Para muitos, a saída de Roberto Brum do time titular do Coritiba era apenas a chama que faltava para acender o pavio e explodir uma crise. Afinal, quando Paulo Bonamigo pensou em tirá-lo do time, no ano passado, o “Senador” não perdeu tempo, e abriu o verbo dizendo que era o titular e que não sairia dessa condição.
Agora, ele está mais tranqüilo e tem grandes chances de ser a novidade coxa no jogo contra o Londrina, amanhã, às 16h, no Estádio do Café, em Londrina.
E a reação serena do volante surpreendeu muita gente. “Até eu achei estranho não ter reagido. Meus familiares também pensaram que eu ia fazer alguma coisa, mas eu não podia fazer alguma coisa por pura vaidade”, comenta Roberto Brum, que também está mais calmo na relação com dirigentes, jornalistas e torcedores. “Eu tenho que trabalhar pela minha instituição, e principalmente pelo presidente Giovani (Gionédis), que foi uma pessoa que acreditou em mim e comprou meu passe”, confessa.
Não que Brum não tenha ficado chateado com a saída do time, que aconteceu depois da derrota para o Sporting Cristal por 4×1, pela Libertadores. “Algumas coisas aconteceram, mas tudo bem. Só posso dizer que estou com saudade de jogar futebol. Matei um pouco dela na partida contra o Rosario, mas ainda tem muito a fazer”, diz o “Senador”, que no jogo de quarta também se envolveu na confusão com os argentinos – ele trocou sopapos com o lateral Papa.
Segundo o volante, não adiantava abrir a boca. “Eu pensei muito nessa situação, e resolvi não falar. Era uma situação complicada, o time vinha de derrota e não era o momento de jogar cocô no ventilador”, comenta, voltando rapidamente ao velho estilo. Brum admite estar amadurecendo. “A gente muda os conceitos. Quando eu era mais jovem, eu realmente fazia isso, e acabava tendo as conseqüências. Agora eu percebi que tem muito mais a ser levado em conta”, afirma.
É realmente um ?novo? Roberto Brum. “Eu sei que tenho que fazer tudo pelo Coritiba, que é o clube que eu defendo. Se for preciso catar bola atrás do gol para ajudar, eu vou fazer isso”, resume ele, que agora recebe o apoio dos críticos – ao contrário do que acontecia no passado. “Isso é normal. Acho que a gente, quando está há muito tempo, acaba perdendo o fator novidade, e outros têm que ser testados”, afirma o “Senador”, que quer voltar para não mais sair. “Esse é o meu objetivo, mas quem decide é o nosso comandante, que é o Lopes”, finaliza.
Falta definir quem fica com a vaga na defesa
A chuva intermitente da tarde de ontem deixou o técnico Antônio Lopes sem muitas opções para treinar e com várias dúvidas para escalar o Coritiba para o jogo de amanhã, contra o Londrina. Ele deixou em aberto os substitutos dos suspensos Márcio Egídio e Reginaldo Nascimento, e apenas confirmou a volta de Tuta, entrando no lugar do também suspenso Aristizábal.
O centroavante, por sinal, foi um dos poucos que foram ao campo 4 do CT da Graciosa para treinar. “Eu chamei alguns atletas que estão precisando de treinos específicos, e o Tuta está entre eles. Faz tempo que ele não joga com regularidade, e ele precisa aprimorar um pouco do lado técnico”, explica o treinador coxa. Além de Tuta, treinaram os goleiros (Fernando, Vizzotto e Douglas), os laterais Tesser e Ricardo e o atacante Bruno.
Nenhum destes, entretanto, começará jogando, à exceção do centroavante. Só que Antônio Lopes ainda não anunciou quem vai jogar no setor defensivo do Cori. “Eu já tenho os substitutos na mente, mas vocês vão ter que esperar um pouco para ver”, avisa ele, para depois dar uma pista. “Ninguém pode esperar que vai jogar. Quem pensar que vai jogar pode ficar de fora”, alerta.
Recado para alguém? Em tese, para os presumíveis ?imediatos? de Nascimento e Egídio, que seriam Danilo e Roberto Brum. Mas Lopes não se alongou nas dúvidas, apenas dizendo que no treino de hoje (9h, no CT da Graciosa) os titulares para a partida contra o Londrina serão conhecidos. Na defesa, a disputa fica entre Danilo e Nivaldo, com o jovem Wagner correndo por fora. No meio-campo, Brum disputa uma vaga com Pepo.
Vai
Luís Mário ainda não se recuperou por completo da fibrose na coxa direita, e depois do jogo contra o Rosario chegou a dizer que não enfrentaria o Londrina. Mas ele segue hoje com a delegação para o Norte, devendo entrar no segundo tempo do jogo contra o Tubarão. A posição oficial é que ele precisa ganhar ritmo de jogo.
