Coritiba paz e amor amanhã

Não há, para este Atletiba, nenhuma campanha ostensiva de paz ou coisas afins. Como lembrança, ano passado até o prefeito Cássio Taniguchi entrou para apaziguar os ânimos.

Mas, ao contrário de outras oportunidades, os pedidos de tranqüilidade partem dos jogadores de Atlético e Coritiba, que se enfrentam amanhã, às 16h, no Joaquim Américo. O lado alviverde se esforça para acalmar o ambiente, tenso pela situação difícil que ambas as equipes enfrentam no campeonato brasileiro.

O primeiro pedido veio de Reginaldo Nascimento, que deve ser a principal novidade para o clássico. “Não podemos deixar que a situação dos times influa no clima do jogo. Senão a vontade pode se transformar em violência”, afirma o ?volante-zagueiro?. O pensamento dele é claro: mantendo-se o nível dentro de campo, a atitude positiva dos atletas acaba sendo irradiada para as arquibancadas, onde os ânimos andam exaltados.

E ainda mais agora, somando a rivalidade com a crise. “É sempre bom a gente falar em paz, porque isso reflete em todo mundo. O exemplo tem que partir dos jogadores que vão estar em campo e vão se preocupar apenas em jogar futebol”, garante o lateral-direito Reginaldo Araújo. “A torcida quer ver um bom jogo, e eles terão isso com certeza”, completa Lúcio Flávio.

Se isso acontecer, será uma novidade nos últimos Atletibas, recheados de problemas, quase sempre envolvendo a arbitragem. O último, válido pelo supercampeonato paranaense (Coxa 1×0), teve expulsões, discussões e ameaças de briga generalizada. Antes dele, dois clássicos mais calmos, com destaque para o realizado na Copa Sul-Minas (Atlético 2×0), que não teve maiores problemas dentro de campo – porque fora dele, seguranças do Atlético agrediram jogadores do Coritiba.

Mas o Atletiba do paranaense do ano passado (Cori 3×2) é singular, porque até o alvo das críticas entrou na briga. Fazendo uma arbitragem polêmica (marcando pênaltis e tentando coibir ao máximo a violência), o hoje comentarista da TV Record Oscar Roberto Godói chegou a dar uma ?peitada? no atacante rubro-negro Adauto, que acabou expulso. No turno anterior, o clássico (Cori 2×0) teve brigas do primeiro ao último minuto (Marquinhos chegou a dar uma cambalhota na cara do goleiro Flávio), que se refletiram na torcida – a do Atlético destruiu o gradil do Couto Pereira.

É tudo isso que os jogadores querem evitar, mesmo sabendo que na hora do jogo tudo pode acontecer. O técnico alviverde Paulo Bonamigo também diz confiar em um clássico sem problemas. “Não me preocupo, porque são dois times que jogam futebol. Pode haver marcação, mas vai ser sempre leal. Se depender dos jogadores e dos técnicos, vai ser o Atletiba da paz”, finaliza o comandante coxa.

Dúvida persiste

Está começando a virar novela. Mais uma vez o volante Reginaldo Nascimento sentiu dores no joelho e segue sendo dúvida para o clássico de amanhã. Apesar de ter participado normalmente do coletivo de quarta, o jogador ainda não está plenamente recuperado.

Essas dores pós-treino estão sendo uma constante na recuperação de Reginaldo. Tanto é verdade que, às vésperas da partida contra o Grêmio o volante participou do coletivo, mas no dia seguinte ele não conseguia apoiar o pé direito no chão, e acabou vetado.

Mas, garante o médico Wil-liam Yousef, desta vez a história é outra. “Ele está com dores na região posterior do joelho direito, um local diferente da lesão”, explica. “Nós vamos ainda reavaliá-lo, mas confiamos que ele vai jogar”, completa Yousef. (CT)

O asa-negra do Atlético

Ele é um profundo conhecedor do Atlético, apesar de ter participado apenas de um Atletiba. O técnico Paulo Bonamigo tem um retrospecto favorável em clássicos, e tem um bom cartel quando se fala em Arena da Baixada. Nos últimos quatro jogos em que trabalhou no Joaquim Américo, ele conseguiu quatro empates, sempre com adversários considerados inferiores ao Atlético. É esse know-how no comando do Paraná que ele quer usar no clássico de amanhã.

