Tcheco no São Paulo? Tcheco no Atlético-MG? Os dois times, treinados pelos amigos Cuca e Bonamigo, disputam a contratação do meio-campista que se destacou no Coritiba e que está no Al-Ittihad, da Arábia Saudita. Mas, na surdina, a diretoria coxa já articula a volta do jogador – e acompanha com atenção a movimentação dos clubes e dos representantes do principal ídolo alviverde nas duas últimas temporadas.
As primeiras iniciativas partiram do tricolor paulista, que já se interessara em Tcheco no ano passado. A conversa teria sido com o procurador Ruy Gel, e mesmo com o presidente de honra do Malutrom Joel Malucelli. A idéia seria aproveitar uma possível inadimplência dos árabes e trazer o armador antes do fim da temporada local (fim de maio). Só que a primeira tentativa parou no presidente do clube árabe, que não quis nem conversa.
A articulação do Galo, mais modesta, se apóia em um trunfo de respeito: Paulo Bonamigo foi o técnico que trabalhou com Tcheco em seu grande momento, e poderia auxiliar em uma possível transferência. Mas ambos os clubes não teriam, em tese, a capacidade de pagar o que o meia ganha no Al-Ittihad – cerca de 50 mil dólares mensais (aproximadamente R$ 145 mil).
Segundo o pai do jogador, José Antônio Luciano, o São Paulo seria o clube com maior possibilidade de se aproximar do que Tcheco ganha. “Mas isso não seria para agora. Ele está recebendo em dia e não pode sair de lá antes do final do campeonato árabe”, disse José Antônio, em entrevista à rádio Transamérica. “O que há de certo é que ele volta, pois o desejo dele é jogar no Brasil”, completou.
Coxa na briga
Mas o Coritiba está na briga. Desde a saída do jogador, em outubro de 2003, a diretoria estuda como trazê-lo de volta. Com o interesse de outros clubes, o Coxa parte para a disputa aberta. “Nós vamos igualar ou cobrir qualquer proposta que for feita para o Tcheco. Ele vai voltar para o clube no final de maio ou início de junho”, afirmou o vice-presidente Domingos Moro.
O Cori pensa em termos práticos e empíricos. Se conseguir igualar a oferta do São Paulo (ou do Atlético-MG, caso esta seja maior), a direção alviverde acredita que a possibilidade de ficar perto da família e a ‘dívida’ que tem com o clube façam Tcheco optar pelo Alto da Glória. Mas não é só isso: ainda será necessário acertar a saída do armador com os árabes. “Eu acho que não haverá empecilhos para ele sair, desde que paguem o que o Al-Ittihad quer”, resumiu José Antônio Luciano.
A trinca é de ouro, mas todos vão ter de “ralar”
Na teoria, a vida é sempre mais doce do que na realidade. Quando pensou na formação com três atacantes – Aristizábal, Luís Mário e Tuta -, o técnico Antônio Lopes imaginou como o Coritiba ficaria ofensivo, como criaria opções de jogo e, principalmente, como o time faria gols. Mas o futebol não é só ataque, e o treinador garante que o novo esquema tático só vinga se os homens de frente ajudarem na marcação.
Ontem, em uma atitude inédita nos quase três meses que comanda o Cori, Antônio Lopes confirmou o time (para o jogo contra o Paranavaí, domingo, no Alto da Glória) com antecedência de cinco dias. A formação, que pode até ser considerada a ‘ideal’ a partir de agora, conta com Fernando; Jucemar, Miranda, Reginaldo Nascimento e Adriano; Márcio Egídio, Ataliba e Luís Carlos Capixaba; Luís Mário, Aristizábal e Tuta.
Como se adiantou, Lopes barrou Igor da equipe, e segundo ele esta é a única opção de mudança. “Eu não posso tirar o Capixaba do meio e colocar na lateral, por exemplo, por que isso representaria a perda de um jogador de muita qualidade no meio, além de sacrificar o Jucemar, que está melhorando. Conversei com o Igor, ele entendeu, e ele ainda vai ser muito útil ao time na temporada”, comenta.
Com isso, o Coxa terá três jogadores de ofício no meio-campo. Mas Lopes quer ter, dentro de campo, cinco atletas marcando e criando. “Pode ter certeza que o sistema não funciona se os atacantes ficarem na frente, com a “mão nas cadeiras”. Mesmo que a gente tenha três atacantes, o time não fica ofensivo se ao menos dois deles não ajudem na marcação, acompanhando os adversários”, teoriza o técnico alviverde.
E esses dois, até pela natureza de jogo, serão Aristizábal e Luís Mário, permitindo com isso que Tuta fique mais próximo à área, onde rende mais. Os jogadores, ao contrário do que se podia imaginar, apóiam a iniciativa de Lopes. “O forte do nosso time é a marcação, e se a gente não colaborar, não vai adiantar nada”, comenta o “Papa-léguas”. “Nós temos que ajudar, pois isso vai ser importante para nós mesmo”, completa Ari.
Formação
Antônio Lopes, com o time montado, quer aproveitar o tempo para ‘azeitar’ a formação 4-3-3 que vai enfrentar o Paranavaí. Hoje (às 9h30, no CT da Graciosa) acontece o primeiro coletivo da semana. “Quero treinar bastante. Vai ter movimentação na quinta, com tático e depois coletivo, e na sexta também. Até o dia do jogo a equipe vai estar bem, e cada jogador vai saber o que precisa fazer dentro de campo”, resume o técnico alviverde.
Olímpia bate Sporting e joga o Cori na lanterna
Mesmo sem entrar em campo, ontem o Coritiba sofreu um revés. A torcida era por um empate entre Olimpia e Sporting Cristal. Mas a partida disputada em Assunção, válida pela terceira rodada da fase de classificação do Grupo 9 da Copa Libertadores da América, começou com um gol logo aos 4 minutos do primeiro tempo, quando Caballero abriu o placar para o time da casa.
Logo depois, aos 11, Orteman ampliou a vantagem paraguaia, para 2 a 0. O Sporting ainda conseguiu descontar, aos 39 do segundo tempo. Mas não teve fôlego para alcançar o empate. Pelo Grupo 1, o Peñarol goleou o The Strongest, por 4 a 0.