Não vai ser por falta de monitoramento que os jogadores do Coritiba vão deixar de correr em campo. Agora, o departamento de fisiologia acompanha a intensidade com que eles correm em todos os treinamentos através da tecnologia adquirida pelo clube. São sistemas com sensores de fotocélula e equipamentos para a verificação do batimento cardíaco à distância. ?Podemos monitorar simultaneamente 30 indivíduos. Todos os dados aparecem na tela do computador e podemos acompanhar a intensidade individualmente?, explica o fisiologista Raul Osiecki.
Em cada trabalho no CT da Graciosa, no Couto Pereira ou em qualquer outro lugar, os jogadores utilizam uma cinta na altura do peito e fazem o trabalho normalmente. Como cada cinta tem um sensor, os dados são transmitidos em tempo real para o computador, que informa tudo o que está acontecendo com os atletas. ?Podemos exigir dos atletas que trabalhem em intensidades planejadas. Quem não trabalha na intensidade desejada de acordo com o planejamento estabelecido terá que aumentar ou diminuir o ritmo?, aponta.
Isso quer dizer que ninguém mais pode dar o famoso ?migué? e correr pouco no treino. Também funciona para quem volta de lesão para não extrapolar na carga. ?As aplicações podem ser muito bem utilizadas em jogadores que estavam lesionados e retornam aos treinos. Eles são monitorados e temos como ver exatamente o processo de assimilação da carga de treinamento em situações reais de jogo, em um coletivo, por exemplo?, diz Osiecki.
Mas o clube não pára por aí. A próxima meta é equipar ainda mais os departamentos de fisioterapia e de preparação física com aparelhos de GPS nos quais os profissionais do clube saberão a distância percorrida e a velocidade durante os trabalhos. Após um investimento inicial de R$ 30 mil, o clube já projeta gastar mais R$ 300 mil com as novidades. ?Junto com as fotocélulas poderemos avaliar de forma mais precisa cada milésimo de segundo de treinos, com tomadas de tempo com margem de erro zero?, finaliza o fisiologista.