Coritiba enfrenta a Lusa de olho na liderança

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Toda vez que a Portuguesa é citada, o torcedor do Coritiba suspira, desenxabido. Os mais jovens principalmente, porque é clara a lembrança do que aconteceu em 1998, quando o Cori tinha a vantagem dos empates na série de três jogos nas quartas-de-final e acabou eliminado dentro da própria casa. Por isso, mesmo quatro anos (e alguns jogos) depois, sempre é hora de exorcizar aqueles fantasmas. Por isso, a expectativa é de vitória esta noite contra a Lusa, às 20h30, no Couto Pereira.

E a vantagem nos confrontos é lusa. Em campeonatos brasileiros, foram 21 partidas, com o seguinte retrospecto: seis vitórias do Coritiba, seis empates e nove triunfos da Portuguesa (com 25 gols alviverdes e 27 do adversário). Mas claro que a mais sofrida foi a de 98, quando o Cori abriu 2×0 e cedeu o empate – logo depois de Claudinho perder uma chance incrível, à frente do goleiro Fabiano.

Aquela remissão só confirma o que técnico e jogadores do Cori esperam da partida – muita dificuldade. “Eu imagino que a torcida pense muito naquele jogo, mas a verdade é que sempre que enfrentei a Portuguesa tive problemas. Nunca tive um jogo fácil contra eles, nem mesmo no tempo do Juventude”, afirma o zagueiro Pícoli, que prefere manter a serenidade ante a animação dos torcedores. “A classificação ainda está longe, temos muito para fazer”.

Paulo Bonamigo também prefere a calma. “Conseguimos ótimos resultados fora de casa, mas eles só valerão se ganharmos no Alto da Glória”, diz o treinador coxa, que sente seu elenco maduro o suficiente para entender esses recados. “Eles sabem que estamos chegando à metade da competição, e falta muita coisa. A regularidade da equipe será fundamental”, explica.

Regularidade que o time conseguiu ter nos primeiros doze jogos, em que conquistou quase dois pontos por partida em média (o Coritiba tem até agora 23 pontos). Mantendo essa média, o Cori terminaria a primeira fase com 48 pontos, pontuação que daria provavelmente a segunda posição na tabela. “Nós chegamos a esse patamar porque a média de atuação da equipe é alta”, afirma o volante Reginaldo Nascimento. “Pode perceber que em cada jogo temos um destaque, o que prova o bom momento”, completa.

Mais ainda nessa série de jogos, que tem apenas o desta noite dentro do Couto Pereira – antes foram dois, e depois outros dois fora de casa. “No Alto da Glória precisamos manter o serviço. A pressão está do nosso lado”, confessa Pícoli. Em casa, o Cori venceu cinco partidas e perdeu apenas uma, contra o Corinthians. “Sabemos da dificuldade que vamos enfrentar contra a Portuguesa, mas a nossa obrigação é vencer”, finaliza Nascimento.

Torcida

A expectativa da diretoria alviverde é de bom público no Alto da Glória esta noite. Foram colocados à venda quinze mil ingressos, com uma carga extra de cinco mil. Os preços são os seguintes: arquibancada, R$ 15,00; cadeira inferior, R$ 30,00; cadeira superior, R$ 50,00; menores, mulheres e estudantes, R$ 10,00. Os sócios de todas as categorias têm acesso livre ao Couto Pereira.

Com equipe completa e o ataque de sempre

As dúvidas cessaram e o Coritiba está pronto para enfrentar a Portuguesa, hoje, no Couto Pereira. Depois de estudar três formações de ataque diferentes, o técnico Paulo Bonamigo – mantendo seus conceitos – leva a campo a equipe considerada titular, com Lima e Da Silva no ataque. Jabá, por enquanto, segue como a opção número um para o segundo tempo.

E será a equipe titular porque os dois jogadores lesionados estão recuperados e vão jogar. Reginaldo Araújo e Roberto Brum passaram por exames e nenhuma lesão grave foi constatada. “As dores já diminuíram, e não vou ter problema no jogo”, garante o volante coxa. Ambos treinaram normalmente ontem e foram escalados por Bonamigo. “É bom saber que todos estão à disposição”, comemora o treinador.

Sem esses problemas, ficava ainda a dúvida para a escalação do ataque. Bonamigo preferia nem falar do assunto, e se esquivava de uma possível confirmação. “O ataque será Jabá e Jabá”, brinca o técnico alviverde, que definiu de acordo com seus conceitos particulares. Como Lima não jogou contra o Botafogo por estar suspenso (levara o terceiro cartão amarelo contra o Paysandu), é natural o retorno dele ao lado de Da Silva para compor o ataque coxa. “Eu sei que o Jabá está voando, mas às vezes é preciso ter paciência”, justifica o treinador.

Taticamente, Bonamigo pretende ver uma equipe paciente. “No treino de terça, estávamos errando muitos passes e o Bonamigo pediu para que nós valorizássemos a posse de bola. Só esse pedido já fez a equipe melhorar”, conta o meia Tcheco. O treinador espera dificuldades semelhantes àquelas vividas contra o Goiás, quando o adversário conseguiu impor seu ritmo cadenciado de jogo. “Nós jogamos em casa e isso nos obriga a colocar a nossa forma de jogar em primeiro lugar”, resume o técnico.

Na defesa, a atenção será maior para os contra-ataques e para os deslocamentos de Ricardo Oliveira, principal destaque da Portuguesa. Mas os zagueiros não deverão realizar marcação individual sobre o atacante – mas sim um acompanhamento especial. “Ele é muito bom, mas nós temos o nosso estilo de jogo. Vamos marcá-lo sim, mas cada um no seu lugar”, explica Pícoli.

Ex-Lusa, Da Silva só se preocupa com Jabá

Era até de se esperar. Apesar de ter passado mais de três anos na Portuguesa, o confronto que o atacante Da Silva mais lembra entre a Lusa e o Coritiba é justamente aquele em que enfrentou pela primeira vez o time paulista com a camisa alviverde. Foi na finada Copa João Havelange, que aconteceu em 2000, e o jogo foi vencido pelo Cori por 3 a 1, com dois gols do jogador.

“Só podia ser esse”, diz Da Silva, garantido na equipe que enfrenta a Portuguesa esta noite. Ele estava no banco de reservas naquele jogo de 98, quando os paulistas eliminaram o Cori do campeonato brasileiro depois de um empate por 2 a 2. “Eu nem joguei naquela partida, então nem lembro muito dela”, confessa, sem maiores recordações. Ele participou de três jogos Coritiba x Portuguesa – dois pela Lusa e um pelo Cori.

Mas, ao mesmo tempo em que aposta todas suas fichas no Coritiba, Da Silva garante que não tem mágoas do antigo clube – que o cedeu gratuitamente, como parte do pagamento do passe do atacante Cléber. “Eu tenho amigos lá até hoje. Quando você fica um bom tempo em um mesmo clube, acaba criando raízes. E foi isso que aconteceu na minha passagem pela Portuguesa”, explica.

Ele se preocupa mais com a ameaça que “vem de baixo”. Jabá (que fica no banco esta noite) tornou-se a sombra dos atacantes titulares. “É melhor que seja assim, ainda mais com um bom jogador como o Jabá. Isso prova que o Coritiba tem uma boa equipe, e que temos grandes chances de ficar entre os melhores do Brasileiro”, resume Da Silva.

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