Desde o início do ano, a diretoria do Coritiba afirmava com maior ou menor veemência que o Campeonato Paranaense seria usado também como avaliação para os jogadores que estavam sendo contratados. E se esta análise aconteceu, o resultado não foi dos melhores. Com as dispensas que devem ser anunciadas até amanhã, a tendência é que apenas cinco dos 16 contratados permaneçam no Alto da Glória para o Brasileiro da Série B.
Ainda sob comando de Almir Zanchi (que pediu demissão durante o Paranaense), a direção de futebol do Coritiba decidiu apostar em jogadores indicados quase todos jovens, desconhecidos e baratos.
A maioria deles aceitou assinar contrato por apenas três meses, com possibilidade de renovação até o final do ano. Isto para que o clube pudesse avaliar o trabalho dos atletas e, caso não emplacassem, pudessem sair sem problemas, evitando gastos com rescisão.
Mas o clube estava esperando mais de alguns jogadores. Da segunda leva de dispensados, que tinha Júlio Madureira, Julinho e Ludemar (antes, saíram Júlio Sérgio, Márcio Giovanini e Marcelinho, que sequer jogaram ), estavam duas apostas da diretoria. Julinho chegou a ser comparado com Adriano por alguns dirigentes, e Ludemar, indicado por Muricy Ramalho, era a esperança de gols.
Outro que não correspondeu ao que se esperava foi o meia Guaru. Apesar de ter sido titular absoluto do Cori durante o Paranaense, ele não emplacou, tornou-se alvo das vaias da torcida e é o principal candidato a encabeçar uma nova lista de dispensas. Não é à toa que o Coritiba acelerou a contratação de armadores: já chegaram Fábio Pinto e Caio, Caíco se apresenta em abril e o argentino Emanuel Ruiz está na mira.
Dos poucos que permanecerão, um deles ainda nem pode dizer que se deu bem no Alto da Glória. O atacante Vinícius, outro que veio muito bem recomendado, sofreu uma séria lesão no joelho esquerdo e terá que ficar oito meses longe dos gramados.
Os outros quatro foram os grandes acertos do Cori em 2006. Os goleiros Artur e Kléber se transformaram em ídolos da torcida (Kléber, mesmo sem ter estreado) e líderes do elenco.
Os zagueiros Índio e Marcelo Batatais também se destacaram, e deve-se à ajuda deles o crescimento de Henrique, que disputa com a dupla uma vaga no time titular.
A diretoria espera que o segundo período de contratações, no qual já vieram Andrezinho, Luciano Santos, Caíco, Caio, Fábio Pinto e William, e ainda virão pelo menos três reforços – seja mais positivo que o primeiro. Mas se as dificuldades se repetirem, o próprio técnico Estevam Soares admite que o Coritiba pode voltar às compras. ?Se for preciso, depois do recesso da Copa do Mundo vamos investir mais?, avisa.