Se toda partida é uma decisão em um campeonato de pontos corridos, a partida de hoje é mais decisiva ainda, se é que isso é possível. Vencer o Flamengo hoje, às 16h, no Couto Pereira, representa muito para o Coritiba, que não vence há duas rodadas. É o momento de voltar a vencer, de se manter próximo dos líderes, e de quem sabe roubar uma ou duas posições, caso São Paulo e Internacional tropecem. E, de uma vez por todas, a hora de acabar com a irregularidade jogando no Alto da Glória.
Os números são inegáveis. Entre os sete melhores do brasileiro, o Coritiba é a equipe com menos vitórias jogando em casa. E a última vitória no Couto Pereira aconteceu em 17 de julho – 3×0 no combalido Fluminense. De lá para cá, empates com Vitória e Fortaleza, resultados que impediram uma aproximação coxa dos primeiros colocados. “Ao menos não perdemos contato, já que eles também não ganharam pontos”, comenta o técnico Paulo Bonamigo.
Mas, ao mesmo tempo, perdeu-se a chance de estar no ?bolo? – com duas vitórias, o Cori estaria com 43 pontos, e a derrota para o Inter não seria tão sentida. E é por isso que o jogo contra o Flamengo representa o início da retomada do rendimento no Couto Pereira. “Conversei com os jogadores sobre a necessidade de termos aproveitamento máximo jogando em casa. Isso é decisivo para nossos planos no brasileiro”, confessa o treinador coxa.
Por isso, o dilema na formação da equipe. O mistério, que só será desvendado momentos antes do jogo, está na planificação tática da equipe -se joga com dois ou três zagueiros. No treino de ontem, Bonamigo montou a equipe sem Danilo e com Souza, como ele mesmo avisara na sexta-feira. “Nós temos que ter opções ofensivas”, explica Bonamigo, que viu um time mais equilibrado no ataque.
E foi assim porque Souza passou a ser o homem de aproximação do ataque, tirando Edu Sales e Marcel do ?isolamento?. “O Coritiba sempre teve esse jogador de chegada. Foi assim que conseguimos as vitórias no primeiro turno”, explica o técnico alviverde. Para manter a força defensiva, um dos laterais (Ceará ou Lira) precisa fechar quando o time for atacado.
Só que Bonamigo ainda não tem certeza se é o momento de começar jogando no 4-4-2. Apesar de confessar a interlocutores que com Jackson e Tcheco o meio-campo não se aproxima do ataque, e que com o 3-5-2 o risco de o Cori ficar imóvel ante a marcação do Flamengo, o treinador ainda se preocupa com os contra-ataques puxados por Edílson. “Eu tenho que saber dos jogadores. Eles é que vão me dizer se é possível jogar com dois zagueiros”, avisa.
Essas conversas começaram no CT da Graciosa. Antes do treino de ontem, Bonamigo chamou a ?espinha dorsal? – Reginaldo Nascimento, Roberto Brum, Tcheco e Jackson – do time para uma reunião. “Ainda há um tempo, e eu vou pensar”, garante o técnico. Apesar disso, é forte a tendência de mudança, tanto que Danilo (que seria sacado) deixou o treino de ontem abatido. “Antes de mais nada, precisamos vencer. E temos que ter em campo opções para conseguir a vitória”, finaliza o enigmático Bonamigo.
CAMPEONATO BRASILEIRO
Coritiba:
Fernando; Ceará, Odvan, Reginaldo Nascimento e Lira; Roberto Brum, Tcheco, Jackson e Souza (Danilo); Edu Sales e Marcel. Técnico: Paulo BonamigoFlamengo:
Júlio César; Rafael, Fernando, André Bahia e Anderson; Fabinho, Jônatas, Fernando Diniz (Igor) e Felipe; Edílson e Zé Carlos (Jean). Técnico: Oswaldo de OliveiraSúmula
Local
Horário: 16h
Árbitro: Rodrigo Martins Cintra (SP)
Assistentes: Sérgio Ferreira Leandro (SP) e Luís Quirino da Costa (SP)
Oswaldo pede humildade
Sílvio Barsetti
Rio de Janeiro
(AE) -Conter a euforia da equipe após a goleada por 6 a 0 sobre o Bahia. Esta é a principal tarefa do técnico Oswaldo de Oliveira para tentar ver o Flamengo alcançar outra vitória no campeonato brasileiro. O treinador teve pelo menos duas conversas longas com os atletas desde o feito contra o Bahia, na noite de quinta-feira. Pediu concentração e humildade.Para esta partida, Oswaldo não vai poder contar com o meia Fábio Baiano, que sofreu contusão na partida contra o Bahia. Ele será substituído por Jônatas. No ataque, a vaga para ver quem será o companheiro de Edílson está sendo disputada por Zé Carlos, que goza da preferência do técnico, e Jean, cujas últimas atuações ganharam elogios do técnico.
Oswaldo está na Gávea há três semanas, e ainda está invicto, coisa rara nos últimos tempos. Além disso, o treinador ganhou rapidamente a confiança do elenco, principalmente dos que não vinham sendo utilizados, casos do lateral Rafael e do volante André Gomes.