O meia Souza pode ganhar uma vaga entre os titular. |
Não adianta imaginar facilidades. O técnico Paulo Bonamigo aproveitou a difícil partida contra o Grêmio para dar novo alerta ao elenco: a partir de agora, os adversários vão se preocupar cada vez mais com o Coritiba, mesmo que o jogo seja fora de casa. Por isso, toda atenção é necessária para a partida contra o Vasco, quinta-feira, às 20h30, em São Januário. E o time vai ter mudanças.
O problema mais evidente para Bonamigo está na defesa. Apesar da trinca Odvan, Edinho Baiano e Reginaldo Nascimento ter melhorado durante o jogo de sábado, o treinador alviverde quer uma atuação linear. “Está melhorando, principalmente no segundo tempo. Mas nós temos que acertar ainda mais”, comenta.
Mas isso não implica na mudança de peças, ou mesmo na adaptação do time à forma do Vasco jogar – é possível que Régis Pitbull, Edmundo e Donizete joguem juntos. “São individualidades importantes, e nós temos que ter cuidado. Mas não vou ficar mexendo na minha equipe”, diz Bonamigo, que no entanto quer evolução. “Não é porque os resultados aparecem que a gente tem que esconder o que está errado”, confirma.
E é por isso que o técnico ainda não oficializou a presença de Lima na equipe. O meia-atacante foi bastante criticado na partida contra o Grêmio, e pode perder a posição para Souza. Além de Lima ter ido mal, pesa o fato do armador ter entrado e contribuído decisivamente para o gol de Helinho. “Eu quero fazer algumas observações. Pode ser que eu mude”, confessa Bonamigo.
Na possibilidade da mudança no meio está implícita outra preocupação do treinador. Ele vê um time imóvel em alguns momentos da partida, e que parece não saber jogar sob forte marcação. “Eles vão ter que se acostumar com isso, porque vai ser pior a cada partida”, explica Bonamigo. Segundo ele, a única solução é a constante movimentação. “É isso que pretendo trabalhar até o dia do jogo”, avisa.
A única modificação confirmada é a entrada de Marco Brito no lugar de Marcel. O centroavante titular está suspenso. “As características são um pouco diferentes, mas o Marco é o imediato e é ele quem deve entrar”, argumenta Bonamigo, descartando a utilização de Helinho (ver matéria) desde o início do jogo. “É um jogo difícil, mas eu estou pronto para jogar. Conheço o Vasco e a força deles em São Januário, mas temos condições de vencê-los”, afirma Marco Brito.
A dúvida fica para Adriano. O lateral deixou o jogo de sábado reclamando de dores na coxa, e foi constatada uma contratura no músculo posterior da coxa esquerda. “Ele está em tratamento, e se for o caso vamos levá-lo para o Rio para continuar a recuperação”, explica o médico William Yousef. Caso Adriano fique de fora, Bonamigo já confirmou a entrada de Lira na ala-esquerda.
Um talismã na reserva
Dura sina essa dos talismãs. Ao mesmo tempo em que são importantes para a equipe e lembrados pela torcida, correm o risco de virar eternos em suas ?funções?. Caso de Helinho, que salvou o Coritiba no jogo contra o Grêmio, no sábado. Mesmo aparecendo bem, ele ainda não conseguiu arrebanhar uma vaga no time titular – e seu caso explicita bem a dificuldade dos jogadores do Norte do país em se adaptarem ao clima, à cultura e ao futebol do Sul.
Quando chegou do Remo, Helinho tinha a marca de ser o principal jogador de sua equipe, e por isso se tornava uma das reais opções para Paulo Bonamigo, que foi quem o indicou para a diretoria alviverde. Mas, para uma pessoa que veio do Pará, o primeiro adversário estava em campo antes de começarem os treinos. “O frio é muito forte. Cheguei a ficar com medo. Pensei que ia morrer de frio”, comenta, com certo fatalismo.
Depois, Helinho precisou se adaptar ao estilo de jogo do Coritiba, que é mais ?gaúcho? que ?carioca?. “É bem diferente, é mais pegado, e isso me dificultou bastante”, comenta o atacante, que reconhece que sofreu para se adaptar. “Isso realmente existe. É complicado, porque você muda muito. Mas agora está tudo bem”, reconhece.
Tão bem que ele finalmente encontrou seu espaço no Alto da Glória. “Eu estava trabalhando para ser reconhecido, e isso aconteceu. Agora tenho que continuar a treinar, até mais forte, para sempre ter a confiança do Bonamigo”, afirma Helinho, que garante não ficar chateado com o fato de não ser escalado desde o início do jogo na partida contra o Vasco. “A gente está aqui para ajudar, seja começando jogando ou entrando durante os jogos.”