Coritiba e União Bandeirante fizeram ontem à tarde um jogo de opostos. De um lado, o líder do grupo, já classificado para as quartas-de-final do Paranaense. Do outro, um time com apenas oito pontos, segurando a lanterna da competição.
O previsível seria um massacre coxa-branca. Mas, no futebol, nem sempre o mais provável acontece.
Tanto que, quem diria, o União Bandeirante deu sufoco no Coxa durante grande parte do primeiro tempo. Descontente com o desempenho de Reginaldo Vital na partida contra o Náutico, o técnico Antônio Lopes optou por começar o jogo com o experiente Jackson no meio e se deu mal. Em tarde pouco inspirada, Jackson, Marquinhos e Capixaba foram envolvidos pela marcação do adversário. Sem um meio-de-campo criativo, o ataque era pouco alimentado. Tanto é verdade que o primeiro chute a gol do Coritiba veio aos 20 minutos de jogo.
Apático, o Coritiba chegou a sofrer pressão e só conseguiu uma jogada realmente eficiente aos 43 minutos, em um lance que gerou polêmica. Após um contra-ataque, Marciano recebeu lançamento profundo na área, em condição legal, e marcou o gol coxa. O assistente, no entanto, assinalou impedimento e o árbitro Héber Roberto Lopes anulou o gol. ?É uma coincidência grande. Só erram contra a gente?, disparou o técnico Antônio Lopes.
Como a arbitragem não fez a parte dela, Lopes resolveu fazer a dele e sacou Jackson, dando passagem a Reginaldo Vital. O time mudou da água para o vinho. Movimentando-se bem na meia-cancha, Vital deu novo ânimo aos setor ofensivo e o time melhorou muito. Mas faltou um pequeno detalhe: finalizar com eficiência. O segundo tempo foi um festival de bolas desperdiçadas, deixando evidente, mais uma vez, a deficiência alviverde na finalização. Mesmo jogando a etapa final praticamente todo no campo defensivo do União, o Coritiba não conseguiu fugir do empate. Vital chegou a balançar a rede no finalzinho do jogo. No entanto, desta vez o jogador estava mesmo impedido.
Com o resultado, o Coritiba perdeu a chance de garantir, com duas rodadas de antecedência, o primeiro lugar do grupo. Mesmo sendo improvável, o Cianorte, com 20 pontos, ainda pode ultrapassar o Coxa, que tem 25 pontos. O Cori volta a campo na quarta-feira, no Pinheirão, no jogo de volta contra o Náutico, pela Copa do Brasil. Nesta partida, o time comandado por Antônio Lopes precisa vencer por dois gols de diferença para seguir adiante. Se ganhar por 1 a 0, a decisão vai para os pênaltis.
Lopes e elenco reclamam das arbitragens
Já está virando rotina. Ontem, mais uma vez, jogadores e comissão técnica do Coritiba deixaram o gramado disparando contra a arbitragem, mesmo que tenha havido o reconhecimento das falhas da equipe.
?Perdemos muitas oportunidades, é verdade. Mas a arbitragem foi horrível e interferiu no resultado?, afirmou o meia Reginaldo Vital. Ele protestou veementemente, com a anulação do gol marcado por ele no finalzinho da partida. No entanto, neste lance, de forma isolada, a arbitragem agiu com correção.
A grande dúvida ficou no gol anulado de Marciano, aos 44 minutos do primeiro tempo. No replay da televisão, a imagem mostra o atacante na mesma linha da zaga. ?Se não tivessem sido dados tantos impedimentos, a sorte poderia ter sido outra?, acredita o volante Márcio Egídio, um dos destaques na partida. ?O árbitro estava mal-acompanhado?, completou o meia Marquinhos, apontando os assistentes como ?vilões? na partida.
O goleiro Fernando, articulado, ressaltou a questão como ?curiosa?. ?Os erros têm sido contra nós. Isso é no mínimo uma grande coincidência.? Entretanto, Fernando reconheceu que o time deixou a desejar. ?Temos que lutar contra essas adversidades também e não perder as chances criadas.?
Incomodado com o questionamento sobre a qualidade da finalização do time, Lopes disparou. ?Do jeito que foi, não adiantava o Laércio e o Marquinhos fazerem, pois acabaria anulado.? Depois, mais tranqüilo, o treinador reconheceu que o time precisa de mais trabalho de finalizações, mas elogiou a vontade do time no segundo tempo. ?O Coritiba foi envolvido no primeiro tempo. Mas demos a volta por cima e dominamos na etapa final.? Só faltou a vitória.
CAMPEONATO PARANAENSE
1.ª Fase – 2.º turno – 5.ª rodada
Local: Estádio Comendador Meneghel
Árbitro: Héber Roberto Lopes
Público: 870 (total 1.170)
Renda: R$ 6.385,00
Assistentes: Jedair Ferreira e Ismael Ferreira da Fonseca
Cartão amarelo: Jackson, Reginaldo Vital e Peti
União Bandeirante 0x0 Coritiba
União Bandeirante
Nivaldo; Cinha (Dênis), Casarotto e Édson; Buiú (Rodrigo), Peti, Carlinhos, Welington e Washington; Diego e Betinho (Tiago). Técnico: Perrô
Coritiba
Fernando; Rafinha, Miranda, Alexandre e Rubens Júnior; Márcio Egídio, Capixaba, Jackson (Reginaldo Vital) e Marquinhos (Rodrigo Batatinha); Laércio (Luiz Carlos) e Marciano. Técnico: Antônio Lopes