Lúcio Flávio aceita reduzir o salário
para facilitar sua permanência em Curitiba.

A grande dúvida do Coritiba para 2003 se chama Lúcio Flávio. Ao contrário do que muitos esperavam, a diretoria anunciou esta semana o interesse na renovação de contrato do meio-campista, que teve uma participação regular no campeonato brasileiro.

O negócio é complicado, porque envolve o Paraná, o jogador e o Coritiba – e dinheiro para um reempréstimo, única possibilidade de permanência de Lúcio no Alto da Glória. E esse negócio pode acabar envolvendo jogadores do atual elenco coxa.

A negociação para a contratação do jogador, concretizada em julho, foi complicada, envolvendo a cessão do estádio Couto Pereira para o Paraná Clube e ainda um valor em dinheiro (cerca de R$ 70 mil). Negócio fechado (o mais bombástico da temporada no futebol paranaense), havia ainda o acerto entre jogador e clube, que demorou mais um certo tempo – que tirou Lúcio dos primeiros amistosos do Cori no segundo semestre.

Mas para quem foi alvo de tanta expectativa, o rendimento de Lúcio Flávio acabou decepcionando, apesar dos seis gols que marcou no campeonato brasileiro. Ele acredita que fez um bom campeonato. “Acho que pude colaborar com o Coritiba, mas como a classificação não veio, algumas críticas acabam ficando exageradas”, afirma. O secretário Domingos Moro confirma a posição favorável da diretoria ao jogador. “Ele participou da grande maioria dos gols do Coritiba, seja marcando ou fazendo as assistências. Não consigo entender quem fala que o Lúcio não foi bem no Coritiba”, diz.

Só que, para um dos atletas mais caros do elenco alviverde, há correntes no clube (tanto na diretoria quanto na torcida) que se decepcionaram com o meio-campista. Tranqüilo, Lúcio crê que pode render mais na próxima temporada – isso se ele permanecer no Coritiba. “Está tudo se encaminhando bem, pois a diretoria trabalha pela continuidade do elenco”, explica, somando a isso a permanência já acertada do técnico Paulo Bonamigo.

Apesar da confiança do jogador e dos desejos da diretoria, a negociação não deverá ser fácil. Precisando de dinheiro, o Paraná não deve ceder para reemprestar Lúcio Flávio – não há a menor possibilidade de compra do passe do jogador, o que inclusive impede o Cori de manifestar com mais força o interesse pelo atacante tricolor Márcio, antigo sonho da direção e de Bonamigo.

Quando fala em dinheiro, a diretoria coxa é pragmática. “Nós temos que trabalhar dentro das nossas viabilidades”, reconhece Domingos Moro. “Mas isso não impede de pensarmos na permanência do Lúcio, que foi um jogador importante nesse Brasileiro”, completa. Se for o caso, o Cori aceitaria conversar com o Paraná para alinhavar uma troca. “Dependendo do caso, podemos ver que jogadores interessariam ao Paraná”, confirma Moro. Além disso, seria inevitável um ajuste salarial -muito provavelmente para baixo. A princípio, o jogador aceita diminuir a pedida. “Em uma negociação, a gente tem que ceder. E posso sim reduzir o salário”, garante.

Mais

Além de Lúcio Flávio, o Coritiba está interessado em dois jogadores que passaram pelo Paraná Clube. O meia Alexandre (que foi dispensado do Tricolor) confirmou que está negociando com o Cori e também com o Internacional. O outro é o zagueiro Weligton, que detém seus direitos esportivos e já teria sido procurado por dirigentes alviverdes. Por enquanto, a direção coxa nega esses contatos, mas sabe-se que ambos os nomes já estão na lista de análises do técnico Paulo Bonamigo.

Liédson é “sonho” para direção

O sonho ainda não acabou. Se depender do desejo do Coritiba, o atacante Liédson até poderia voltar ao Alto da Glória, mas para isso acontecer seria necessária uma reviravolta no caso. O mínimo que a direção alviverde espera é que o Flamengo pague o que deve em relação ao empréstimo dele – dinheiro que seria usado justamente na contratação de um atacante.

Depois da saída turbulenta do Cori, Liédson tornou-se o destaque do Flamengo no campeonato brasileiro, marcando 14 gols na competição. Mas o Coritiba (que detém 30% dos direitos esportivos do atacante) e o Prudentópolis ainda não viram a cor dos R$ 300 mil que o time carioca iria pagar pelo empréstimo. Segundo pessoas ligadas à direção coxa, Liédson só recebeu um salário desde que chegou à Gávea.

Mas para que isso signifique um retorno do artilheiro ao Cori, é ainda pouco. “Se eu fosse mesurar, as chances de volta do Liédson são do mesmo tamanho da nossa parte no passe”, resume o secretário Domingos Moro. Não ajuda também o relacionamento entre os “sócios” -os dirigentes de Cori e Prude não se bicam. O destino mais provável do atacante é o futebol português.

Com isso, abre-se caminho para a vinda de outro atacante. A diretoria coxa não confirma, mas o nome de Calmon, que atua no Avaí (mas pertence ao Malutrom) estaria nas análises do comando do futebol e do técnico Paulo Bonamigo. Por enquanto, os dirigentes do Cori dizem apenas estar preocupados com as renovações de contrato. (CT)

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