Valquir Aureliano

Anderson Lima comemora o segundo gol do Coxa com Tulio.

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"Eu voltei, voltei para ficar, porque aqui, aqui é meu lugar…".Torcida alviverde, pode comemorar. Após dois anos de tormento, o Coritiba, com a boa ajuda do Santo André, está , como diz a letra de Roberto Carlos, de volta para sua casa, a primeira divisão do Campeonato Brasileiro.

Claro, o retorno poderia ser menos sofrido para sua torcida. No jogo deste sábado, diante do vice-líder Vitória, o Coxa vacilou em momentos capitais do jogo e ficou apenas no empate por 2 a 2 contra o time da boa terra. Os gols alviverdes foram anotados por Fabinho e Túlio, enquanto Joãozinho tratou de marcar duas vezes para o rubro-negro baiano. Poderia ter conquistado a vaga vencendo os baianos, mas quis o destino que ela viesse na vitória do Santo André sobre o Criciúma por 2 a 0, para aumentar a angústia do torcedor alviverde.

Desde o princípio, o Coritiba assumiu as rédeas da partida e impôs um ritmo alucinante para cima do adversário, que tratou de se fechar. Mas engana-se quem pensou que o Vitória ficaria só se defendendo. O time, cujo ataque é o melhor da série B, tratou de dar trabalho para o goleiro Edson Bastos, que foi bem exigido na partida.

Aos 30 minutos, Fabinho tratou de explodir o Couto Pereira. Ele recebeu um passe açucarado de Pedro Ken, saiu na cara do goleiro Ney e balançou as redes baianas. Festa para os 32.604 pagantes no Alto da Glória. Todavia, o gol deixou o time relaxado demais e o Vitória começou a crescer na partida. Aos 41 minutos, o castigo. Bida carregou a bola sem ser importundado por nenhum jogador do Coritiba e cruzou na medida para Joãozinho bater no canto baixo de Edson Bastos e empatar o jogo.

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Gol, pressão, empate e suspense

Assim como o primeiro tempo, o segundo também começou a mil. Os dois times alternavam boas chegadas na área adversária, dando trabalho para os marcadores. Mas quem saiu na frente foi novamente o Coxa, num "pombo sem asa" do meio da rua, que foi na gaveta de Ney.

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Ao contrário do que aconteceu na primeira etapa após o gol, o time coxa-branca ficou ligado na partida e realizava uma blitz no campo do Vitória. Só que as chances criadas foram sendo sucessivamente desperdiçadas, deixando o "uhhhh" preso na garganta do torcedor.

O lance capital do jogo aconteceu aos 28 minutos. Henrique Dias fez uma jogada individual e na pequena área, conseguiu a proeza de mandar a bola por cima do gol do Vitória. Enquanto os jogadores ficavam se lamentando, o Vitória veio em outro rápido contra-ataque e novamente Joãozinho tratou de deixar tudo igual.

Com o empate, o Vitória tratou de se defender e o Coritiba foi para cima. Mas nem mesmo com a expulsão de Luiz Fernando, aos 37 minutos, o Coxa chegou ao gol. Após o apito final, a torcida alviverde ficou na expectativa do jogo Criciúma x Santo André, que até o momento, empatavam em 0 a 0, resultado que já garantia o alviverde na série A.

Todavia, a festa da torcida alviverde começou quando o Santo André abriu o marcador contra o Tigre. Logo depois, os paulistas ampliaram e um buzinaço tomou conta de Curitiba, pois o Coritiba estava voltando ao seu lugar que é de direito.

O 12º jogador

Valquir Aureliano

A torcida do Coritiba foi fundamental para que o clube voltasse para primeira divisão.

Ela estava ferida, humilhada e desprezada. Mesmo assim, sempre demonstrado seu amor incondicional, ela estava presente. Estava no fatídico jogo contra o Internacional, em 2005, que culminou na queda do Coxa. Sofreu com o ano de 2006, quando fatores extra-campo fizeram com que o time deixasse a vaga escapar pelas mãos. E esteve em um excepcional número em 2007, ano em que o Coritiba buscava a redenção, lotando o Couto Pereira a plenos pulmões e com todo o coração.

Agora, pode soltar o grito, torcida Coxa-branca. O Coritiba, o mais tradicional clube do Paraná e com maior números de títulos, voltou para a primeira divisão, lugar que condiz com a grandeza e o porte deste clube.

Hoje, mais uma vez, ela deu show. Com um público pagante de mais de 32 mil pessoas (35.664 no total) ela esteve lá para empurrar o Coxa. E mesmo quando o time tomou o empate, a torcida alviverde continuou apoiando o tempo todo.

Não só pelo jogo de hoje, mas por tudo o que ela fez em todo esse período, a ascenção do Coxa deve, principalmente, pela sua fiel e apaixonada torcida, que finalmente vai poder soltar o seu grito de vitória.