Se perguntassem para o técnico Paulo Bonamigo, até que ele seria a favor da suspensão da rodada do campeonato brasileiro. A maré de contusões criou dois novos problemas para o treinador, que perdeu Willians e Souza para o jogo de domingo, às 16h, contra o Paysandu, em Belém do Pará. No total, são oito desfalques, contando os contundidos há tempos e o suspenso Tcheco.
“Estava fazendo as contas, e quase dá para montar um time”, consegue brincar Bonamigo. Dos jogadores que estão sempre formando no time principal, estão fora Fernando (joelho), Ceará (púbis), Fabrício (pulso), Odvan e Adriano (coxa), Willians (tornozelo) e Souza (joelho). Completando a turma, Tcheco e os reservas Tesser e Nivaldo, que estão em recuperação.
É tanta gente que a reação quando mais um se machuca parece ser a mais normal possível. “Está fora”, diz o médico alviverde William Yousef, antes mesmo que se pergunte sobre Souza, o lesionado de ontem – que já reclamava de uma pancada na panturrilha no dia anterior. “Ele sofreu um entorse no joelho, e nós vamos precisar avaliá-lo com mais cuidado. Mas não tem jeito de recuperá-lo até domingo”, explica Yousef.
Além dele, Willians foi vetado ontem, já que não conseguiu se recuperar da torção no tornozelo. E ainda há Lima, que viaja para Belém com problemas musculares na coxa esquerda. “Ele vai ser avaliado lá”, resume Yousef. “Vamos esperar pela recuperação dele até quando pudermos, principalmente pela situação que enfrentamos”, comenta Bonamigo.
As mudanças vão forçar Bonamigo a escalar o Cori no 4-4-2, com Fernando Vizotto, Maurinho, Danilo, Edinho e Leandro. No meio-campo, Reginaldo Nascimento e Roberto Brum terão ao seu lado Jackson e provavelmente Pepo, isso se Lima não foi liberado pelos médicos – a dúvida também é na filosofia de jogo, se mais ofensiva ou cautelosa. Na frente, Bonamigo já confirmou que Marcel e Edu Sales serão os titulares.
Reginaldo é amuleto no esquema de Bonamigo
Um dos únicos jogadores do Coritiba atual a estarem em campo na ?estréia? do esquema 3-5-2 é, no final das contas, o que representa dentro do gramado a alteração tática que vai acontecer no jogo de domingo contra o Paysandu. E este jogador é, também, o do elenco que mais vestiu a camisa alviverde. É também, no pensamento do técnico Paulo Bonamigo, um dos ?intocáveis? do time. Sim, é Reginaldo Nascimento.
O volante nem poderia ser chamado como tal nos últimos dez meses, pois ele era na verdade o terceiro zagueiro. No planejamento tático de Bonamigo, Nascimento servia como um elemento híbrido, já que do posicionamento dele se resolveria a equação do sistema alviverde. Se ele desse um ?passo? para frente, era volante. Se fosse para trás, seria zagueiro. Só que, na quase totalidade dos jogos, Reginaldo era o zagueiro pela esquerda.
E ele foi se adaptando aos poucos. Ainda no ano passado, o volante já aceitava ser chamado de zagueiro. “A gente faz o que o técnico manda. Na maioria das vezes, o jogador precisa de um técnico”, explica Nascimento, que pela consciência tática é hoje um dos jogadores mais importantes do elenco para Bonamigo. “Ele não sai do time, de jeito nenhum”, diz o treinador, quando perguntado sobre quem seriam os volantes do Cori em um esquema 4-4-2.
E saber disso – a mudança de esquema tático -, os olhos de Nascimento brilham. Apesar de estar acostumado com a função defensiva, o jogador não esconde a vontade de jogar ?na dele?. “Se eu puder jogar na minha, ótimo. Temos que ajudar a equipe no que for, e seja na posição que for, mas eu prefiro jogar na posição que sempre joguei”, resume Reginaldo, que deve – para alegria dele – ser novamente chamado de volante a partir de agora.
Lembrança
Daquela equipe que enfrentou o Paraná em 13/5/2001, apenas Nascimento e Edinho Baiano estão no Cori. Marcelo Cruz está no futebol português, Paulo Roberto no São José-RS, Maxsandro e Mabília no Náutico, Juliano no Paulista, Fabinho no Japão, Alexandre no Remo, Evair no Figueirense e Leandro na Suíça.