Coritiba empata e desperdiça a chance de assumir a ponta da Série B

Os outros até ajudaram, mas o Coritiba não colaborou e continuou só no quase. Pela quarta vez seguida, o Alviverde teve a chance de assumir a liderança da Segundona, mas patinou, patinou e ficou na mesma. Ontem, foi contra o São Caetano, que deu chance, mas o Coxa não soube aproveitar a fragilidade do adversário, até com um jogador a mais em 22 minutos, e nem assim deu para voltar do Anacleto Campanella com o primeiro lugar na Série B. Com o 1 a 1, o time do Alto da Glória se mantém em segundo, mas se obriga a vencer o Remo na sexta-feira para não ver o grupo de trás passar por cima.

Que jogar contra o São Caetano em São Paulo não é fácil todo mundo sabe, mas quando o adversário dá brecha, não pode desperdiçar a chance. Extremamente cauteloso, o Coritiba encarou o Azulão com mais respeito do que deveria, porque já foi o tempo que o time do ABC paulista metia medo nos adversários. Hoje em dia, luta apenas para não entrar na zona do rebaixamento para a Série C. Para quem já decidiu Copa Libertadores e Brasileirão, jogar para não cair mostra a atual fase de decadência. Por isso, o Alviverde tinha mais é que arrepiar.

E até poderia ter tornado a partida mais fácil caso Hugo não perdesse um gol feito logo no início. Após uma bela tabela com Diogo, ele recebeu na frente de Luiz e chutou em cima do arqueiro. ?Peguei mal na bola. Era para chutar embaixo?, explicou. Tudo bem para quem marcou dois contra o Ituano, mas depois disso Rafinha e Ânderson experimentaram e obrigaram Edson Bastos a mostrar serviço. A torcida diminuta deve Ter bocejado e o técnico René Simões não gostou nada do que viu.

?Os dois alas têm que sair voando senão não tem sentido jogar assim?, disparou o treinador, que povoou o meio-de-campo para tentar envolver o adversário e atacar pelos lados, com a chegada de Pedro Ken e Diogo. O recado recaiu sobre Gilberto Flores, que foi trocado por Ivo e deu resultado. Com mais gás, ele entrou e logo mostrou que queria jogo. Chutou uma bola rente, só para treinar. Na segunda vez, fez boa jogada e disparou o chute, que desviou em Ávalos e entrou.

Festa? Quase isso. Dois minutos depois, Galiardo acertou um petardo no ângulo, sem chances para Edson Bastos. Era o empate, mas a partida estava melhorando e poderia levar o Coritiba à vitória. Ainda mais quando Neto entrou de carrinho em Pedro Ken e foi expulso. Ledo engano. O Alviverde não soube o que fazer com um jogador a mais, mesmo com três atacantes em campo, e o Azulão quase conseguiu a virada, para desespero dos quase 50 torcedores coxas que foram até o ABC.

René Simões lamenta o vacilo alviverde

Como era de se esperar, o técnico René Simões não gostou nada da atuação do Coritiba contra o Azulão. Muito menos do resultado e nas circunstâncias como aconteceu. ?Não é um mau resultado um empate contra o São Caetano, mas olhando o jogo você começa a achar que foi um mau resultado. Paciência, vamos digerir

isso bem e conversar muito?, analisou o treinador. E o pior: foi contra dez. ?Não pode, não pode. Você tem que produzir quatro, cinco oportunidades de gol, o goleiro tem que fazer defesas e não foi isso que aconteceu?, lamentou.

De acordo com ele, pelo menos o time soube controlar a partida. ?O São Caetano não veio para cima da gente, mas quando fizemos o gol não poderíamos ter feito aquela falta, tínhamos que segurar a bola, congelar?, apontou. Para René, além de um expulso, o adversário ainda estava com um jogador machucado em campo. ?O Ávalos estava machucado e a idéia era colocar o Ânderson ali, na velocidade, mete três bolas nas costas e você vai estourar. Acabou acontecendo com o Ivo, mas o passe não foi muito bom, mas é um aprendizado, vamos continuando e temos que fazer lição de casa contra o Remo?, destacou.

Para o confronto contra os paraenses, às 16h de sexta-feira no Couto Pereira, o volante Veiga poderá voltar. O diagnóstico inicial do departamento médico era de uma fisgada e duas semanas fora, mas o treinador revelou que o jogador estava só cansado. Assim, ele pode retornar à equipe, que pode ter outras novidades, com uma formação mais ofensiva para atuar em casa.

Verdão não corre risco de punição

O torcedor e conselheiro do Coritiba, David Meira, esclareceu ontem porque foi citado na súmula da partida contra o Ituano. No jogo de sábado, o árbitro Renato Cardoso da Conceição (MG) relatou que após o confronto o comandante do policiamento encaminhou dois refis de sinalizadores que estariam dentro do campo e que o responsável havia sido detido e um boletim de ocorrência lavrado. ?Não foi um arremesso. Foram dois refis que caíram no gramado, mas não no campo de jogo. Foi próximo do bandeirinha, mas quem entregou eles para a arbitragem foi um policial?, justificou Meira.

Segundo ele, a torcida trocou a fumaça pelos apitos depois que houve reclamação da imprensa na partida contra o Gama. ?O apito fica preso numa vareta e quando queima sobe e cai. Alguns deles passaram o fosso?, explicou. Como foi recolhido e apresentado ao árbitro, Meira assumiu a bronca. ?Eu estava como responsável por acender e por isso meu nome está na súmula?, apontou. Para ele, o clube não deve correr risco nenhum porque foi feito o boletim de ocorrência e nem houve arremesso algum e sim um acidente.

De acordo com o procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, o clube só poderia ser indiciado se houvesse prova de que o objeto tivesse sido arremessado ao gramado. ?Qualquer objeto encontrado no gramado não é infração. Alguém pode encontrar uma pilha no gramado porque as pessoas levam rádios ao gramado, mas infração só com a prova de que houve o arremesso?, esclareceu. Assim, o Coritiba não corre nenhum risco de ter de jogar com portões fechados.

CAMPEONATO BRASILEIRO – SÉRIE B

23.ª Rodada

São Caetano 1 x 1 Coritiba

São Caetano

Luiz; Galiardo, Neto, Ávalos e Cláudio; Tobi, Glaydson, Ânderson (Beto, 18 do 2.º) e Rafinha (Kléber, 27 do 2.º); Luan (Douglas, 18 do 2.º) e Tuto.

Técnico: Giba

Coritiba

Edson Bastos; Henrique, Ânderson Lima e Jéci; Gilberto Flores (Ivo, 1 do 2.º), Rodrigo Mancha, Douglas Silva, Pedro Ken e Carlão (Gustavo, 28 do 2.º); Diogo (Ânderson Gomes, 21 do 2.º) e Hugo.

Técnico: René Simões

Local: Anacleto Campanella (São Caetano do Sul)

Árbitro: José Alexandre Barbosa Lima (RJ)

Assistentes: Ronaldo Cristino Kenupp (RJ) e Ediney Guerreiro Mascarenhas (RJ)

Gol: Ivo aos 15, Galiardo aos 17 do 2.º tempo

Cartão amarelo: Tobi, Douglas Silva, Henrique

Expulsão: Neto

Renda: R$ 3.605,00

Público pagante: 529

Público total: não divulgado

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