No clima ‘paz e amor’ que envolve a preparação coxa para o clássico, Bonamigo elogiou o adversário de amanhã. “O Atlético joga para cima do adversário, e pressiona sempre. É uma equipe muito forte na Baixada”, diz o treinador coxa. As dificuldades que ele enfrentou o fizeram sempre montar equipes de forte marcação, tentando sempre diminuir os espaços para os avanços dos rubro-negros.

Mas ele não considera isso um fator decisivo para jogar bem no Joaquim Américo. “Eu acho que nós não podemos ter medo de enfrentar o Atlético. Concordo que a disciplina tática é importante, mas o fundamental é jogar com coragem, pressionar o adversário, não ter receio de jogar pela vitória”, resume Bonamigo, que como técnico coxa venceu o Atlético por 1 a 0, no supercampeonato paranaense, no Couto Pereira.

Além disso, ele prefere encarar o jogo como fundamental, mas para a classificação. “Temos que pensar na necessidade de um resultado positivo, porque precisamos dele para recuperar a nossa posição entre os oito primeiros. Mas claro que temos a consciência de que, com uma vitória sobre o Atlético, nossa motivação aumenta. Seria um acréscimo moral importantíssimo”, finaliza o treinador.

Finais

Os principais encontros de Bonamigo com o Atlético aconteceram na decisão do campeonato paranaense do ano passado. Foram três partidas entre o Rubro-Negro e o Paraná, e todos os jogos terminaram empatados: 1×1 no Couto Pereira e 1×1 e 2×2 na Arena. A última partida do treinador coxa no estádio atleticano foi válida pela Copa Sul-Minas, e terminou em 0x0. (CT)

Lúcio disputa seu 1º clássico em alta

Não é só ser o titular e principal esperança do Coritiba no campeonato brasileiro. É ser tudo isso em um Atletiba decisivo. Como sempre, as atenções estão se voltando para Lúcio Flávio, que chegou a ser ameaçado de não jogar contra o Juventude, mas respondeu as críticas com dois gols e uma boa atuação. Isso o faz ser o nome mais fulgurante do Cori no clássico de amanhã, e ele tem consciência disso.

Clássico não é novidade para ele. Lúcio já passou por jogos importantes atuando por Paraná Clube, São Paulo e Internacional, mas pela primeira vez encara um Atletiba. E, curitibano, o meio-campista coxa sabe que esse é o principal jogo da cidade, porque envolve as duas maiores torcidas do estado. “Realmente para mim é diferente, porque eu sei o quanto o jogo importa para a cidade e para todo o Paraná”, afirma.

Contra o Atlético, Lúcio conseguiu sempre jogar bem, inclusive marcando gols. Foram dezesseis jogos contra o Rubro-Negro, sendo que seis deles no Joaquim Américo. Por sinal, o último gol do Paraná na Arena foi marcado por ele, no clássico válido pelo campeonato brasileiro do ano passado, que terminou empatado em 1×1. “Os jogos pelo Paraná me fizeram saber da importância do clássico, mas agora a coisa é diferente, até mesmo pelo momento que as duas equipes atravessam”, afirma.

E esse componente fundamental na história do jogo também serve de motivação para o jogador. “Esse Atletiba pode significar a arrancada do Coritiba rumo à classificação”, diz. E Lúcio sabe que essa arrancada pode partir de seus pés. “Eu ficaria muito feliz se eu conseguisse ajudar o Coritiba a vencer o clássico. Eu imagino a alegria da nossa torcida se conseguirmos um resultado positivo”, finaliza.

Outros

Também estréiam no clássico o lateral-esquerdo Adriano, o meia Tcheco e o atacante Lima. “Para quem já viu vários jogos desde criança, participar de um Atletiba é emocionante”, afirma Tcheco. Para Adriano, outra emoção: ele completa 18 anos justamente amanhã. “Primeiro vou pensar no clássico. Depois do jogo, quero comemorar meu aniversário saboreando a vitória”, afirma o lateral coxa.

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