| Auremar de Castro / O Estado de Minas |
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| Marques, mesmo marcado por Nascimento, foi o destaque do jogo. |
Erguer a cabeça, aprender com a derrota e concentrar todas as forças em busca de uma vitória na próxima rodada. A receita já soa repetitiva para a torcida do Coritiba, mas teve que ser repetida mais uma vez ontem, após a derrota diante do Atlético-MG, por 1 a 0, em Belo Horizonte.
O problema é que as rodadas passam, o discurso continua o mesmo e a situação do Coxa no Brasileirão é cada vez pior.
O time continua na zona de rebaixamento, viu alguns dos concorrentes na luta contra a segunda divisão se distanciarem e já percebe a aproximação do próprio Galo Mineiro, que agora está apenas dois pontos atrás.
Por isso mesmo, a possibilidade de disputar a segunda divisão já começa a fazer parte do planejamento alviverde para 2006. Ninguém jogou a toalha ainda, é claro. Mas o presidente do Cori, Giovani Gionédis, já começa a pensar o que fazer caso o clube seja mesmo rebaixado para a Série B. ?Seria um desastre financeiro. Se o time cair, vamos voltar àquela fase em que tínhamos oito oficiais de justiça em frente ao Couto Pereira,
as rendas penhoradas…?, dizia Gionédis na saída do vestiário do Mineirão, ontem.
E é justamente no medo de uma tragédia que o Coxa encontra motivação para continuar lutando. ?Temos que ganhar do São Caetano.
Não tem outro jeito.
Já providenciamos ingresso e ônibus para a nossa torcida e vamos invadir a cidade. Temos que acreditar. A torcida tem que acreditar e ir para São Caetano?, convoca o presidente alviverde.
No jogo de ontem, Gionédis diz ter visto motivos para continuar acreditando no time. ?Chegamos a dominar o meio-de-campo, mas não levamos sorte. O time jogou com raça, com garra. Isso nunca faltou.
O que falta é um pouco de qualidade técnica. Temos jogadores que não estão em uma boa fase, como o Renaldo, mas nunca faltou determinação?, avalia.
O técnico Márcio Araújo concorda com o presidente. ?Nessa situação, a derrota parece maior do que ela é.
O time se esforçou muito e o resultado mais justo seria um empate?, diz o treinador, que também aposta na raça para vencer o Azulão no próximo domingo. ?Não vamos jogar a toalha jamais. Já vivi situações ainda mais difíceis do que essa e o time conseguiu reverter, com muita superação.?
Mas de nada adianta o discurso do presidente e do técnico se os jogadores não fizerem sua parte. ?Temos que nos juntar e dar as mãos para fugir dessa situação?,
diz Douglas. ?Não vai ser fácil, mas temos a consciência de que, se a gente fizer a nossa parte, o Coritiba vai estar na primeira divisão em 2006?, finaliza o goleiro alviverde.
Zaga falha e Galo não perdoa
Como já era esperado, as mais de 24 mil pessoas que foram ao Mineirão ontem assistiram a um jogo de pouca técnica e muita pegada. Empurrado pela torcida, o Atlético-MG dominou a maior parte do jogo, criou as melhores oportunidades e soube aproveitar uma falha da defesa do Coritiba para vencer por 1 a 0.
A partida começou com o Galo pressionando, mas esbarrando na boa marcação. Já o Cori tentava explorar os contra-ataques, mas errava muitos passes e encontrava na defesa mineira uma barreira que se mostrou instransponível para os atacantes alviverdes.
O primeiro lance de perigo veio apenas aos 33? do primeiro tempo, numa cabeçada de Pablo Gimenez que passou perto do travessão de Douglas. No minuto seguinte, saiu o gol que definiu a partida. Vagner não cortou uma bola dentro da grande área e acabou perdendo para Gimenez, que chutou a bola em cima de Rodrigo Dias, que ficou com ela e tocou para as redes.
Atrás no placar, o Coxa teve que partir para cima, mas mais uma vez os atacantes alviverdes não tiveram qualidade suficiente para reverter o placar. No segundo tempo, o técnico Márcio Araújo tentou mudar o panorama apostando nas laterais. Rubens Júnior e Rodrigo Batata entraram nos lugares de Ricardinho e James e conseguiram dar mais velocidade ao time coxa-branca.
As chances começaram a aparecer e o empate quase veio em duas boas jogadas de Caio. Na primeira, ele arriscou um chute de longe e o goleiro Bruno teve trabalho para defender em dois tempos.
No lance seguinte, o camisa 10 do Cori deu um lindo drible dentro da área, deixou um adversário sentado, mas seu chute esbarrou em uma belíssima defesa de Bruno.
Depois, o Galo chegou perto de ampliar, em falhas da marcação alviverde e num chute na trave de Renato.
O Coxa também acertou o poste, numa cobrança de falta de Rubens Júnior, mas não conseguiu nada mais que isso. No final, o magro placar de 1 a 0 ficou de bom tamanho para duas equipes que podem até permanecer na primeira divisão, mas já mostram um futebol de segunda.
Campeonato Brasileiro
40.ª rodada
Gol: Rodrigo Dias, aos 34? do primeiro tempo.
Árbitro: Lourival Dias Lima Filho (BA).
Assistentes: Alessandro Álvaro Rocha Matos (FIFA-BA) e Luiz Carlos Silva Teixeira (BA).
Cartões amarelos: Rodrigo Dias, Rodrigo Silva, Alício, Marques (Atlético-MG), Capixaba e Vagner (Coritiba).
ATLÉTICO-MG 1 x 0 CORITIBA
Atlético-MG
Bruno; Thiago, Lima, Cáceres e Rodrigo Dias (Henrique); Alício, Rodrigo Silva, Thiago Feltri e Tchô (Ramon); Marques e Pablo Gimenez (Renato). Técnico: Lori Sandri.
Coritiba
Douglas; James (Rodrigo Batata), Vagner, Anderson e Ricardinho (Rubens Júnior); Reginaldo Nascimento, Capixaba (Anderson Gomes), Jackson e Caio; Renaldo e Alcimar. Técnico: Márcio Araújo.