injustiça, deixando alguém que vive um ótimo momento de fora da equipe”, finaliza.
Tranqüilo
Tcheco não demonstrou tristeza em ter ficado de fora da seleção brasileira que enfrenta Colômbia e Equador, pelas Eliminatórias da Copa de 2006. “Eu acho que os jogadores que foram chamados tinham merecimento, principalmente o Renato (do Santos). Vamos ver se nas próximas listas eu sou lembrado”, comenta o meio-campista.
Com a atenção voltada para o Coritiba, após ter recusado a proposta do Al-Ittihad, da Arábia Saudita, Tcheco espera a possibilidade da compra de metade de seus direitos federativos. “O Tcheco é um símbolo do Coritiba. E símbolos devem ser preservados e valorizados. Queremos tê-lo conosco por muito tempo”, garante o secretário Domingos Moro. (CT)