Coritiba prepara presente de grego para os gaúchos

O Coritiba quer acabar com a festa do Internacional hoje à tarde, no Couto Pereira. O clube gaúcho completou ontem 94 anos, mas o Alviverde faz questão de apagar as velinhas do bolo do adversário colorado.

Para cumprir esse objetivo e sacramentar a primeira vitória no Brasileirão, o Cori contará com o apoio da sua torcida, que teve que acompanhar de longe a estréia da equipe no domingo passado, contra o Flamengo.

Até o início da tarde de ontem haviam sido vendidos cerca de 2,5mil ingressos. Mas tanto a diretoria do clube quanto os atletas apostam na presença maciça do torcedor para o compromisso de logo mais. “A torcida foi parte fundamental na conquista estadual. À medida que o time foi engrenando, a torcida foi se empolgando e nos apoiando cada vez mais. Na final, o estádio estava lotado e nós a mil”, relembrou o meia Tcheco, um dos jogadores mais aplaudidos pela torcida. Além de passar confiança aso jogadores, o meia acredita que a torcida alviverde é mestre em desestabilizar os adversários. “Eles pegam no pé do time adversário, que acaba errando mais e se desestabilizando.”

Entretanto, mesmo com a confiança no apoio do torcedor, Tcheco prevê uma parada difícil contra o Inter, um time de muita pegada. “Com o campeonato nesses moldes, qualquer pontinho é precioso. Por isso, estamos prevendo um jogo muito disputado e viril”. mesmo reconhecendo o valor do adversário, Tcheco sabe a receita para “jogar água no chope” do Internacional. “Nossa maior arma é o entrosamento. Estamos jogando do mesmo jeito desde o estadual e essa sintonia tem sido o nosso diferencial. Só precisamos de mais atenção em momentos decisivos”, finaliza.

Apostando justamente nessa qualidade da equipe, o técnico Paulo Afonso Bonamigo, que completa hoje cinquenta jogos no comando alviverde, mantém a mesma equipe que estreou contra o Flamengo. A justificativa da manutenção de Pepo, um meia que não tem dificuldades de jogar mais atrás é simples. “Com o Pepo a equipe ganhou mais equilíbrio e mais força de combate no meio. Ao mesmo tempo, ele pode aparecer como elemento surpresa no ataque”, disse o treinador.

Sangaletti de líbero, Gavilan de ala direito

O técnico Muricy Ramalho fará mais experiências no time titular do Inter. Depois de três meses no comando, Muricy ainda não conseguiu repetir a mesma equipe. Hoje, contra o Coritiba, Sangaletti será o líbero e Gavilan o ala direito.

Por causa da falta de zagueiros, Muricy lança mão de seu volante e o coloca como líbero. Na ala direita, que até agora ninguém conseguiu assumir a posição de maneira incontestável, Gavilan terá a sua oportunidade. O paraguaio teve muito boa participação no coletivo desta tarde e Muricy acredita que essa seja a sua verdadeira posição.

Sangaletti participou do treinamento e não sentiu dores na região da testa em que teve um corte. Porém, suas pernas mostraram sinais de cansaço, mas não preocupam o jogador.

O vice de futebol, Vitório Píffero, segue em busca de um zagueiro para apaziguar o irascível Muricy. “Nós estamos tendo uma série de lesões, mas isso faz parte. Esperamos dar um novo jogador ao Muricy nos próximos dias”, prometeu Píffero.

Previsão é de “Grenal” na estréia no Alto da Glória

A partida entre Coritiba e Internacional, hoje à tarde, no Couto Pereira, tem um sabor especial para o goleiro Fernando e o zagueiro Fabrício. Os gaúchos do Alto da Glória foram revelados com a camisa do Grêmio e em suas veias corre fogo quando o assunto é o arquirival Colorado.

“Não há como negar que existe uma motivação especial contra o Inter. A rivalidade entre gremistas e colorados é enorme, mesmo porque em Porto Alegre só exitem os dois clubes”, afirma Fernando.

Antes de sonhar em ser um jogador de futebol profissional, o goleiro alviverde já vestia a camisa do Grêmio. “Esses dias estava revendo fotos antigas e encontrei uma em que estava jogando bola com meu pai, com a camisa gremista”, diz o arqueiro. Sua história com o Grêmio, no entanto, ganhou contornos mais fortes quando em 91 foi para as categorias de base da equipe. “Fiquei lá até 2000, quando fui emprestado para a Francana. Nesses longos anos, disputei inúmeros Grenais pelas categorias de base. E cada vitória era uma festa.”

Desde que chegou ao Coritiba, em 2001, Fernando teve a oportunidade de enfrentar o “inimigo” três vezes. “Foram duas vitórias e um empate. Espero continuar mantendo a invencibilidade com a camisa do Coritiba, que tem sido um amuleto”, diz o atleta. A ligação de Fernando com o Grêmio é tão forte que durante a semana vários amigos dele, gremistas fanáticos, ligaram pedindo que ele “mordesse” o Colorado. “Vamos em busca da vitória, mas não por esses pedidos, mas sim pela torcida coxa-branca.”

À epoca das categorias de base, Fernando tinha como companhia o zagueiro Fabrício, que chegou no Olímpico em 92, um ano depois do goleiro. “Dei os primeiros chutes no Inter, mas quando tive oportunidade de ir para o Grêmio, meu time de infância, foi aquela satisfação. Quando ganhávamos, era alegria dupla: de atleta e torcedor”, relembra. Quando deixou o Grêmio, no início de 2001, para jogar no Joinville, os encontros com o arquirrival diminuiram, mas a rivalidade continua mais forte do que nunca. “Não tem como negar que enfrentar o Inter tem uma motivação especial. Desta feita mais ainda, pois é a primeira vez que os enfrento com a camisa do Coritiba”, diz o jogador.

Entretanto, Fabrício acredita que a tarefa de passar pelo adversário não será fácil. “Com esse campeonato de pontos corridos, acabou aquela história de empate fora de casa valer vitória. Cada pontinho é fundamental e certamente eles vêm para cima. Todo o cuidado é pouco”, conclui.

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