Bonamigo orienta Tcheco.
O meia deve jogar amanhã.

O Coritiba já chegou ao local da sua partida mais importante no ano. Na verdade, desde a semifinal da Copa dos Campeões do ano passado não havia partida tão fundamental nos planos do Cori.

Uma vitória sobre o Gama, amanhã, às 16h, em Brasília, combinada com outros resultados, classifica a equipe para a segunda fase do campeonato brasileiro, além de garantir uma das vagas brasileiras para a Copa Panamericana de 2003.

Por isso, o velho clichê de “jogo da vida” volta a ser utilizado. “Só neste Brasileiro já tive vários jogos da vida”, reconhece o volante Reginaldo Nascimento. Mas se os jogadores seguem com obrigações, os próprios reconhecem que muito disso é por causa deles mesmos. “Estamos nessa situação porque não tivemos competência para vencer algumas partidas”, diz o atacante Da Silva.

Principalmente o jogo da última quarta contra o Figueirense. “Para eles era a última partida, e nós não tivemos a mesma disposição”, avalia o técnico Paulo Bonamigo. “Sei que tivemos problemas de equipe, que não tivemos jogadores fundamentais, mas tínhamos que igualar na vontade para melhorar tecnicamente”, completa. “Se jogarmos daquela forma, não vamos nos classificar”, resume o meia Tcheco.

E aquela derrota complicou a vida alviverde, que ficou difícil de vez após a vitória do Fluminense sobre a Portuguesa na quinta-feira. Com isso, o Cori entra em campo contra o Gama sem depender exclusivamente de suas próprias forças para conseguir a classificação. “Nós colocamos o Coritiba assim, é nossa obrigação classificar a equipe agora”, diz Nascimento.

Para chegar à segunda fase, o Coritiba precisa vencer o Gama e ainda torcer para que Fluminense, Grêmio ou Santos tropecem contra (respectivamente) Ponte Preta, Atlético-MG e Santos. “Não podemos nos preocupar com os outros jogos. Nosso interesse é só o Coritiba”, afirma Da Silva. Além de ?secar? os adversários, o Cori ainda precisa se cuidar com tudo o que vem de fora. As dúvidas com a arbitragem ficam até abafadas pela série de ?incentivos? que devem voar pelos estádios do País. “Não dá para fazer nada quanto às ?malas pretas?. Isso sempre acontece”, resigna-se o volante Roberto Brum.

Com tantas variáveis na história, fica até difícil focar-se apenas no jogo contra o Gama, pois a classificação não depende apenas dele. Mas, apesar disso, Bonamigo quer um time pensando apenas no adversário. “Nada do que acontecer nas outras partidas se o Coritiba não vencer. Por isso, queremos antes de mais nada os três pontos em Brasília”, finaliza o treinador alviverde.

Problemas levam Bonamigo adiar a escalação

A viagem para Brasilia foi antecipada, mas a escalação não. O técnico Paulo Bonamigo vai esperar até onde puder para a recuperação em definitivo de Reginaldo Araújo, Pícoli e Tcheco, além da escolha de quem vai substituir Lima, expulso contra o Figueirense. Quem for escalado participará de uma das partidas mais importantes do Coritiba nos últimos anos.

O treino realizado ontem não ajudou muito o técnico a se definir. Pior, ele perdeu Reginaldo Araújo na metade do trabalho. O lateral foi poupado devido a fortes dores musculares. “Antes isso do que vetá-lo”, resume o médico William Yousef, que garante que o jogador terá condições de enfrentar o Gama, amanhã, às 16h. Apesar disso, Bonamigo está preocupado. “Perdi o Reginaldo no meio do treino, e agora tenho que esperar”, diz. Ceará já está de sobreaviso – por sinal, ele já estava, pois Araújo não rendeu o esperado contra o Figueirense.

No meio, Bonamigo não teve Tcheco pelo segundo dia seguido – ele sentiu uma fisgada na coxa direita no início do treino de quinta-feira. Ontem, ele ficou apenas assistindo ao trabalho dos companheiros, demonstrando confiança em poder jogar. “Nem posso pensar em ficar de fora do jogo”, confessa. “Ele está se recuperando muito bem, até nos surpreendendo nas últimas horas”, afirma Yousef.

Já Pícoli não resistiu. Sentindo dores no joelho direito (que torceu no clássico contra o Paraná), o zagueiro partiu para o treino de ontem, realizou todos os movimentos – alguns arriscados – e praticamente “liberou-se”. “Não estou inteiro, mas estou bem o suficiente para jogar”, reconhece. “O Bonamigo vai precisar de todo mundo, e eu não vou deixar de ajudá-lo”, completa Pícoli, que se jogar acabará contrariando todas as previsões dos médicos, que acreditavam que ele só voltaria em duas semanas. Com isso, o único retorno realmente garantido é o de Adriano à lateral-esquerda.

Para completar, ainda há a dúvida no ataque. Da Silva ainda não sabe quem será seu companheiro. “Temos duas opções: ou iniciamos com o Fávaro ou com o Jabá. Depende muito de como virá o Gama”, explica Bonamigo, que pretende rever o Cori com a ‘humildade tática’ pregada por ele. “É assim que as coisas deram certo”, resume. O “Príncipe” Fávaro deve começar jogando, e a provável escalação coxa conta com Fernando; Ceará, Pícoli, Edinho Baiano e Adriano; Reginaldo Nascimento, Roberto Brum, Tcheco e Lúcio Flávio; Da Silva e Alexandre Fávaro.

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