Aristizábal, a maior contratação do elenco, termina sem aprovação. |
Se alguma palavra pode resumir o que o Coritiba faz neste Campeonato Brasileiro, esta palavra seria irregularidade. Na derrota para o Juventude, sábado, ela ficou evidente: nos noventa minutos, o Coxa alternou bons, regulares, maus e péssimos momentos. Some-se a isso o momento técnico ruim dos dois principais jogadores e a falta de perspectiva na competição e você terá o resumo do que foi o quinto fracasso alviverde no Couto Pereira e a décima vitória dos comandados de Ivo Wortmann longe de Caxias do Sul.
O técnico Antônio Lopes não escondeu o descontentamento e confessou o principal problema da equipe na partida. “A gente até estava bem no primeiro tempo, mas depois o time caiu muito. Houve um desencontro, a equipe se desorganizou, e não conseguimos fazer nada. Por isso, foi justa a vitória do Juventude”, afirmou, sem querer falar mais sobre a tal “desorganização”. “Eu falei isso por respeito a vocês, mas os detalhes eu deixo para os jogadores. Eles é que precisam saber”, disse.
O que preocupa Lopes e não só ele, mas toda a comissão técnica alviverde, é o clima de desmotivação do time, que ficou evidente no segundo tempo desorganizado do Coritiba. Contrastando com a abnegação de Roberto Brum, Laércio, Reginaldo Nascimento e Ataliba, jogadores como Tuta e Aristizábal já pareciam resignados com a derrota e com o “fim de feira” desta reta final de Brasileiro. Ari, inclusive, foi substituído por Alemão (que marcou o segundo gol coxa). E quando deixou o campo foi “saudado” por sonoras vaias, em um dos poucos momentos que a torcida deixou de reclamar de Antônio Lopes.
A falta de motivação pode ser fatal nos últimos nove jogos alviverdes o primeiro é contra o Vasco, quarta, às 21h50, no Couto Pereira. E ela traz de roldão a pressão da torcida, que foi em pequeno número ao estádio no sábado, e saiu ainda mais irritada do que chegou. Com a derrota, são 29 pontos conseguidos em 54 possíveis, com aproveitamento de 53,7%. “A gente faz o que tem que ser feito, mas não está dando certo”, lamentou o lateral Ricardo.
E por mais que as próprias chances de classificação para a Copa Sul-Americana vão se reduzindo, Antônio Lopes não quer parar de pensar nas competições internacionais. “Vamos trabalhar jogo a jogo, sempre contando com as possibilidades que a matemática nos traz. E nossa obrigação é vencer o Vasco.”