“Acho que vai ser complicado.” A frase de Liédson na segunda-feira, logo após a liberação do elenco do Coritiba para as férias, pode resumir a situação que o envolve, e que o faz ficar cada vez mais longe do Alto da Glória. As duas partes que negociam não chegam a um acordo, e o destino do atacante parece não ser mais o Coritiba, como a Tribuna adiantou há duas semanas. Como o próprio jogador disse, vai ser complicado para que ele volte no dia 12, para a preparação visando o campeonato brasileiro.
Já foi difícil manter Liédson no primeiro semestre – uma negociação complicada, que teve a intervenção direta do presidente Giovani Gionédis para que o jogador permanecesse no Coritiba. Liédson correspondeu e foi o artilheiro da Copa Sul-Minas, atraindo ainda mais a atenção de outros clubes. Um deles é o Corinthians, tanto que o assessor técnico Valdir de Morais foi a Prudentópolis acompanhar a partida entre o Cori e o time da casa.
Além do Timão, clubes de fora do Brasil também já estariam negociando com o Prudentópólis, que detém os direitos sobre o atacante. Nessa possível venda, o Coritiba receberia 30% do valor do negócio, que teria um valor prévio de U$ 4 milhões. “A partir desse patamar, o Coritiba não pode criar empecilhos sobre o negócio”, explicou o secretário Domingos Moro, um dos que tem mais esperanças na permanência de Liédson. “Tenho confiança que ele vai se valorizar ainda mais no Brasileiro jogando pelo Coritiba”.
E o atacante manifestou mais de uma vez que gostaria de ficar mais algum tempo no Alto da Glória. “Foi aqui que eu me projetei, e se dependesse só de mim ficaria”, disse. Mas ele sabe que será difícil. Nem o acerto em vigência, que terminaria em 15 de agosto, deve ser totalmente cumprido – se depender do Prudentópolis, Liédson não volta a treinar no Coritiba, nem no dia 12 nem em qualquer outra data. Os dirigentes do clube do interior dizem que há uma pendência de 500 mil dólares, e que se ela não for paga não há nem conversa.
Por sinal, se depender dos homens do Prude, Liédson não fica no Coritiba. “Na minha opinião, é quase certo que lá o Liédson não fica”, disse o supervisor Seir Joaquim. Do outro lado, a direção coxa diz desconhecer a dívida, e continua acreditando que o atacante veste a camisa coxa no início do Brasileiro – ao menos isso, pois o campeonato começa no dia 11. Para o jogador, resta a esperança que o destino seja conhecido logo. “Quero que essa confusão acabe, e que eu possa jogar. Gostaria de ficar no Coritiba, mas deixo a decisão para meus procuradores”, finalizou.