A hora da verdade continua. Não é slogan de filme, mas sim a seqüência paulista do Coritiba – hoje, o adversário é o Santos, às 16h, no Couto Pereira. A partida é fundamental para os planos alviverdes de chegar à Libertadores, não só porque vale “seis pontos” (porque é um confronto direto), mas também porque a caminhada coxa nos sete jogos restantes é intimamente ligada ao resultado desta tarde.
Sim, pois não se nega que houve abatimento após a derrota a e má atuação contra o São Caetano. Por isso, vencer o vice-líder do campeonato brasileiro representa a reabilitação ideal. “No aspecto moral a vitória é tão ou mais importante que no aspecto de classificação”, confirma Bonamigo. Vencendo, o Coxa se aproxima do Santos, permanecendo na terceira posição -por sinal, mesmo que perca, a posição não será perdida.
Mas não se fala em outro resultado senão a vitória. “Nós temos a obrigação de vencer. Sabemos que depois desse jogo ainda teremos mais sete partidas, mas vamos jogar em casa, e precisamos vencer o Santos”, comenta o volante Willians. “Nós estamos com um bom rendimento dentro do Couto Pereira no segundo turno, e nosso pensamento é manter isso”, completa o goleiro Fernando.
E, para isso, o Cori vai usar a mesma estratégia de Emerson Leão – colocará o Coritiba à frente, escalando dois atacantes e formando o time em um ortodoxo 4-4-2. Edu Sales e Nivaldo são as grandes novidades da equipe, que também conta com o retorno de Edinho Baiano.
Como o jogo é em casa, Bonamigo percebeu que poderia soltar mais o Coritiba. “Esse é um jogo diferente, porque o Santos vai marcar como os outros adversários, mas deixará espaços para a gente jogar. É um time de vocação ofensiva, e não vai mudar isso de uma hora para outra”, comenta o treinador alviverde.
E, sabendo da forma de jogar do Santos, o Cori vai ser um time ofensivo. “Nós temos que surpreendê-los de alguma forma”, resume o lateral Ceará. A intenção é manter o vice-líder do Brasileiro longe do campo alviverde – e para fazer isso, nada melhor que pressioná-los.
Para incrementar o ataque, volta Edu Sales, que cumpriu suspensão na partida contra o São Caetano. Além dele, Marcel também terá a ajuda de Jackson e Djames, que serão armadores. “O time ficou bem mais rápido. Melhorou muito para mim”, comemora o centroavante coxa.
Na defesa, Edinho Baiano e Nivaldo terão a proteção dos laterais e de Roberto Brum e Willians, que ficarão mais presos à marcação. “Eu vou jogar como quarto-zagueiro, ao lado do Edinho”, conta Nivaldo, confirmando a mudança tática do Cori, que até é relevada por Bonamigo. “Nós já vínhamos jogando assim nos últimos jogos. O mais importante é jogarmos com qualidade, técnica e responsabilidade”, finaliza o técnico.
CAMPEONATO BRASILEIRO
Súmula
Local: Couto Pereira
Horário: 16h
Árbitro: Leonardo Gaciba da Silva (RS)
Assistentes: Altemir Hausmann (RS) e Paulo Ricardo Silva Conceição (RS)
CORITIBA
X
SANTOS
Coritiba
Fernando; Ceará, Edinho Baiano, Nivaldo e Adriano; Willians, Roberto Brum, Jackson e Djames; Edu Sales e Marcel. Técnico: Paulo Bonamigo
Santos
Fábio Costa; Reginaldo Araújo, André Luís, Pereira e Léo; Paulo Almeida, Renato, Elano e Diego; William e Robinho. Técnico: Emerson Leão
Leão prega futebol ofensivo
Gisele Krodel Rech
O técnico Emerson Leão chegou em Curitiba transbordando bom-humor. A vitória de 7×4 sobre o Bahia, combinada à derrota cruzeirense para o Internacional fez o Santos ficar a apenas seis pontos do líder do campeonato. “Reencontramos a confiança”, resume o treinador.
O sucesso experimentado nas últimas rodadas, nas quais o atual campeão brasileiro saiu do período de latência, tem a ver com a boa fase em que vive o seu ataque: nos últimos três jogos, foram 12 gols. “Adotamos uma atitude mais ofensiva nessa fase decisiva e deu certo”. Muito se deve, inclusive, à recuperação do garoto-prodígio Robinho, que está jogando o mesmo futebol que o consagrou na fase decisiva do Brasileirão do ano passado. “Foi uma questão de tempo. Ele passou por um período difícil, mas sempre teve a minha confiança.”
A boa fase, entretanto, não dá espaço para deslumbramento, apesar do treinador garantir que gosta de ver seus pupilos empolgados. “Não é a empolgação que prejudica um time. Pelo contrário, a alegria é importante para se buscar objetivos. Só não admito ilusão. Nada está ganho. Tem que manter os pés no chão”, diz convicto.
Por isso mesmo, o respeito pelo Coritiba é muito grande, sem um pingo de hipocrisia. “O jogo com o Coritiba pode ser definitivo para nossas pretensões. E não podemos esquecer que eles também ainda têm chance de chegar. Um resultado negativo elimina um ou outro”, alerta. O fato de o Coritiba vir de uma derrota para o São Caetano também deve ser levado em conta. “Um derrota a essa altura mexe com os brios”. Vindo de derrota, o adversário pode ser ainda mais perigoso”, alertou.
Saudades
Leão aproveitou a passagem por Curitiba para matar saudades do Atlético, clube que comandou em 96. O treinamento de ontem, último antes do jogo, foi realizado no CT do Caju. “No meu tempo, havia só o campo”, brincou.