Depois de horas e horas de reunião no primeiro dia efetivo no comando do clube, a diretoria do Coritiba deve soltar a famosa fumacinha branca no Alto da Glória e anunciar seu novo treinador ainda hoje. E o nome dele, ao que tudo indica, é Dorival Júnior. Após vários dias de negociação, finalmente o ex-treinador do Cruzeiro e a direção de futebol chegaram a um acordo, que deve ser oficializado hoje.
O entendimento financeiro chegou durante a tarde de ontem. Júnior, que passava férias em Florianópolis, viaja para Curitiba e reúne-se hoje de manhã com o recém-empossado presidente Jair Cirino dos Santos e a nova cúpula coxa-branca. Serão acertados os últimos detalhes da contratação, como prazo de duração do contrato e multa rescisória. Se tudo der certo, o técnico será apresentado à imprensa à tarde, e amanhã já começa a treinar a equipe, que estréia dia 10 no Estadual, contra o Iraty, no Couto Pereira.
A maior dúvida é se Júnior, 45 anos, trará a tiracolo sua comissão técnica – motivo dos entraves que prolongavam a negociação. O treinador, que no último Brasileirão classificou o Cruzeiro para a Libertadores, tornou-se o número 1 da lista do gerente de futebol Tonico Xavier depois do desacerto com Celso Roth. Mas, após uma pedida inicial considerada alta e da exigência de luvas e da indicação de um preparador físico, chegou a ser descartado por Xavier. O Coxa não queria se desfazer de sua comissão técnica e concordava, no máximo, com a vinda de um auxiliar.
Alternativas
A diretoria partiu para outras alternativas, mas esbarrava sempre nas pedidas salarias, consideradas extravagantes. Tite foi de cara descartado, e Roberto Fernandes, do Náutico, por pouco não acertou, mas o pedido de luvas brecou o negócio.
O salário de Dorival Júnior deve enquadrar-se no orçamento da direção coxa-branca, que pretendia dispender até R$ 110 mil para quem chegar no Couto Pereira e comandar a equipe no Paranaense, Copa do Brasil e Brasileirão. Dentro desse valor estão incluídos o salário em si, luvas e mais despesas com auxílio moradia e o auxiliar, que o treinador poderia trazer. No ano passado, René Simões e seu auxiliar Alfredo Montesso não recebiam mais do que R$ 40 mil somados. No entanto, o treinador tinha um acerto para levar R$ 300 mil em caso de reconduzir o Coritiba à 1.ª Divisão.
Com isso, para cada mês trabalhado, René levou cerca de R$ 70 mil.
Este ano, a meta é conquistar o estadual mais a Copa do Brasil ou uma vaga à Libertadores do ano que vem. Por isso, o clube abre o cofre um pouco mais, mas não quer extrapolar o orçamento que será apertado enquanto o dinheiro do televisionamento da Série A não entrar.
A ligação antiga de Júnior com o Coritiba foi um dos argumentos para convencê-lo a voltar ao Alto da Glória. Tonico Xavier foi responsável pela contratação do então volante em 1988, na gestão do ex-presidente Bayard Osna. Júnior virou um dos destaques da equipe no Campeonato Brasileiro daquele ano, e em seguida foi negociado com o Palmeiras. Como treinador, ganhou destaque ao fazer boa campanha no Figueirense, no Brasileirão de 2003, e ao levar o São Caetano à final do Campeonato Paulista de 2007. Também foi campeão pernambucano com o Sport e dirigiu, sem o mesmo destaque, o Avaí-SC e o Juventude-RS.
Borges diz que já tem o time pra estréia
Rodrigo Sell
| Valquir Aureliano/Arquivo |
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| Ricardinho (esquerda), agora mais experiente, volta ao Coxa pra ser titular. |
Enquanto procura bater o martelo para anunciar o novo treinador – a diretoria do Coritiba também corre atrás de reforços para a nova temporada. ?Alguns nomes estão sendo sondados para reforçar o Coritiba?, disse o presidente Jair Cirino dos Santos. Por enquanto, apenas dois jogadores foram apresentados (Felipe Piovesan e Roberto), além dos retornos do lateral-esquerdo Ricardinho e do meia Guilherme. No entanto, outros só devem chegar depois de se saber quem será o técnico, que deverá participar da montagem do elenco para a disputa do Paranaense, Copa do Brasil e Brasileirão.
No total, o elenco atual conta com 22 atletas e é com esse pessoal que, ainda, o técnico interino Édison Borges começa a moldar a base para a estréia no estadual contra o Iraty. Neste grupo também fazem parte alguns jogadores dos juniores que não foram para a Copa São Paulo por já terem 20 anos e que podem conquistar um espaço entre as estrelas alviverdes. De qualquer forma, o Coxa não abre o ano sem um time montado já que a base do ano passado permanece quase que intacta.
?Vendo as posições dos jogadores que permaneceram, tenho que conversar com a diretoria, mas acho que até o dia 7 vamos ter uma base para começar o campeonato. Já tenho essa base na cabeça, mas não quero falar para não desmotivar nenhum jogador nesse momento, porque todos estão trabalhando com dedicação?, destacou Borges.
Hoje, ele deverá comandar o primeiro coletivo do ano no CT da Graciosa e a equipe pode ter Edson Bastos; Gilberto Flores, Henrique, Jéci e Ricardinho; Veiga, Careca, Pedro Ken e Marlos; Henrique Dias e Keirrison.
