Alexandre Fávaro é um dos destaques
do Verdão para o jogo desta tarde.

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Não é só o Gama, nem mesmo a classificação. O Coritiba joga hoje em Brasília (16h, no estádio Mané Garrincha) a sua ressurreição em nível nacional. Se em 98 o caminho foi abortado, e no ano passado erros estratégicos complicaram a vida coxa, a classificação para a segunda fase do campeonato brasileiro significa a resposta em campo para uma filosofia de trabalho adotada no clube desde o início do ano. E, no mundo cruel do futebol, se não há resultados no campo, os acertos do caminho acabam ficando por lá mesmo.

Eleito como um possível “salvador da pátria”, o presidente Giovani Gionédis nunca escondeu que pretendia, antes de tudo, sanear o Cori. Se ainda não conseguiu isso (o clube devia, quando ele assumiu, mais de 30 milhões de reais), o presidente partiu para uma dura reengenharia no Alto da Glória – cortando gastos, demitindo funcionários e terceirizando serviços. Neste fim de ano, ele comanda o projeto institucional mais ousado da história coxa: a transformação do clube em empresa, com a criação do Coritiba Futebol S/A.

No campo, o objetivo era mais ou menos o mesmo: sem dinheiro para gastar, os pratas da casa tinham que ter mais espaço. A rota quase foi desviada com a passagem de Joel Santana (hoje no Vitória), mas a contratação de Paulo Bonamigo serviu como um sopro de ânimo. Apesar disso, ninguém esperava que o Coritiba chegasse na última rodada do campeonato brasileiro com chances reais de classificação. “Todo mundo sabe que foi formado um grupo para conseguir uma posição intermediária”, reconhece o técnico alviverde.

E com um elenco que privilegia os jovens jogadores. Do time que deve entrar em campo hoje contra o Gama, Adriano e Alexandre Fávaro foram formados no Alto da Glória (no grupo de vinte atletas que estão em Brasília, sete vêm das categorias de base do Cori). E destaques do futebol paranaense, como Tcheco e Lúcio Flávio, também ganharam a chance de aparecer (ou reaparecer) no cenário nacional.

Por isso, a classificação é tão importante. “É o clube que vai ganhar. Se vamos estar aqui ano que vem em uma disputa internacional é uma outra história”, resume Paulo Bonamigo. A participação na Copa Panamericana é um dos pontos mais citados por técnico e dirigentes. “Vamos retomar um caminho que o clube não segue desde 86”, espera o secretário Domingos Moro. “Eu tenho certeza que vamos nos classificar”, garante o zagueiro Picolli.

Ele é uma das prováveis novidades da equipe. Após o treino de ontem em Brasília, Bonamigo acredita que Picolli e Tcheco reúnam condições de jogo – apesar de eles ainda não estarem plenamente recuperados. Se ambos jogarem, é possível que Reginaldo Araújo (que está na mesma situação dos dois) fique de fora. “Não posso ter em campo muitos jogadores sem a condição ideal”, justifica o técnico.

No ataque, segue a dúvida entre Jabá e Alexandre Fávaro. “Nós ainda temos um tempo para decidir”, esconde Bonamigo, que deve optar pelo “Príncipe” Fávaro. Para o treinador, essas dúvidas ficam pelo caminho quando se pensa no mais importante. “Acho que o jogador que ficar no banco pode ser importante depois. Todos aqui serão importantes para a classificação do Coritiba. É isso que queremos, e vamos lutar até o último instante para conseguir”, finaliza.

Gama em baixo astral e sem três

João Unes

Brasília

(AE) – Em clima de total abatimento pelo rebaixamento da equipe para a Série B, o Gama cumpre tabela neste domingo diante do Coritiba. Os jogadores não falam em vitória e o comentário no clube é um só: o rebaixamento. Todos apontam os erros que levaram o clube de volta à segunda divisão, depois de quatro anos na elite do futebol brasileiro.

Durante esse período, o momento de maior notoriedade do Gama foi quando o clube enfrentou as grandes equipes na Justiça, no famoso caso Sandro Hiroshi, em 1999. Em todas as quatro participações na Série A, o Gama sempre esteve lutando para escapar da zona de rebaixamento.

Para o jogo de despedida da equipe, o técnico Sergio Alexandre teve dificuldades para montar o time. O goleiro Pittarelli e os meio-campistas Jackson e Romualdo foram expulsos no conturbado último jogo em Belo Horizonte, contra o Altético-MG. Em substituição aos três, o treinador decidiu escalar o goleiro Júlio Cesar e os meias Jairo e Rodriguinho.

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