Coritiba está pronto para armar supresa para Joel

Nada melhor que o efeito surpresa para evitar problemas. Principalmente quando um ?velho? conhecido aparece pelas bandas do Couto Pereira. Mesmo não tendo uma passagem que tenha deixado saudades, Joel Santana – hoje técnico do Vitória – é respeitado pelo Coritiba. E todos afirmam que ele é um dos obstáculos a serem vencidos na estréia alviverde no campeonato brasileiro, domingo, no Couto Pereira.

Joel ficou pouco mais de quatro meses no Alto da Glória, numa passagem esquecível. A demissão aconteceu depois da goleada histórica imposta pelo Paraná – 6 a 1, forte demais para a auto-estima coxa. Ele deixou o clube criticado por dirigentes, jogadores e torcedores – e deixando uma crise no elenco que aprofundava o mau momento do clube. De lá para cá, o treinador assumiu o Vitória, foi vice-campeão do campeonato do Nordeste e ficou pelo caminho na Copa dos Campeões.

Do outro lado, o Coritiba contratou Paulo Bonamigo, promoveu uma mini-reformulação no elenco e entra no Brasileiro com esperança de chegar entre os oito melhores da competição. Apesar disso, muito do Cori que Joel Santana conheceu continua – principalmente dentro de campo. Dos prováveis titulares para o domingo, Fernando, Picolli, Reginaldo Araújo, Reginaldo Nascimento, Roberto Brum, Sérgio Manoel e Da Silva trabalharam com ele.

Além disso, Joel foi um dos promotores do rejuvenescimento do elenco. Ele implementou o desejo da diretoria e trouxe uma série de jogadores juniores para o time profissional. Atletas como Juninho, Tesser, Alexandre Fávaro, Lima e Thiago estrearam com ele, apesar do hoje técnico do Vitória ter preferido colocar em campo atletas que ele havia indicado, como Márcio Costa, Wéllerson e Andjel.

Por tudo isso, Bonamigo quer armar uma surpresa para o treinador do Vitória. “Não adianta entrar em campo de uma forma que ele conheça. Ele sabe quais são as características do time, e por isso precisamos criar um fator diferente no jogo”, explica.

Um pensamento que Bonamigo não esconde é a possibilidade de aumentar a criatividade no meio-campo.

Hoje, ele não teria uma opção certa para montar essa nova formação. “Não sei se começo jogando assim. A equipe está montada, e fica difícil alterá-la”, diz.

Mas, se Bonamigo não define quem tirar, ele já tem a certeza de quem colocar. Mesmo contando com Alexandre Fávaro e Lima, o favorito para uma mudança é Tcheco (ver matéria). As opções de saída seriam Juninho (se o caso for de sacar um zagueiro) ou Roberto Brum (no caso, um volante) – opção que o técnico não acredita que vá acontecer. “Eu preciso saber como renderia a equipe, se ela perderia muito na marcação”, explica o treinador, que termina fazendo um pedido. “Não vamos acertar tudo no primeiro jogo, e por isso vai ser fundamental o apoio do nosso torcedor no domingo”.

Tcheco pode ser novidade no time

Ele está pedindo passagem. O meio-campista Tcheco está ganhando aos poucos a preferência de Paulo Bonamigo, e não seria surpresa se ele começasse jogando contra o Vitória, domingo, no Couto Pereira. A vantagem de jogar como volante ou como armador dá a ele a oportunidade de entrar em uma equipe que já parecia definida. Para ele, é a chance para ser agarrada em definitivo.

A opção de ser o segundo volante seria um retorno às origens – Tcheco começou jogando nessa função nas categorias de base do Paraná Clube. “Não seria muito diferente do que já fiz. Mesmo no Malutrom eu joguei um tempo por ali”, conta o jogador.

Outro ponto que pode ajudar Tcheco é a versatilidade que ele tem de atuar pela direita e pela esquerda. Apesar de ter sido usado para auxiliar Reginaldo Araújo nos últimos treinos e jogos, o jogador pode ser utilizado no outro lado. “Em toda a minha passagem pelo Malutrom joguei como volante ou meia pelo lado esquerdo. Se o Bonamigo quiser, tudo bem”, avisa.

Bonamigo ainda não definiu se Tcheco vai jogar – e, se isso acontecer, quem sairia. “Provavelmente eu vou levar essa dúvida que eu tenho até o jogo”, diz o treinador, que aventa até a hipótese de recuar Reginaldo Nascimento para a defesa. “Eu sempre terei três jogadores na marcação, mas posso usar um volante por ali”, aponta. Para Tcheco, apenas mais uma chance que se abre para ele jogar. “Ele sabe que eu estou à disposição para ajudar o Coritiba”. Se for como titular… “Melhor ainda”.

Coritiba começa a “discutir” o “clube-empresa”

A diretoria do Coritiba apresentou o seu revolucionário projeto de clube-empresa na noite de segunda às mesas dos conselhos Deliberativo, Fiscal e Consultivo. Foi o primeiro passo para as discussões sobre o assunto, mas ontem houve o segundo capítulo. O Conselho Deliberativo iniciou as conversas sobre o plano na reunião de ontem, e pela boa recepção inicial, o projeto pode ser aprovado antes do previsto.

Mesmo assim, o cronograma não deve ser alterado. Segundo o secretário Domingos Moro, uma das idéias é lançar o plano no dia do aniversário do clube (12 de outubro). “Esta é uma das sugestões que foram colocadas. Estamos em um processo de obtenção de sugestões, e algumas delas poderão ser aproveitadas no texto final”, explica o dirigente. Enquanto isso, a cúpula coxa não vai divulgar detalhes sobre o plano.

Mas o ‘grosso do projeto’, nas palavras do próprio Moro, está sendo conhecido aos poucos. Ele confirmou que o esboço do plano envolve a transformação dos torcedores em cotistas (ou acionistas) do Coritiba. “Queremos uma iniciativa forte o bastante que seja atrativa para todos os torcedores do Coritiba, e até mesmo os que não torçam”, diz o secretário. O projeto envolve a reformulação do Couto Pereira e a possível transformação do entorno do estádio em clube social.

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