Mais do que uma classificação para a Libertadores ou um rebaixamento para a Série B, o Atletiba de amanhã envolve muito mais ganhos e perdas para os dois clubes do que o futuro em campo. Financeiramente e comercialmente, Atlético e Coritiba sofrerão influências diretas caso realmente se confirme a vaga alviverde e a degola rubro-negra.

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Segundo o especialista em marketing esportivo João Henrique Areias, que já trabalhou no Clube dos 13, garantir uma vaga no principal torneio da América do Sul traz benefícios únicos a um clube. “O mais importante é o ganho da imagem, a valorização do clube, que ganha mercado e fica conhecido no mundo todo, não só no Brasil. Ganha projeção e notoriedade, é mais fácil vender sua marca”, explica.

Ainda de acordo com Areias, as novas cotas de TV e um novo acordo com os patrocínios engordam os cofres do time, uma vez que serão lucros não planejados, isto é, que não fazem parte do habitual e aumentam a renda. “Um clube na Libertadores ganha um valor maior da TV, valoriza o seu patrocínio, que provavelmente tem uma cláusula no contrato para ser aumentado, e com a bilheteria, porque sempre vai ter seu estádio lotado. Tudo isto é uma receita extra, porque o ordinário mesmo ele ganha com o Campeonato Brasileiro e o Estadual”, acrescenta.

Por outro lado, uma queda no Brasileirão, embora não seja mais vista como o fim do mundo, acarreta em prejuízos, principalmente na imagem do clube, que fica marcada pelo rebaixamento e se desvaloriza perante os patrocinadores. No caso específico do Atlético, João Henrique Areias acredita que o prejuízo pode até ser maior, uma vez que o Furacão sempre vendeu uma cara de clube organizado e bem-estruturado, sendo uma das principais forças fora do chamado seleto grupo grande do Brasil (eixo Rio-SP, Minas Gerais e Rio Grande do Sul).

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“O Atlético sempre teve a imagem de um clube organizado. Existem os famosos 12 grandes e o Atlético era uma 13.ª marca no Brasil, devido à sua estrutura e profissionalismo. Por isso, uma queda é muito mais negativa para o Atlético do que para o Avaí ou América-MG, por exemplo”, afirma o especialista.

Como nos últimos anos já vem virando tradição uma equipe grande ser rebaixada, casos de Palmeiras, Botafogo, Grêmio, Atlético-MG, Coritiba, Corinthians e Vasco, o peso maior não é dentro de campo, mas sim no bolso.

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“Desportivamente, o rebaixamento é normal, porque tem os 12 clubes que ganham mais dinheiro que os outros e quando um destes cai, é um acidente. Grandes equipes já caíram e os outros oito sempre ficam ameaçados. No caso do Atlético, também pode ser considerado uma exceção, um ano ruim. Mas pode ser compensado com recordes de público na Série B, por exemplo. Além disso, tem o fato de a Arena da Baixada ser o estádio da Copa do Mundo. Isto sempre será positivo para o Atlético, o que pode ajudar”, conclui Areias.