Coritiba deixa a Futpar e se une à FPF

O futebol do Paraná está rachado. O Coritiba anunciou ontem que está deixando a Futpar, associação que reúne os clubes profissionais do estado. Segundo o time do Alto da Glória, a intenção é fortalecer a gestão de Hélio Cury na Federação Paranaense de Futebol (FPF).

Explicação que não convenceu os outros membros da Futpar. A Associação das Entidades de Prática de Futebol Profissional do Estado do Paraná (Futpar) foi fundada em março deste ano.

O objetivo era defender o interesse comum dos clubes em assuntos como a organização do Campeonato Paranaense, a venda dos direitos de transmissão e a obtenção de patrocinadores para o torneio.

Segundo o presidente do Coxa, Jair Cirino, o apoio irrestrito a Cury é o único motivo da “deserção” alviverde. “Entendemos que a FPF passou por maus momentos e superou uma fase de obscurantismo. Hoje está em ótimas mãos e vem sendo muito bem administrada”, afirma.

O estranho é que nem mesmo o Coritiba vê a existência de qualquer atrito entre Futpar e FPF. “Não há nenhuma incompatibilidade. Espero que a Futpar alcance seus objetivos. O Coritiba acha que deve fortalecer sua relação com a FPF”, diz Cirino.

Mas se não há nenhum problema entre as entidades, por que o Coxa está deixando a Futpar? “Assim como há liberdade para entrar numa associação, há liberdade para sair. Não tivemos problema com ninguém. Apenas queremos manifestar total apoio à FPF. Se a Futpar fica enfraquecida com a saída do Coritiba, não podemos fazer nada”, desconversa o presidente alviverde. Cirino era inclusive um dos membros do conselho de administração da Futpar, ocupando a vice-presidência.

Surpresa

Os demais clubes do Estado dizem ter sido pegos de surpresa. “Essa decisão me causou estranheza. Se houve algum desentendimento entre Futpar e FPF, eu desconheço”, afirma o presidente do Londrina, Peter Silva.

A explicação do Coxa, de que pretende fortalecer a FPF, não foi compreendida por ninguém. “A Futpar também nasceu para fortalecer a FPF, visando uma união maior dos clubes para negociar com a televisão. Nunca existiu conflito”, garante Francisco Carlos de Jesus, o Chico da Bracol, do Operário.

Joel Malucelli, presidente da Futpar e do J. Malucelli, e ex-presidente do Coritiba, também nega qualquer confronto entre as duas entidades. “Nunca existiu nem existirá. Tudo sempre foi discutido em conjunto com a FPF. Inclusive a fórmula do próximo estadual foi proposta pela Futpar e acatada pela FPF”, destaca. Hélio Cury também não soube explicar a justificativa coxa-branca.

“Ficamos muito agradecidos com essa posição do Coritiba. É uma decisão interna do clube e não tenho nenhuma ingerência. Mas não há conflito nenhum entre a Futpar e a FPF, pelo menos que eu saiba”, diz o presidente da FPF.

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